quinta-feira, 31 de março de 2011

Ratos do HBLEM foram presos!

                                                                     Antonio Nunes de Souza*

O departamento de saúde da prefeitura, no sentido de minimizar a causa das doenças transmissíveis por esses roedores asquerosos, preparou uma série de armadilhas com pedacinhos de queijos Roquefort e Camambet e, com bastante astúcia, conseguiu prender centenas deles em um grande salão (a quantidade é enorme).
Sabemos todos que, em função do hospital estar situado perto do lixão, esses pestilentos bichinhos estão sempre rondando a pobre unidade de saúde para encher suas barrigas, prejudicando o bom atendimento ao público, ainda contaminando com suas cargas de leptospirose.

Lógico que vocês já perceberam que essa notícia é mirabolante e utópica, pois, por mais que já tentaram dar fim nessa praga, nunca conseguiram, pois, além da proliferação ser imensa, eles ainda contam com as proteções dos gatos que, deixando as migalhas para eles, preocupam-se mais em comer o filet mignon mais bem temperado.
Essa pequena crônica serve apenas para deixar claro nosso desejo que algum dia isso aconteça, e seja feito um bom saneamento nessa maravilhosa unidade de saúde, nos livrando não só dessa praga, como também de outras (as baratas com a asquerosa Salmonela e o mosquito com a perigosa Dengue).

Se vocês começaram a ler imaginando que eram outros tipos de ratos, sinto muito ter tentado confundi-los e desapontá-los.
Apenas aproveitamos à data e vocês tomem tudo como um modesto “Primeiro de Abril”!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

terça-feira, 29 de março de 2011

As tecnologias e modenidades!

                                                                                       Antonio Nunes de Souza*
Volta e meia estou envolvido com as novas descobertas científicas e os modismos que a mídia trata com um destaque que chega as raias do terror, criando pânicos e assombrações psíquicas nas mentes humanas, levantando problemas e conjecturas com fatos que sempre foram encarados dentro da normalidade e, no passado, mesmo nos deixando putos da vida, empurrávamos com a barriga e descontávamos com as mesmas moedas, sem que tivéssemos de recorrer aos médicos ou divãs de analistas.
No momento o que está na “berlinda” é o tal do BULLYING!
Curiosamente, ou talvez por isso, vivi por mais de uma década em uma cidade do recôncavo (Santo Amaro) e, quase sem exceção, todos nós tínhamos apelidos e éramos sacaneados nas aulas, recreios, festas, esporte, etc., e ninguém ficava ou ficou traumatizado, deixou de estudar, tentou suicídio ou morreu de desgostos e complexos. Encarávamos os nossos defeitos e aparências com naturalidade, reconhecendo que havia sentido as merdas dos apelidos que nos rotulavam. Era algo tão normal que, sinceramente, tive amigos e colegas que até hoje não sei os seus nomes verdadeiros, pois, somente nos tratávamos pelos cognomes, até quando íamos chamá-los gritando nas portas das suas casas, e os familiares recebiam numa boa!
Só na minha rua a variedade era enorme: Baleia, Bola sete, Cabeça de Martelo, Bunda de balaio, Caveira amorosa, Cocô de pinto, Cabeça de cupim, Manteiga, Quatro olhos, Boca de Têta, Catarrento, Criado com vó, Barriga de bosta, Piniquinho, Tolete, etc.
Se eu tivesse de relacionar os apelidos dos meus amigos, colegas de colégio, infância e juventude, teria que preencher dezenas de cadernos. E olhe que não estou citando os pejorativos e imorais que não eram poucos. Posso dizer, com fé de ofício, que essa maravilhosa turma tornou-se vitoriosa, quase todos com formação universitária, excelentes profissionais, constituíram suas famílias alegres e felizes, encontro-me anualmente com a grande maioria deles, continuamos nos tratando pelos apelidos e nos abraçamos com manifestações carinhosas das lembranças agradáveis de nossas vidas.
Só como adendo, cito ainda que tomávamos muitos bolos de palmatórias nas sabatinas, cascudos dos professores e alguns outros castigos, etc., e ninguém morreu nem ficou depressivo. Fazia-nos era estudar mais para não se ferrar, pois, quem não tinha notas boas, não ia à missa no domingo e não lustrava os sapatos, não tinha direito de ir assistir os filmes da matinné. E era uma tragédia, já que não tínhamos TV nem computador naquela época.
Hoje, com essas modernidades, e as famílias não dando educação aos filhos, uma vez que os pais saem pela manhã para seus trabalhos e voltam a noite cansados e nem acompanham os fatos que acontecem na vida deles. Mas, se algum faz uma queixa, por mínima que seja, os pais vão logo procurar os direitos humanos, conselhos de classe, alegando que os filhos não comem, não bebem, não dormem em função do ocorrido, exigindo indenizações e expulsão imediata do professor.
É bom ressaltar que me baseio apenas em experiência de vida, sem nenhum conteúdo científico, mas, com uma grande dose de verdades e comprovações. O que não posso é ter a ousadia de dizer que isso seja frescura do mundo moderno!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot,com)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Não se deixe enganar!

