quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estamos todos loucos?

Estamos todos loucos?
Antonio Nunes de Souza*

Estamos convivendo como se fossemos animais irracionais, assustados e com medo uns dos outros, desconfiando até das nossas sombras. Antes nos sentíamos seguros quando estávamos nas ruas, pois, devido o movimento das pessoas, dificilmente algum ladrão ousava nos roubar ou assaltar, com medo de ser preso ou linchado pela população. Uma dupla policial denominada “Cosme/Damião”, rondando a cidade eventualmente, era suficiente para nos dar guarida e tranqüilidade em nossos passeios matutinos, vespertinos e noturnos.
Podemos dizer que eram anos dourados, tranqüilos e serenos. Até a movimentação de veículos era mais suave, uma vez que automóvel somente os privilegiados podiam comprar. Atropelamento era algo raro e, mesmo assim, quando ocorria era devido uma criança que corria atrás de uma bola ou algum idoso que atravessava a rua distraidamente. Semáforos e câmeras nós nem imaginávamos que um dia pudessem existir, já que a necessidade era inexistente.
No entanto, hoje com o tal progresso e a tecnologia, passamos a usufruir dos equipamentos mais sofisticados em nossos lares, computadores que são verdadeiros seres humanos, comunicações via satélites e mais um milhão de outras novidades e temos que conviver com o comportamento assustador dos homens que, absurdamente, estão voltando a ser trogloditas, esquecendo os valores, respeito aos direitos alheios, amor a vida, meio ambiente, religiosidade, solidariedade e ao caráter.
Será que vale a pena estarmos atravessando uma era de tecnologia de ponta e, ao mesmo tempo, destruindo o mundo e nos matando mutuamente?
Vendo através da televisão cenas ao vivo de guerras cruéis e grotescas, por disputas religiosas ou mesquinhez de faixas de terras, proporcionando mortes de inocentes de todas as idades?
Como podemos nos considerar racionais, se no reino animal o respeito é, comprovadamente, bem superior?
Vamos com calma minha gente! Parem para raciocinar e ver que estamos chegando ao limite. Estamos provando para nós mesmo como somos pobres e podres de espírito quando agimos dessa forma aviltante e maléfica. Quem lucrará com isso no futuro? Pois, no presente, já estamos vendo como estão sendo desastrosos os resultados.
Até a família já está tão fragilizada, que os incestos e crimes que ocorrem no dia-a-dia se tornaram notícias banais na mídia.
Ainda somos gente ou estamos sofrendo uma horripilante mutação para nos transformarmos em monstros?
Todas essas perguntas devem ser avaliadas, pois, por mais que pareça que estou exagerando, basta apenas que você faça uma reflexão a respeito e, sem dificuldade, ver quanto estamos à beira do abismo.
Se ficarmos em casa temos que nos cercar de parafernálias de segurança. Se sairmos as ruas estaremos passivos de assaltos, seqüestros relâmpagos, balas perdidas, etc., então, em que lugar poderemos considerar que estamos seguros?

Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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