domingo, 19 de dezembro de 2010

Que saudade!

O acidente!
Antonio Nunes de Souza*

A confusão na rua estava formada. Pessoas corriam de todas as direções centralizando suas atenções para um casal que estava caído no asfalto.
Alguém gritou para os que se aproximavam: Foi um carro preto com os vidros fumê que atropelou os dois!
-Você viu a placa? Interpelou um dos curiosos.
-Nada mermão! O cara passou batido, não respeitou o sinal fechado e não parou nem para dar socorro. Filho da puta irresponsável!
Já cercado pela multidão de curiosos, o casal contorcia-se em dores enquanto alguns filetes de sangue escorriam pelos seus corpos, caracterizando os ferimentos provocados.
-Chamem o Samu! Chamem o Samu! Gritava desesperadamente uma velhinha que tinha assistido a desdita do casal.
-Quem é Samu? É algum parente das vítimas?
-Parente porra nenhuma, meu filho! Falou a velha já nervosa com a ignorância do indivíduo. Samu é um serviço de ambulância para atendimento de emergência. É só ligar para 192 e eles chegam em minutos.
-Desculpe minha senhora. Eu não sabia que Itabuna contava com essa novidade. Vou ligar agora mesmo ali do orelhão.
-Alô! È do Samu?
-Pois não. Em que podemos servir?
-Tem um casal aqui na Praça Adami que foi atropelado. Vocês podem vir buscá-lo para levar para o hospital?
-Claro! Estaremos aí imediatamente.
-Pronto senhora. Vamos ver se eles vão demorar.
Mas, como um raio, imediatamente apareceu uma ambulância que tinha mais luzes do que a igreja do Bonfim, tocando uma sirene barulhenta e foi logo abrindo caminho entre os curiosos. Saltou logo um médico acompanhado de um enfermeiro, ambos vestidos como se fossem astronautas ou agentes da swat americana, fizeram os exames preliminares e, num pestanejar, colocaram o casal em duas macas, acomodando ambos no carro, enquanto o motorista avisava pelo rádio que estava seguindo para o hospital de Base.
O povo todo aplaudiu a rapidez e eficiência do socorro, esquecendo até dos acidentados que gemiam pelas dores que sentiam.
Rapaz parece até coisa de cinema! A zorra chegou num minuto e já vai levando para os cuidados hospitalares. Nem parece que estou em Itabuna!
Um grande grupo de curiosos continuou em volta da testemunha ouvindo sua detalhada narrativa do fato, enquanto outros seguiam os seus caminhos.
-Esse Dr. Bicalho é do caralho! Falou a velhinha com um sorriso nos lábios, toda feliz em ver a eficiência da Secretaria de saúde em Itabuna.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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