                                                                                                              Antonio Nunes de Souza*

Temos que lamentar que a classe artística e esportiva, juntamente com as agências publicitárias, se preste a enganar o pobre e sofrido povo, direcionando as massas para utilizarem uma série de produtos que, muitas vezes, apresentam na realidade benefícios nulos ou totalmente discutíveis.
Ligando-se a televisão, que é o veículo de maior alcance e atinge todas as classes sociais, imediatamente você depara com um esportista famoso do passado dizendo que usa Bombril, que é forte porque toma Vitasay, que fala em determinado celular porque é o melhor e coloca seu dinheiro em tal banco que é o mais seguro e rende mais. E, seqüenciando os comerciais, surge uma série de globais, uma dizendo que usa Corega, outra que só compra no supermercado X, já a outra que vai comprar um apartamento no edifício Lady Di que o mais chique da cidade, continuando vemos e ouvimos mais depoimentos de várias delas, elogiando lojas, grifes, Fast-foods e mais uma infinidade de outros produtos, direcionando a massa para manobras nada elogiáveis, no sentido de enganar os incautos a comprarem determinadas coisas, produtos ou serviços.
Sinceramente, temos que lastimar que, no intuito de amealhar alguns punhados de reais e dólares, eles se prestem a esse papel insólito de ludibriar os menos avisados ou pouco esclarecidos, que acreditam piamente nas declarações que ouvem e partem para seguir, religiosamente, esses encomendados conselhos.
O pior de tudo é que essa técnica centenária de publicidade continua ampliando mais e, numa infantilidade das mais tolas, as pessoas obedientes, esquecem até suas preferências, para atender as vozes mansas das beldades.
E as agências, pela pobreza de criações mais efetivas, aproveitam-se desse manancial inesgotável, da vaidade dos seus clientes que se enchem de orgulho vendo um grande astro ou estrela elogiando suas empresas, assim como, pelo comodismo de já saberem quem são os maiores vendedores para o grande e tolo público alvo.
É importante que as pessoas não se deixem levar por essas propagandas enganosas e analisem, criteriosamente, a qualidade, garantia e segurança, se o que você está adquirindo vai atender bem suas necessidades com custos menos elevados.
Fico na maior tristeza quando vejo uma global na TV dizendo que tal loja ou super mercado da nossa cidade é o que vende mais barato, que faz suas compras lá, etc., e centenas de pessoas vão comprar dando preferência, ainda alegando que é o mercado ou casa comercial da maravilhosa atriz da novela. Pois, na verdade, apenas ela veio aqui para ganhar uma grana e não comprou e nem nunca comprará nada em nossa cidadinha do interior.
Essa observação que faço é para que você não se deixe levar pelas emoções e os modismos, pois, o papel primordial das agências de publicidades é exatamente explorar os impulsos e as inocências dos compradores desavisados!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

As vezes perdemos para ganhar!

                                        Antonio Nunes de Souza*

Posso parecer um brasileiro desnaturado, mas, com o país numa situação tão delicada com relação à corrupção existente em todas as áreas (política, empresarial e física), violência correndo solta em todas as cidades, fortíssimo esquema de contrabando de armas pesadas, distribuição de drogas, assaltos, seqüestros e assassinatos, comandados por criminosos presos(?), que fazem das penitenciárias seus quartéis generais, como pode se admitir que os brasileiros esqueçam esses graves problemas, voltando suas energias, parando o país por vários dias, gastando o que não pode e não tem, para dar prioridade ao futebol?
Alguns dirão que é uma válvula de escape que, juntamente com o carnaval, são as únicas alegrias do povo brasileiro! Porém, isso não é a verdade!
O brasileiro deveria ser alegre por ter uma educação adequada através de boas escolas públicas, assistência médica digna para todos, segurança nas casas e ruas, maiores interesses políticos e respeito com as comunidades, ver aplicações corretas e sensatas dos impostos e taxas que são recolhidos e, depois disso, olhar as diversões como algo complementar em suas vidas.
Apenas falar que tudo está errado, mas não participar diretamente para consertar ou melhorar gradativamente é uma atitude omissa que somente faz ampliar a baderna existente. Em vez de estar gravando quem vai jogar com quem e onde, deveria estar anotando no caderninho ou na mente, os nomes dos políticos (vereadores, prefeitos, deputados, senadores, ministros e presidente) que, comprovadamente, foram desonestos e corruptos nos seus mandatos, para aproveitar as eleições, expurgando-os não só dos seus cargos, como também exigir penalidades sérias pelos seus procedimentos inadequados.
Somente Deus poderia privilegiar tanto um país, como o nosso é. Não temos vulcões, terremotos, nevascas, guerras e nem outros problemas maiores que assistimos todos os dias pelos noticiários em todas as partes do mundo. Sem falar na extensão territorial, que suas dimensões são de um continente, com terras férteis, minérios, petróleo em abundância e ainda possuir a floresta amazônica, considerada o pulmão do mundo.
Será que Deus nos deu tudo isso e colocou um povo alegre e festeiro para tomar conta?
Não acredito! O povo brasileiro foi mais um complemento de bondade divina, que nós não estamos saber utilizar sabiamente, pois esquecemos as prioridades em benefício do supérfluo. Aprendi, ainda menino, que devemos agir da seguinte forma: Primeiro a obrigação, depois a devoção! E essa citação é sábia, pois, se não cumprirmos rigorosamente nossas obrigações, até na hora das devoções as coisas não andarão direito. Embora não tenha esquecido essa frase, levado pelo entusiasmo geral, claudico algumas vezes para também não tirar inteiramente minhas características de brasileiro.
Que tal lembrar que, sessenta anos atrás, após o término da segunda guerra mundial, a Alemanha, juntamente com o Japão ficaram completamente destruídos. Esse último, além de uns amontoados escombros, também se encontrava cheio de radiatividade em função das duas bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos.
Com muita garra, trabalho e perseverança, esses minúsculos países (menores que a maioria dos nossos estados), estão entre as sete maiores potencias mundiais. E não foi milagre não! Foi trabalho e patriotismo! 
A França (menor que o Estado da Bahia), nosso algoz na copa, também fez parte como aliada durante a guerra, sofreu saques e destruição pela ocupação alemã e, orgulhosamente, está entre os paises mais poderosos e ricos.
Que esses modestos e verdadeiros exemplos que estou citando, sirva para uma reflexão do nosso comportamento como brasileiro, procurando cada vez mais minimizar nossos sofrimentos, no sentido de justificar tantas festas e esportes, por estarmos comemorando que vivemos num país sério, progressista e que nossa felicidade é por ser uma nação de respeito.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)).

quarta-feira, 23 de março de 2011

Querer é poder!

