Você tem amor próprio?
Antonio Nunes de Souza*
Embora nosso conceito sobre artigos ou livros relativos à auto estima seja negativo, por mais que queiramos nos omitir ou deixar passar em branco, eventualmente nos dá aquela vontade de escrever algo a respeito, não com o pensamento de mudar o comportamental dos outros, e sim por vermos coisas absurdas e inusitadas acontecerem com pessoas que se dizem inteligentes, cultas e adultas e, seguramente, não são aceitas até por crianças ou adolescentes que estejam com seus juízos funcionando em condições normais.
Todos nós sabemos e aprendemos desde criança, que devemos querer bem, criar afetividade, consideração, dar amor, ser fiel, dedicando amizade exatamente às pessoas que assim procedem conosco, pois, com esses comportamentos podemos comprovar como somos importantes igualitariamente e existe um respeito mútuo, dando-nos a certeza de que não estamos sendo usados por outros que, aproveitando-se das nossas fraquezas provenientes da cegueira idiota e emocional, nos sugam materialmente e afetivamente, para depois de tirarem o caldo saboroso, nos jogarem fora como se fossemos o bagaço de uma laranja.
Para quem está atravessando um momento como esse, obviamente está surdo para qualquer argumento, cego para qualquer leitura ou visão da verdade e, principalmente, mudo para dizer o que o seu subconsciente acha da ridícula situação. E, infelizmente, a idiotice e falta de amor próprio fala mais alto, mesmo que no fundo esteja reconhecendo o papel de capacho e subserviência que está se submetendo naquele momento da sua preciosa vida.
O curioso é que as pessoas imbecilizadas nessas situações, sempre acham que estão certas e todos estão completamente errados e, pior que tudo, acreditam piamente que agindo desse modo tolo conseguirão seus intentos. Não percebem a esperteza dos aproveitadores, que normalmente fazem o jogo do morde e assopra: Você é que sabe – Eu não estou pedindo nada – Eu gosto de você, mas não posso prometer nada. E outras frases de efeito que mantém, além da esperança dos tolos, ampliam as bajulações, carinhos, presentes e outras facilidades, pois, na verdade é exatamente o que elas desejam: Usar o poço até acabar a água ou enjoar o líquido, porque encontraram uma lagoa mais farta, menos chata e desgastada para saciarem suas sedes.
Geralmente imagina-se que somente fazendo análise pode-se resolver tais situações. Lógico que esse procedimento clínico somente é usado por quem pode se dar ao luxo dos seus custos. Acredito mais quando a pessoa faz uma reflexão, verifica as contas dos lucros e perdas, depois se olha no espelho e vê a figura patética de palhaço que está sendo perante a si própria, seus amigos, familiares e a sociedade em geral.
Tenho certeza absoluta que se essa simples operação for repetida algumas vezes, muitas lágrimas brotarão dos seus olhos, como um sinal de arrependimento por ter se submetido a uma situação tão humilhante e grotesca, que não está lhe levando a lugar algum. Ou melhor, que somente está lhe levando ao fundo do poço.
Jamais devemos esquecer que a vida é uma projeção de coisas belas e os artistas principais somos sempre nós. Todos os outros são meramente coadjuvantes que estão em nossas voltas ou lados para nos dar felicidade e receber. Se não estão seguindo o roteiro normal do nosso filme, devem ser substituídos imediatamente por quem melhor se adapta ao enredo.
Gostar de todos é o ideal. Mas, amar e dedicar-se, somente a quem responde com a mesma moeda. Com esse pensamento sempre firme em nossa mente, seremos olhados com respeito, dignidade e admiração. Proceder e fazer papel de capacho, logicamente todos se divertirão nos pisando e impregnando com suas sujeiras.
A vida é louca, mas nós temos que ter juízo, imaginação, bom senso e muito amor próprio, para podermos administrá-la e sermos felizes!
Jamais devemos esquecer um pensamento oriental que, sabiamente, diz:
“Quando alguém que tínhamos vai embora e não retorna é a prova que nunca tivemos esse alguém!”
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
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