quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Somos todos conquistadores!

Somos todos conquistadores!
Antonio Nunes de Souza*

Essa característica humana é, comprovadamente, uma realidade. A afirmação baseia-se em estudos científicos, pesquisas aprofundadas e a vivência patenteada dentro do próprio cotidiano. Entretanto, não podemos tomar essa virtude (?) inata como algo assustador, pois, não fosse esse espírito de conquista, jamais teríamos alcançado uma série incomensurável de benefícios que, graças aos desejos humanos de conseguir seus intentos, foram e são ampliados leques em todos os sentidos na nossa sociedade e, como tudo na vida, alguns malefícios também.
Certamente, como representa uma tônica do comportamento humano, este recurso é também usado com uma força significativa na área afetiva, provocando uma desestabilização posterior no conquistado, que, após ser receptivo e se envolver com os encantos, logo deixa de ser interessante ou menos valorizado pelo seu conquistador.
Será normal esse comportamento estranho?
Por que lutamos tanto para ter atenções e, depois que conseguimos, procedemos como se tivéssemos ganhado um troféu, colocando-o na prateleira como um enfeite ou lembrança de uma batalha e partimos em seguida para outros horizontes?
Parece algo inexplicável, mas é uma insólita verdade! Pois, quando almejamos alguma pessoa, não medimos sacrifícios, nem promessas mirabolantes, desde quando esse comportamento esteja funcionando a contento, fazendo a provável presa abrir sua guarda e ficar embevecida com um futuro que não existe, que somente vai patrocinar alguns momentos no presente, transformando-os logo em seguida em uma doce lembrança do passado.
Como todos nós temos ciência desse comportamento, por ser natural e humano, nada melhor que tomemos precauções quando deparamos com situações dessa ordem, não confiando cegamente nas belas juras cheias de palavras vazias. É evidente que não devemos ser céticos ou descrentes, mas, “cautela e caldo de galinha nunca fez mal a ninguém.”
Melhor será sempre colocar-se também como conquistador, rechaçando veemente o contendor (se ele não lhe interessar), evitando perda de tempo e o perigo de decepções temporárias ou seqüelas vitalícias.
Eu, sinceramente, sou como todos! Mas, pelos atropelos e topadas nas caminhadas dessa vida louca, aprendi a lidar com os “inimigos amorosos” com uma classe que posso dizer: Invejável. Todas as oportunidades que aparecem jogadores na minha mesa afetiva, sempre se enganam imaginando que eu estou recebendo as cartas, mas, na realidade, eu é que sou o “carteador”. E, para evitar um “blefe”, sorrateiramente, trago umas cartas na manga para situações emergenciais. Felizmente, procedendo assim, sempre tenho me saído ileso de circunstâncias que poderiam ser bastante desagradáveis.
Portanto, sejamos todos conquistadores. Mas, tenha cuidado que o seu conquistado, espertamente, pode lhe dar um cheque-mate!

*Escritor e poeta (Vida Louca - ansouza_ba@hotmail.com) 21/08/2008

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