                            Antonio Nunes de Souza*
Se eu posso,
Você pode também.
Se você tem um amor de verdade,
Eu tenho também.
Porém, se sairmos da linha,
Não vai fazer mal a ninguém.

Nossos amores são solidificados,
Apaixonados casais de namorados,
Amizade forte e pura.
Não será nosso encontro que vai,
Apagar o que está por trás,
Será apenas uma noite de aventura.

Se eu posso.
Você pode também.
Procure meu desejo entender,
Pois, teremos uma noite de prazer,
Que por certo jamais vamos esquecer!

*Escritor (Vida Louca –ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

O projeto mal arquitetado!

                                       AntonioNunesdeSouza*                                                          
Confesso que por mais experiente que possamos pensar que somos, estamos sempre abertos e passivos de nos deixar entusiasmar com nossos projetos de vida, comprovando cada vez mais que somos uns eternos aprendizes. E, como todo mundo, também caí nessa rede emaranhada como as teias de aranhas, me embaraçando com a régua e o compasso, tornando-me cega e perdendo as diretrizes das linhas.
Pelas minhas palavras iniciais, percebe-se logo que sou uma profissional na área de engenharia e, embora tenha alcançado um relativo sucesso no trabalho que desempenho, vacilei na prancheta da vida e passei a sonhar com o abstrato, imaginando ser ainda uma adolescente, não sabendo enfrentar com dignidade e frieza os acidentes de percursos tão comuns quando atingimos determinada idade. Não que me ache velha caquética. Ao contrário! Sou conservada, tenho 45 anos, mentalidade jovem e uma cabeça super pra frente e, exatamente por essa razão, resolvi ir morar numa cidade especial, onde a liberdade de ação e comportamento faz parte integrante da região, podendo-se encontrar de hippes dos anos 60 até vanguardistas do próximo século, intercalados por caretas da pré-história. Uma mistura heterogênea que faz da cidade um lugar especial: Lençóis!
E sendo dessa forma, logicamente, entrei no clima de cabeça e me transformei em uma micro “riponga”, porém, muito respeitada pela minha habilidade profissional.
Mas, como viver sozinha quando ainda sinto o gostinho e a necessidade de companhia, carinho e sexo? Lógico que teria que procurar uma solução que não fossem as “ficadas” eventuais.
Aí foi que pintou o perigo! Pois, em função do meu status, claro que desejei o melhor: Um rapaz jovem, boa aparência, condições financeiras deixando a desejar e, acima de tudo, não muito inteligente para que eu pudesse dominá-lo através de carinhos e, principalmente, presentes para que sua dependência cada vez aumentasse mais, juntamente com o meu domínio de proprietária do meu querido guapo, como se fosse mais um troféu para exibição e uso, que um amor conquistado pelos meus atributos.
Tudo isso seria bom se eu antes já pensasse assim, mas, na minha cegueira e tolice, procurei, grosseiramente, criar em minha mente a idéia utópica que essa situação era normalíssima, que estava havendo um elo de amor e paixão e, sempre que relatava o fato para amigos, para dar ênfase, eu juntava os indicadores e polegares de ambas às mãos esfregando as quatro unhas, querendo, tolamente, mostrar que estava havendo uma junção miraculosa de um amor que brotou na chapada, abençoado pelos anjos e a fumaça da bendita “sativa”.
Mesmo vendo claramente o esboço de um projeto que parecia bonito, mas, desprovido de alicerce, sonhava falando com entusiasmo, querendo enganar a mim própria.
Pô! Quando me lembro disso tenho uma vergonha retada dos meus discursos tolos que fazia e sentia nos olhos de todos a descrença estampada. Mas, para mim, era conveniente tentar convencer que todos estavam errados e eu, mesmo sabendo que não, continuava enfática. Essa lembrança me dá uma raiva da porra!
O tempo foi passando, passando, precisando cada dia, necessário maiores presentes para compensar os menores carinhos, até que percebi que aquele elo manual que tanto eu repetia, não passava de uma maneira gestual que criei para ilustrar minha ilusão.
Imagine vocês que o cara que eu enfeitava todo, perfumava, alimentava e dava os melhores dos meus carinhos, passou a ter aventuras com outras pessoas, evitando minha companhia alegando uma série de desculpas esfarrapadas que, inicialmente, mesmo percebendo claramente, fazia força para não acreditar e não me dar como vencida por uma realidade mais que esperada.
Lógico que esse meu comportamento nada teve de anormal! Apenas o que eu deveria era encarar a situação com mais realismo, conscientizando-me que eu estava era, simplesmente, comprando um instrumento de prazer que, provavelmente, tinha prazo de validade. Talvez ou com certeza, não teria me exposto a uma situação melindrosa e um tanto ridícula perante todos e também a mim.
Contudo, mesmo com mais essa experiência frustrante, tive dias maravilhosos de ilusões prazerosas e, melhor que tudo, ensinou-me que devo ser mais realista nos meus projetos pessoais, assim como sou nos profissionais.
Depois que implodiu esse castelo de sonhos que construí em minha mente, sinto-me bem mais preparada para não ter que usar antolhos quando aparecer outro sol brilhando em meu horizonte.

*Escritor (Vida Louca -  ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

sábado, 19 de março de 2011

Pra que tanta segurança?

