quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tirem-nos essa dúvida!

Tirem-nos essa dúvida!
Antonio Nunes de Souza*
Qualquer vivente tem conhecimento que os bancos são às empresas mais privilegiadas em termos de lucros líquidos. Até os administrados sem muita competência chegam a amealhar alguns bilhões semestralmente, demonstrando assim, que não existe nada melhor que ser banqueiro.
Entretanto, quando por qualquer razão aparece uma crise no mercado nacional ou mundial, os governos são obrigados a fornecer milhões de dólares para esses “pobres” coitados, senão eles fecham, quebram, dão prejuízos aos seus correntistas e aplicadores, naufragam seus acionistas, desempregam milhares de funcionários, enfim, provocam o maior caos, desestabilizando, literalmente, o país.
Na minha santa ignorância em economia, fico me perguntando:
Por que será que acontece isso? Uma vez que, nas outras empresas, micro, pequenas e médias, quando existe crise cada um se vira para suplantar, inclusive recorrendo aos famigerados bancos atrás de empréstimos com juros extorsivos e prazos impagáveis, tendo que oferecer garantias reais de 150% do valor solicitado e, muitas vezes, para não correrem riscos, os bancos negam radicalmente o socorro?
Não seria muito mais justo e sensato que, assim como eles ganham verdadeiras fábulas, oferecendo um serviço de qualidade duvidosa e desrespeitando clientes com enormes filas, nestas ocasiões de crises eles se valessem das suas gordas reservas para cobrir suas necessidades sem as interveniências governamentais?
Gostaria tanto de saber as razões de tais privilégios! Será que esse forte e robusto mercado financeiro é, sorrateiramente, um provedor das campanhas políticas, para que todos os projetos que chegam aos poderes constituídos no sentido de minimizar seus lucros, sejam logo descartados senão eles perdem a mamata?
Sinceramente, nunca tive uma resposta substancial e convincente que me fizesse entender essa realidade bastante irreal. Na minha concepção de leigo, presumo que, como acontece em todas as áreas, quem está com a grana é quem manda e desmanda. E os bancos são os maiores reservatórios do vil metal! E, como quase todos têm associados internacionais, os grandes lucros vão embora e na hora das tragédias em vez de voltarem para cobrir necessidades, colocam o governo na parede (?) e são agraciados com boladas incalculáveis que, certamente, fará uma grande falta ao povo. Mas, ironicamente, são fornecidas para essa máfia financeira, com a desculpa inexplicável de estar evitando uma tragédia para o coitado do povo.
Será que não seria mais justo, sensato e humano investir essas miraculosas quantias diretamente para o povo e deixar eles se virarem com seus lastros adquiridos ao longo dos anos? Voltaríamos a guardar nossas parcas moedas embaixo dos colchões, cofres domésticos ou naqueles porquinhos mealheiros de barro. Pode até parecer uma volta ao passado, mas, certamente, seria melhor que um futuro sem volta, termos que viver extorquido com juros assombrosos dos empréstimos, cartões, cheques especiais e, quando a coisa aperta, eles são agraciados com uma nova bolada em nome da salvação do povo.
Por favor, que alguém nos dê uma explicação compreensiva e lógica para essa grande dúvida que deve pairar na cabeça do sofrido povo brasileiro:
Salvar ou não salvar os bancos? Eis a questão!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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