quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O dia que Obama sumiu!

O dia que Obama sumiu!
Antonio Nunes de Souza*

Em virtude da grande amizade e afinidade entre os presidentes Lula e Barack Obama, lógico é que, tranquilamente, suas visitas entre países tornou-se comum não só pela afetividade como também para parcerias comerciais e o Obama matar a curiosidade melhorando seus conhecimentos pessoalmente do nosso maravilhoso e encantado Brasil.
Pelas justas e explicadas razões, nosso querido e admirado Barack ( que Lula já lhe chama na intimidade de Bara), na calada da noite, (como faz o Sarney e sua troupe no Senado para fazer estripulias), planejou uma viagem secreta a nossa emergente e poderosa terra tupiniquim, sendo que o seu maior desejo seria uma visita de três dias a Salvador, para conhecer de perto a cidade que é povoada por milhares de seus antepassados. Para ele, nossa cidade é a Nova Orleans brasileira! Música, dança, negros e muita curtição!
Tudo foi preparado, contatos feitos entre o Itamaraty e a Casa Branca (mas, tudo na moita imitando nosso senado, literalmente). Não a parte errada e condenável, apenas a mesma fórmula secreta que enganou muitos anos ao povo brasileiro.
Entraram em contato com nosso Secretário da Cultura Meireles, solicitando o maior sigilo e, sem demora, arregimentasse um ensaio do Olodum no Pelô, Uma saída do Yllê na Liberdade e uma visita ao Terreiro de mãe Creuza. Sendo fundamental que fossem colocadas a disposição dos homens do FBI fantasias dos blocos e para as policiais mulheres que acompanharão, roupas do Orixás e um pequeno curso da dança original do candomblé, para que todo policiamento seja feito no ritmo e sem despertar suspeitas. Para o presidente Obama, bastaria fazer uma aplicação de mega hair com trancinhas, uns brincos com penas coloridas e uma camisa com a estampa: Sou Chicleteiro!
Com a eficiência de Márcio Meireles, tudo ficou pronto imediatamente e a data foi marcada na surdina, apenas anunciada que haveria tais festejos, sem contudo dizer que seria algo especial para o presidente americano. Pois, até o nosso presidente, também para entrar no esquema sigiloso, estaria presente, juntamente com sua equipe da polícia federal todos fantasiados de Filhos de Gandy.
Chegado o dia, desce no aeroporto Dois de Julho (apelidado de Luiz Eduardo) um jatão sem os emblemas americanos e, sorrateiramente, dois ônibus recolhe todos os passageiros, levando-os direto para o local onde seriam feitos os disfarces combinados.
Rapaz! Quando aprontaram o grupo, todos com fitinhas do Bonfim nos pulsos e caracterizados, a sala parecia o camarote 2222 de Gil em pleno carnaval. Mais que depressa, entraram nos ônibus e seguiram para o primeiro evento no Pelô, onde já estavam sendo esperados pela maravilhosa bateria do Olodum, imaginando ser mais uma apresentação pública como fazem durante os 365 dias do anos.
Saltaram e, discretamente, foram se acomodando no meio do povo, pois foi dispensado um camarote especial para não dar na pinta ou bandeira, e os tambores começaram a repicar com aquela harmonia sensacional e convidativa, fazendo com que toda equipe começasse a se balançar no meio da multidão presente.
Alguns minutos depois Obama já estava suando em bicas e pulava como um Saci, sambando como se um baiano fosse. Aí, num vacilo dos seus agentes, que já estavam também no clima e só olhavam as bundinhas das meninas nos remelexos que só as brasileiras têm, uma negra linda e sexy agarrou Obama pela cintura e começou a dançar, se esfregando de cima a baixo, sem mesmo saber com quem estava se envolvendo. O fato é que o cara tem charme, estava no maior embalo e ninguém seria capaz de dizer que ele não era um soteropolitano da gema. Ele não deixou por menos. Mexia ainda um pouco desajeitado, mas com ritmo e elegância e fazendo uma cara safadinha de que estava adorando aquela zorra total.
Nisso, como é peculiar nas nossas festas de largo, começou uma porrada no meio do povo e, num minuto, a multidão embolou toda, a comitiva se espalhou e o Obama sumiu completamente.
Acalmado os ânimos, a pedido do cantor como é rotina, começou o reboliço para localizar o homem. Imaginem vocês que conhecem a merda que é transitar com o Pelourinho abarrotado de gente, ruas estreitas, pedras irregulares horríveis para se caminhar. Estava enlouquecida a turma do FBI. Totalmente loucos e desesperados! A federal brasileira, por dominar bem a língua começou a trabalhar incessantemente, mas sem poder dizer quem estavam procurando, para que a confusão não aumentasse e a mídia não tivesse conhecimento do fato inusitado.
Para não me alongar mais, vou omitir a loucura que foi nos dias seguintes com mais de cem agentes americanos e toda federal brasileira catando o presidente americano. O fato é que ele foi encontrado cinco dias depois, sentado no Rio Vermelho no bar do Acarajé da Dinha, tomando uma cerveja, abraçado e aos beijos com a mesma negra linda que lhe pegou no Pelourinho. E só foi reconhecido pelos policiais por causa do sotaque, quando ele pediu: Eu querer mais um Skol gelado cu de foca! Imaginem que já estava falando do modo baiano e a camisa estava com as mangas cortadas, sem gola e estilo abadá. Sem contar dois colares de Ogum no pescoço.
-Seu presidente! Estamos loucos a sua procura! Vamos sair daqui imediatamente excelência!
-Nada disso brother! Não querer mais volta meu terra! Eu ser chicleteiro, já me escreveu na bloco Araketo e vou sair com minha amigo Tatau na trio elétrica no carnaval! Aqui ser a terra de todos nós! E vou querer um mesa no camarote da Daniela Mercury!
Nisso, com a ordem do embaixador americano através do celular, o médico da comitiva aplicou com destreza e rapidez uma injeção sonífera no homem, pegaram o cara, colocaram no carro e partiram imediatamente para o aeroporto, seguindo rumo aos States, evitando assim um escândalo internacional.
Vocês podem estar curiosos como foi que eu soube dessa estória, mas, mato a cobra e mostro o pau. A negra linda pivot desse fato é minha grande amiga Vera, que me contou e pediu segredo. Ela sempre está recebendo ligações da Casa Branca, porém bloqueou o celular porque seu namorado atual é muito ciumento.
E, como eu não sou baú...
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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