                                                    Antonio Nunes de Souza*
Fiquei estarrecido com as precauções na segurança do Presidente Obama ao Brasil, já que em nosso país um afro-descendente passa completamente despercebido pelas nossas ruas e avenidas, uma vez que somos uma nação de mestiços e estamos habituados a ver com o maior carinho e admiração, um negro charmoso tranquilamente transitando.
Imagine vocês o custo absurdo do deslocamento de mais de três mil homens de todas as forças armadas, duas centenas de seguranças pessoais, trinta e um carros blindados vindo dos States, fora a grande revoada de helicópteros e caças que estrelam no céu Brasiliense. Os cães treinados e os equipamentos detectores de armas e bombas eu nem vou falar, pois é fichinha em função do grande aparato digno de uma guerra classe média ou uma modésta invasão territorial.
Sinceramente, se tivessem me consultado sobre o assunto, mesmo não sendo especializado na área de segurança nacional, teria apresentado um plano que seria imbatível e, além fazer a alegria do povo brasileiro, deixaria a família Obama tranqüila e desfrutando as belezas tupiniquins!
Embora não haja mais condições de ser aproveitado, vou expor o meu plano, pois, quem sabe, alguém do Itamaraty pode anotar e em outra viagem aplicá-lo tranquilamente:
a)      Mandaria uma ala do Olodum e outra da Banda Didá para a Casa Branca com a antecedência de 30 dias, que seria para ensinar ao brother Bara (lógico que ele já seria tratado assim pelos baianos) a tocar o bumbo e fazer evoluções com o tambor e as vaquetas. Já Didá seria encarregada de treinar Michelle e as meninas as variadas danças, principalmente o rebolation e a do Super-men.
b)      Após essa primeira fase, no dia da vinda esta seria em um avião de carreira normal e, para os passageiros, seria apenas o retorno de duas bandas baianas depois de uma apresentação na terra de Tio Sam. Com certeza, no meio dos nossos queridos afros, eles não seriam identificados.
c)      Chegando a Brasília iriam todos em um ônibus para a Granja do Torto, onde a presidenta Dilma vestida de baiana estaria esperando todos na porta para amarrar uma fitinha do Senhor do Bonfim no pulso os ilustres visitantes e, o ex presidente Lulla, disfarçado de Jorge Portugal, cantaria  “A massa” acompanhado pelo conjunto de pagode de Ronaldinho Gaúcho.
d)      Depois das rasgações de sedas (é o cara pra lá, é o cara pra cá, a primeira presidenta, etc.), partiriam para trocar de roupas, colocando algo mais formal para seguir em direção ao Itamaraty para a apresentação oficial.
e)      E, seguindo o nosso protocolo brasileiro, Neguinho da Beija-flor, da sacada daria seu famoso grito de guerra: OLHE O OBAMA AQUI GENTE!!!
f)      Milhares de pessoas estariam ocupando os gramados em frente e aplaudiriam freneticamente o famoso presidente americano, que faria o seu discurso, arrancando coros e gritos de alegria pelo inusitado e importante acontecimento.
g)      Terminada essa parte oficial e as conversas de interesses financeiros e econômicos, seguiriam para o hotel para descansar um pouco e partir para o almoço, regado a uma boa caipirinha nacional preparada pelos experientes barmens da Granja do Torto!
h)      Depois de se familiarizar e ver que o nosso povo é do bem e da paz, a comitiva já estaria tranqüila e, seguindo para o Rio, Obama já poderia, sem aparato nenhum, fazer o seu discurso no Sambódromo, logo após o desfile da escola campeã de 2011. Logo em seguida, seguiriam para o Cristo e voltariam para a visita a comunidade da Cidade de Deus. Sendo que lá, todos já totalmente descontraídos e tranqüilos, haveria uma apresentação do Olodum e Didá e, para o delírio de todos, a família Obama participaria mostrando que aprenderam as lições e que se sentiam um pouco brasileiros.
i)        Sendo essa a última etapa da viagem, todos seguiriam diretos para o aeroporto, voando cheios de saudades.

Tenho convicção absoluta que não teria problema nenhum, seria uma grande economia de dólares e reais, mais alegria para os brasileiros e, quando Obama chegasse aos Estados Unidos e a mídia perguntasse como foi a viagem ao Brasil, ele responderia alto e bom som, com uma expressão bem nossa: FOI DO CARALHO!!!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mistérios da meia-noite!

                                                Antonio Nunes de Souza*
Era um namoro sério. Ela garota de família, estudante de pedagogia, sempre freqüentou colégios de freiras onde seguia um rígido regime de fiscalizações que, para namorar, era a coisa mais difícil do mundo. E, para começar, aquele inesperado namoro, foi um Deus nos acuda!
Não pense que foi uma iniciativa só dela. Houve também uma forte mão da sua mãe que, vislumbrando um interesse pelo partidão que representava o rapaz, procurou aproximá-los e sempre o elogiava para todos os familiares, como um moço distinto e que daria um bom marido. Já o pai, homem duro e de formação machista a toda prova, sempre batia no peito e dizia que filha dele só seria beijada na boca depois de casada. Fato que ele encarava com a maior seriedade e tinha certeza que assim seria.
Cidade pequena do interior, logicamente todos se conheciam e, dificilmente podia-se fazer algo que logo não fosse de domínio público. E não deu outra!
Certo dia apareceu o boato que havia sido visto um lobisomem pulando o muro da casa do sr. João Pereira. Isso exatamente depois da meia noite, horário preferido por essa estranha criatura. Comentam todos a boca pequena, pois assim como poderia ser um monstro, também poderia tratar-se de algum amante misterioso. Isso em Mutuípe, cidade pequena e provinciana, por ser minha terra eu sei que a vida dos outros é um dos pratos favoritos dos moradores.
Mas, mesmo com as precauções, o passa/repassa: Eu vou lhe dizer, mas não conte pra ninguém não, a coisa acabou caindo no ouvido de João Pereira, que a princípio deu risadas, mas sem deixar transparecer, achou estranho o surgimento daquela conversa e resolveu dar maior atenção ao fato, já que era personagem principal da história.
Passados vários dias, sempre matutando que atitude tomar, resolveu ficar na espreita durante algumas noites para certificar-se quanto de verdade existia naquela conversa. E claro que nada falou para a família.
Um, dois, três dias e nada de anormal aconteceu. Aí ele pensou e resolveu que o quarto seria o último. Em principio achou que poderia ser algum vagabundo namorando a empregada ou, em último caso, o Salomão, namorado da filha, que estava tendo encontros noturnos com sua santa e ingênua filha.
Se for esse canalha ele vai pagar caro pela petulância!  Exclamou João Pereira, porem achando no íntimo que seria um exagero e pecado pensar isso da sua bonequinha inocente.
No quarto e programado último dia para finalizar a vigilância, já convicto de que passava de mais um comum boato da cidade, a meia noite e dez ele viu de longe um homem com um capotão colonial com as golas escondendo o rosto e um chapelão de feltro enfiado na cabeça. Ficou observando sem bater os olhos e quase não respirava com medo de fazer algum barulho. A estranha figura olhou para um lado e para o outro e, como um felino, pulou o muro da sua casa e atravessou correndo pelo quintal, onde na penumbra uma silhueta feminina o esperava de braços abertos.
João Pereira pasmo com a cena que via, ficou tremendo de raiva, porém quieto,  esperando para confirmar o que iria acontecer. Ali mesmo na varanda, o casal deitou-se e aos beijos e abraços, começaram com o vai/vem que todos já sabem.
João Pereira, roxo de raiva e ódio, sacou o revólver e gritou de longe: Canalha, você vai morrer agora!
O susto e a rapidez com que a mulher saiu debaixo e desapareceu na escuridão, mais pareceu uma mágica circense. Mas, Salomão que era o tal lobisomem, de tão tremulo não conseguiu sair do chão, ficando deitado de bunda pra cima. Segundos depois, ao refazer-se, conseguiu dizer com a voz trêmula: Não me mate pelo amor de Deus!
João, já em pé ao seu lado, revólver engatilhado, espumava mais que cachorro doido, olhando aquela patética e desagradável cena, num segundo de luz, pensou que seria melhor abafar o escândalo e contornar a situação discretamente, gritou para Salomão: Tudo bem seu cachorro, eu não vou matá-lo, porém você vai ter que casar com ela imediatamente.
Não será possível seu João, disse Salomão gaguejando.
Como? Você prefere morrer a casar com ela?
Eu até casaria, seu João, mas a lei não permite.
Nada disso seu verme! Amanhã darei entrada nos papeis e será realizado o matrimônio.
Infelizmente ela já é casada, seu João.
O que é que você está dizendo?
É que eu estava com a sua mulher, seu João.
Ouviram-se três estampidos e João Pereira saiu correndo para dentro de casa gritando: Mulher, desgraçada, prepare-se para ir parar nos quintos dos infernos!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)
                                 

