Existe definição para o amor?
Antonio Nunes de Souza*
Certamente que sim!
Mas, depois de milhares de definições que os humanos vêm dando ao longo dos anos, provavelmente alguém deve estar correto na sua verborréia ou, no mínimo, conseguiu se aproximar o mais perto possível da verdade absoluta (?).
Podemos dizer, através de pesquisas e estudos, que os trogloditas como ainda não tinham uma alfabetização rápida e dinâmica (infelizmente não existia o projeto TOPA – todos pela educação), a única maneira de expressar esse sentimento era transando e depois fazendo desenhos de sacanagens nas paredes das cavernas. Talvez estes tenham sido os povos que mais “amaram” na face da terra, graças a falta de diversões (tv, jornais, jogos eletrônicos, computador, orkut, msn, revistas, novelas, iluminação nas florestas e os ataques de animais selvagens, etc.), então, suas alegrias favoritas eram umas transadas a luz de tochas durante a noite e buscar alimento na selva durante o dia. Poderia até ter sido uma vida de rotina: “De dia na agricultura e de noite na criatura”. Mas, que devia ser uma delícia, não tenho nenhuma dúvida.
Como todos nós temos direito a opiniões, não vou me omitir de dar a minha logicamente baseando-me no meu mais de meio século de experiências, sendo algumas das mais desastrosas e outras que deixaram saudades e ótimas recordações. Porém, todas eficientes e proveitosas! Creio que a rotulação de “amor” seja a síntese de uma série de sentimentos (amizade, simpatia, respeito, sinceridade, paixão, desejo, companheirismo e cumplicidade) que, englobados, transformam-se nesse discutido e cultuado sentimento abstrato, que, além de remover montanhas, tem causado uma série de hecatombes na história da humanidade.
Os poetas sonhadores supõem que ele seja infinito, mesmo quando algumas das essências se perdem com o tempo, ou razões diversas, uma vez que as boas lembranças nunca podem se apagar, mesmo quando são salpicadas por seqüelas.
Tenho ouvido os radicais dizerem, enfaticamente, que o amor acabou! Porém, todos que já amaram alguma vez, dizem que nunca esqueceram esse sentimento dedicado a alguém ou alguma coisa, mesmo tendo o discernimento de fazer restrições às ocorrências que desqualificaram a mistura físico-psíquica, pois, dificilmente, todos os condimentos da sua fórmula são sumariamente destruídos.
Entretanto, como todas as regras têm exceções, supomos que alguém já tenha conseguido manter essa chama por toda vida ou se adaptaram de tal forma na convivência que, a vida a dois, passou a ser mais um hábito e não a velha afetividade cognominada de amor.
Nunca rotulei as coisas ou pessoas que gosto muito, aprecio, sinto vontade de ter e estar junto, com essa obscena palavra. Uso “meu amor ou eu amo muito” mais como uma expressão idiomática para enfatizar o quando eu gosto e me deixa feliz. Não que eu tenha medo “dele”, ou seja preconceituoso, mas, apenas porque o considero altamente abstrato e dependente de uma série de comportamentos outros (afeto, solidariedade, afinidade, respeito, cumplicidade, excitação, etc.). É como um bolo que, para ser bolo, precisa de uma série de condimentos misturados para que ele se torne um alimento bonito, saudável e gostoso. E se faltar algum ou a mistura não for a certa, ele não deixará de ser um bolo, mas, horrível para alguém agüentar digerir.
Portanto, por que não agimos com sensatez usando a cabeça em vez do coração (que é uma desculpa, pois coração não pensa e nem decide nada), aproveitando todos os momentos agradáveis que a vida, bondosamente, nos proporciona, desfrutando nossos momentâneos prazeres, vivenciando novas emoções sem ter a obrigatoriedade de estarmos, na maioria das vezes, subalternos e subservientes a terceiros que, a qualquer hora por aparecer algo ou alguém mais interessante, nos troca sem a menor cerimônia.
Será que você vai preferir pagar caro para aprender ou parar para pensar a respeito?
Se acreditar mesmo no amor, então se ame em primeiro lugar!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
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