O prazer!

                              Antonio Nunes de Souza*

Gozamos na mesma hora,
Nossos gemidos de prazer é tudo que escuto,
Enquanto nossos corações batem peito sobre peito.
Colados pelo suor do vai/vem,
Entre nossos corpos não passa ninguém,
Só prazer pelo ato que foi feito.

Jogo meu corpo para o lado,
Diminuindo a pressão no seu peito cansado,
Conservando da cintura para baixo.
Tudo ainda bem encaixado,
Latejando como faz o macho,
Não deixando apagar o seu facho.

Banhados pelo suor do prazer,
Começamos novas carícias fazer,
Renovando nossa doce excitação.
Entre beijos e gestos compassados,
Continuamos amantemente entrelaçados,
Com muito amor e tesão.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

Melhor idade ou estudante de medicina?

                                                              Antonio Nunes de Souza*

Na verdade, quando alcançamos a tal da melhor idade, apelido simpático dado a terceira idade ou a popular e antiga velhice, automaticamente nos transformamos em exímios estudantes de medicina, pois, nos encontros diários ou eventuais com nossos amigos da mesma faixa etária, as conversas são sempre sobre as desventuras corpóreas dos nossos organismos, debilitados pelos desgastes do tempo resultados das nossas estripulias e descuidos.
Já não me causa estranheza falar sobre diabetes, AVC, enfartes, CA, diálises, marca-passos, tromboses, próstata, coluna, cálculos renais e pontes de safena. Renites, gripes, desarranjo e prisão de ventre são tão comuns que já dispensamos tal papo, pois, são coisas para principiantes. Preferimos os temas mais arrojados que levam a CTI, como também os transplantes e implantes.
O implante dentário é sempre usado pelos que podem suportar os altos preços e preferem triturar um churrasco nos dentes e sorrir de satisfação. Mas, tem aqueles que preferem a velha e tradicional dentadura, comer sua carninha moída ou bem cozida, tomar uma sopinha e, por prazeres mais refinados, optam pela prótese peniana para alimentar, com satisfação, seus instintos sexuais. Sinceramente, acho até uma boa opção!
Não escapa, em nenhum encontro, a possibilidade de ampliar conhecimentos médicos, agregados a farmacologia, uma vez que, sempre eles têm uma nova receita dentro dessa área de algum lançamento laboratorial novo, ou alguma experiência caseira. Sem contar os papos televisivos do Dr. Dráusio Varella que a turma anota e segue com regularidade.
Então... Mediante o exposto, certamente você me dará razão para que eu, orgulhosamente, me considere estar na melhor idade e, consequentemente, fazendo meu curso genérico de medicina que, embora não dê o direito a receituários, respeitando as regulamentações do Ministério da Saúde, amplia diariamente meu cabedal clínico, pelo menos para entender os sofrimentos e debilitações dos meus contemporâneos, não tendo que fazer aquela cara de idiota quando eles falarem em Alzhaimer ou Parkinson.
Portanto, quando se encontrarem comigo, respeitem além dos meus cabelos brancos, meus grandes conhecimentos médicos e, se quiserem me ajudar, tragam receitas de chás e simpatias, pois a turma de velhinhos adora essas novas práticas, achando que são milagrosas!
Como sou muito brincalhão, já me deu vontade de dizer que a descoberta maravilhosa na França é na aplicação da acupuntura, que, se todos os dias pela manhã se enfiar uma agulha em cada lado da bunda, ajuda a baixar a taxa de colesterol!
Podemos ser velhos, mas, nunca devemos perder o humor!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Está chegando o viagra brasileiro!

                                                                                                            *Antonio Nunes de Souza

Mesmo com sua fama internacional de grandes amantes latinos, os brasileiros estão estatisticamente classificados em segundo lugar no mundo, como usuários de estimulantes sexuais, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Conforme pesquisa, a pílula dos Deuses é usada em quantidade até abusiva, por jovens que desejam demonstrar um desempenho de super-men para impressionar suas parceiras com repetidas peripécias eróticas e variações exóticas em torno do tema.
Será que já não se faz homens como antigamente?
Será que essa era da computação, internet, orkut, forró, axé, funk, arrocha, etc. fez esfriar a libido?
No meu tempo, bastava uma olhadinha na batata da perna que já estávamos prontos para o que desse e viesse sem precisar de mais nenhum tipo de estimulante para enfrentar a hora da verdade, e a preocupação ou medo de ser feliz. Até hoje, com essa moda de barriga de fora, quando vejo um umbigo, ainda sinto arrepios de desejo, somente em imaginar as coisas que têm abaixo e acima dele. Acho que esse exercício de imaginação faz com que a corrente sanguínea aumente bravamente, fazendo suas funções com a máxima competência. Tenho até medo de um dia, por curiosidade, usar um desses apetrechos químicos, aliando-os a minha fértil imaginação, sair por aí subindo nas paredes e ser preso como tarado. Chega me causar horror imaginar ver nos jornais manchetes estampadas: Velhinho ataca mulheres em via pública! Tarado de cabeça branca quer ver a coisa preta! Vovó ataca dezenas de mulheres e foi preso em casa se masturbando!
Sinceramente, preocupa-me muito a maneira com que os homens estão conduzindo a arte do amor, não a colocando como uma prioridade e responsabilidade masculina, não se desligando dos problemas nas horas das decisões e, como conseqüência, falhando vergonhosamente.
Pelas conversas com uma série de amigos (de todas as idades), já se tornou habitual o uso da pílula azul como acessório indispensável para uma aventura amorosa. Uns usam como medida de segurança, outros para se tornarem atletas e muitos para inibir a própria e desastrada incompetência (ou incompotência).
Mediante a apurada pesquisa do uso em larga escala pelos brasileiros, um laboratório nacional está preste a lançar no mercado o estimulante brasileiro. Ainda não foi batizado o nome a ser lançado, mas, sugiro que deveriam chamá-lo de “Broxabrás”, numa homenagem justa aos aficionados do seu uso.
Eu, felizmente, ainda consigo levantar a cabeça usando o cérebro!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

Fiquei em maus lençóis!

                                                                                                           Antonio Nunes de Souza*
Às vezes demora acontecer coisas interessantes em nossas vidas, mas acontecem quando não esperamos. E isso tem me deixado bastante feliz!
Para que vocês entendam melhor o que digo, preciso contar o que ocorreu comigo dias atrás:
Como sou músico (canto e toco violão), costumo me apresentar em casas noturnas, clubes, festas particulares, eventos empresariais, etc. e, embora não seja o ideal como uma realização profissional, consigo uma renda que ajuda muito no meu sustento e dá para pequenos caprichos. E, inesperadamente, fui convidado para fazer uma apresentação em um hotel de categoria internacional, onde hospedam as finas flores e poderes econômicos da face da terra. Depois dessa primeira apresentação, mexendo os pauzinhos, consegui que fosse escalado outras vezes, até que passei a ter minha escala semanal definitiva.
Não precisa dizer que meu deslumbramento foi inigualável! Freqüentar um hotel de tamanho luxo era quase uma utopia em meus pensamentos. Porém, era uma realidade e um orgulho interior, causando até um olhar de inveja de meus amigos, quando eu dissertava as maravilhas que existiam no paradisíaco lugar. Fotografava todos os detalhes e, orgulhosamente, mostrava para todos, observando de esgoela as mais diversas e variadas reações de caras e bocas Mas, aos poucos fui me acostumando, sendo hoje uma coisa natural minhas idas e vindas para o Comandatuba. Esse é o nome do deslumbrante hotel!
Fiz esse preâmbulo no sentido de dar a vocês uma idéia de como realmente acontecem fatos em nossa trajetória, que mudam radicalmente nossa condição e fazem acontecer outros gostosos, no campo afetivo e, principalmente, sexual.
Como vocês pelo menos já ouviram através de conversas, nesses ambientes sempre existem, mulheres solitárias em busca de aventuras, famílias que trazem (filhas adolescentes que vem, às vezes, contra a vontade para apenas atender a imposição) e outros tipos que vêm por motivos diversos. E, assim sendo, na minha condição de artista, sempre existe alguém que se impressiona com nossa voz, as músicas que cantamos, sem contar com a aparência que, modéstia à parte, a minha não é de se jogar fora.
Foi aí que surgiu minha primeira aventura, com uma mulher rica e de classe, que estava de férias e ávida por prazeres carnais longe da sua terra e com pessoas diferentes. E, por minha sorte, ela gostou de mim e ficou olhando-me o tempo todo, com um sorriso nos lábios e mandando torpedos através do garçom, pedindo músicas do seu gosto. Claro que notei de imediato, que seu desejo não estava restrito apenas a minha audição musical. Seus olhares pecaminosos diziam sem pudores, que algo mais ela planejava na mente para fazer acontecer.
Não nego que, mesmo gostando daquele flerte, tinha duas preocupações: primeiro o receio de algo chegar ao conhecimento do hotel, com a conseqüência de perder minhas apresentações financeiramente melhores do que as que minha cidade oferece.  E segundo que sou casado e não gostaria de ter complicações com minha mulher. Muito embora ela sempre acredita em minhas explicações e tem em mim um homem, literalmente, fiel. Para isso eu sempre conto algumas investidas com tons de chacotas e desinteresse, reforçando assim a minha qualidade de apaixonado e que somente ela existe para mim (aprendi essa técnica com amigos mais experientes).
Mas não deu outra! Quando acabei a apresentação, estava colocando meu violão na capa, ela aproximou-se e, sem nenhum escrúpulo ou timidez, disse:
-Você não gostaria de tomar um drink comigo?
-Infelizmente eu não posso sentar-me com os hóspedes, mas gostaria muito de ter esse prazer.
-Por que não vamos para o meu apartamento, lá estaremos livres de olhares incômodos?
-Tenho certeza que seria maravilhoso, mas, por mais que pareça uma bobagem, não posso arriscar o meu espaço aqui e não quero sair em circunstancias embaraçosas.
-Você não tem alguma sugestão que não crie problemas e só prazer? Disse ela com um sorriso malicioso.
-Podemos fazer o seguinte: Eu me hospedo em uma casa lá do outro lado. Moro apenas com um amigo chamado neguinho (um cara discretíssimo e ainda, quando encontra com minha família, só faz elogiar-me, deixando-me com a maior média em casa). Se você quiser ir para lá, poderemos tomar uns drinks e teremos uma noite inesquecível.
-Tudo bem! Para mim não tem problemas. Você vai à frente e me aguarda do outro lado, pois eu não sei o endereço da casa. Combinado?
-Ok! A propósito, meu nome é Léo Tosta. E o seu?
-Lucienne Lavoisier. Sou filha de franceses. Estarei lá em meia hora.
-Lindo nome. Combina com a pessoa. (disse esse clichê ridículo usado pelos idiotas, como uma coisa original) Vou indo e lhe aguardo no local combinado.
Com o olhar desconfiado fiz uma varredura no ambiente, mas percebi que ninguém tinha visto com maldade aquele rápido diálogo junto ao palco. Acelerei meus passos, pensando em ir rápido para, antes que ela chegasse, fosse em casa arrumar um pouco a sala e, principalmente a cama, estirando o lençol que havia trazido de minha casa, preparando o altar para o sacrifício.
Ajeitei as coisas no quarto e pedi a neguinho que arrumasse a sala e depois se picasse para dar uma volta na rua, voltando apenas depois de pelo menos duas horas. Ele como cúmplice em tudo, não pestanejou em me atender, pois amigos são para essas coisas.
Voltei quase correndo e, graças a Deus, ela não havia chegado. Porém, não demorou cinco minutos, ela chegou.
-Oi! Demorei muito?
-Nada! Por você eu esperaria uma eternidade! (tornei a repetir mais um horrível clichê. Será essa a razão de me chamarem de Prosa Ruim?).
Ainda tímido, saí andando ao seu lado, mas ela, sem cerimônia nenhuma, pegou minha mão e encostou seu ombro em mim.
Logo chegamos à casa, entramos e a sala estava impecável dentro do possível (Neguinho nunca me falhou). Sentamos e ofereci uma cerveja, já que era a única bebida que eu disponha. Ela aceitou e fui rapidamente buscar. Porém, antes coloquei uma fita no microsistem de Neguinho para dar clima ao ambiente.
Começamos a beber, conversar e, em pouco tempo já estávamos abraçados aos beijos e as pegações, instintivamente, iam tomando proporções cada vez mais ousadas. Com os desejos já completamente aflorados, seguimos para cama, mesmo vestidos, e deitamos dando continuidade às carícias, a essa altura sem limites. Mesmo sem jeito, fomos nos desnudando paulatinamente e, em alguns minutos, já estávamos transando nas mais variadas posições. Ela era de uma doçura maravilhosa. E, em meu ouvido, sussurrava na língua dos seus pais: Mon amour, mon amour. Aquilo me dava um tesão que há muito não sentia!
Não sei nem quantas vezes gozamos, mas, certamente, foram várias e continuadas. Ela sabia fazer como ninguém e seu doce sotaque fazia brotar em mim, desejos de continuar dentro dela por uma eternidade. Era a primeira vez que tinha tido sexo com uma mulher estrangeira e francesa, que todos me diziam serem as mais sensuais na cama e na arte do amor. Estava tendo a prova ao vivo e a cores, entregando-me de corpo e alma.
Duas horas e meia depois, levantamos, tomamos um banho, ela vestiu-se e disse; Vou voltar para o hotel, pois não quero que os amigos que fiz aqui, ao acordarem não percebam que dormi fora. Não precisa levar-me até o cais, é perto e irei sozinha. Dizendo isso, me deu um beijo e uma boa noite tão sexy que me deu vontade de começar tudo de novo.
Fechei a porta, ainda sorrindo de felicidade, mas, quando entrei no quarto e olhei para cama, o lençol estava todo manchado, com rodas disformes de esperma e liquido vaginal, fora as marcas molhadas de nossas babas nas investidas bucais.
Pó! Como vou levar essa merda pra casa? Minha mulher não vai entender nunca! Pensei em voz alta, sem saber que atitude tomar.
Mas, rapidamente, pensei em ir direto para casa de minha mãe, lá lavaria o lençol e chegaria em casa com todos os indícios do gostoso crime apagados.
E foi o que fiz logo que cheguei à casa de minha mãe. Lavei com sabão de em pó, coloquei no sol para secar e, depois de seco, dobrei rapidamente e coloquei na sacola sem nem mesmo olhar o estado que estava. Porém, no meio da viagem para Itabuna, rememorando as delícias daquela deslumbrante noite, lembrei-me do lençol e resolvi olha-lo com mais cuidado, já que minha mulher é inteligente, meticulosa e observadora. Quando abri a sacola e o desdobrei, tomei um bruto susto, pois, mesmo depois de lavado, as manchas persistiam meio amareladas, como se estivessem querendo me incriminar. Fechei o zíper ligeiro e passei a pensar a desculpa que daria ao chegar. Mas, infelizmente, nada vinha em minha mente que eu achasse justificável.
Depois de pensar durante o resto do trajeto, me deu um estalo com uma idéia luminosa e eu pensei: Quando chegar em casa já sei o que vou fazer. Pensei isso com um sorriso nos lábios, imaginando como eu sou esperto e sagaz.
Ao entrar em casa, embora com algum tremor interno, mas cheio de segurança externamente, abri a sacola, como faço habitualmente, pegando as camisas, calças, bermudas, etc. e atirando ao chão. Mas, o fatídico lençol, fui pegando sorrateiramente e indo lavá-lo com detergente, Q-Boa e sabão de coco, deixando o miserável mais braço do que bunda de albino. E, para não ficar muito na vista e despertar curiosidade na minha disposição de lavadeira, coloquei o bruto para secar lá no terraço, onde minha mulher não circula com regularidade.
Mas, minha mulher é bastante observadora, como já disse, ficou estarrecida em saber que eu, assim que chegara, havia lavado o lençol, coisa que não faço jamais, mesmo com uma década de casado.
-Léo, mate minha curiosidade: Por que você chegou e foi logo lavar o lençol, já que você nunca lavou nada aqui em casa?
-Tremi nas bases, mas a única resposta que veio em mente foi: Meu bem, eu esqueci de levar a toalha e me enxuguei esses três dias com o lençol. E como ele estava fedendo eu resolvi lavá-lo para não lhe dar trabalho.
-Você pensa que eu nasci ontem, para acreditar numa conversa ridícula dessa?
-Foi, minha filha! Eu só quis ajudar você que trabalha tanto...
-Qualé rapaz! Alguma merda aconteceu e você está me escondendo. Diga logo a verdade, pois eu jamais vou acreditar numa prosa ruim dessa.
-Você acha que eu ia esconder algo de você?
-Acho sim. Pois você tem sempre estado estranho depois dessas suas idas e vindo constante, para o Comandatuba e outros hotéis.
Puxa! Seu mal é esse. Sempre procura uma briga sem nenhuma razão!
O fato é que já se passaram vários dias, e a desconfiança continua evidente, mesmo eu dando testa e confirmando minha estória. Acho que perdi o meu crédito e preciso pedir a Neguinho para me dar uma força, falando sobre a minha pureza e honestidade.
Preciso melhorar a minha prosa para ter desculpas mais viáveis, pois sei que essas aventuras estão apenas começando. Jamais posso perder essa oportunidade de dar a chance ao meu pinto de ser um “polivaginal” e eu passar a ser um poliglota de tanto fazer boquete nas estrangeiras.
Mas, essa desculpa do lençol foi uma merda e jamais a repetirei!

*Escritor (Vida Louca –ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

Seu olhar!

                                         Antonio Nunes de Souza*
São duas gotas de esperança,
Que olhando nunca se cansa,
Só faz nos encher de prazer.
São duas pequenas contas,
Acesas e sempre prontas,
Querendo o mundo entender.

São como se fosse a floresta,
Encravada abaixo da testa,
Desafiando o mundo.
São tão lindos e pequenos,
Olhar doce e com veneno,
Brilhante e muito profundo.

São duas gotas do mar,
Transformadas em olhar,
Cheio de sedução.
Feliz de quem conseguir,
Esta mulher seduzir,
E ganhar esse olhar de paixão.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com) antoniomanteiga.blogspot.com)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Camisinha é uma roupa essencial!


                                                     Antonio Nunes de Souza*

Nós todos, para enfrentarmos as intempéries climáticas, temos a obrigação e cuidado de nos agasalharmos a depender da situação sazonal e social que estamos enfrentando. Essa atitude além de importante, faz parte da nossa proteção e, como somos vaidosos, surgiu o modismo e as diversas criações através dos estilistas, que nos protegem com elegância e charme.
Mas, tem uma situação quer seja a estação que for (primavera, verão, outono ou inverno), que toda essa parafernália é jogada de lado e, como vestuário, vem a essencial camisinha, o popular e eficiente preservativo. Lógico que você já percebeu que estou referindo-me a hora da pratica da relação sexual segura, que lhe proporcionará uma tranqüilidade contra as DSTs (doenças sexuais transmissíveis), principalmente a famigerada AIDS que pode levar a sérios sofrimentos no decorrer, inclusive a óbito.
Vale dizer que não sou nenhum sexólogo ou profissional da área, apenas pela experiência de vida (posso até dizer com saudade que já fui bom nessa prática), que aproveito para chamar a atenção daqueles que, nas afobações do ato esquecem esse fato de importância vital, ou desprezam achando que as tragédias só acontecem com os outros e, estupidamente, não usam com a regularidade necessária.
Todos nós, sem exceção, estamos passivos de sermos surpreendidos com algum tipo de doença, se as precauções não forem tomadas dentro dos padrões recomendados pelos médicos. Principalmente com a liberdade já instituída com a modalidade tão usual no momento, denominada de “ficante”. Essas pessoas, preocupadas com os prazeres nos momentos e oportunidades que surgem, principalmente as mulheres, que devem, mesmo no calor e avidez da prática, exigir dos parceiros vestir o pinto antes de afogar o ganso. As mais previdentes até carregam em suas bolsas, pois sabem que a grande maioria dos homens não é partidária de tal prática e abusa quando não encontra resistência feminina.
Com uma sólida resistência, você está provando que é uma pessoa que se cuida, confiável e protege-se contra os desagradáveis acidentes de percursos que ocorrem constantemente.
Tenho uma amiga que, além de levar na bolsa várias e de diversos tamanhos, contou-me que em uma ocasião, quando chegou à cama com o parceiro percebeu que o referido cavalheiro tinha arma descomunal, que, mesmo a camisinha GG não daria nem para cobrir a glande. Pra ele teria que ser não uma camisinha, e sim um casaco ou pulôver. Assustada e preocupada para que a transa não se transformasse em um “harakiri”, disse com o maior rapidez e esperteza: Querido vou lhe fazer uns carinhos manuais e você vai sentir os maiores prazeres de uma maneira genérica, pois minha menstruação acabou de chegar. O cara acatou, ela disse que pegou a “garrafa PET” com a duas mãos e danou-se a fazer educação física. Mas, sem a camisinha não permitiu de forma nenhuma!
Siga esse exemplo e tenha a convicção que sua saúde estará sempre protegida!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.Blogspot.com)