terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O terceiro(?) Sexo!

O terceiro (?) sexo!
*Antonio Nunes de Souza
Está pensando que estou louco?
Nada disso! Não podemos negar, hipocritamente, que não existe um sexo alternativo. Lógico que é uma mistura dos dois oficiais, sem precisar de interferências laboratoriais, nem cientistas loucos a procura de inovações, que errando a mistura dos genes ou moléculas, criaram esse sexo híbrido maravilhoso. Podemos até chamá-lo de genérico, já que é uma variação do gênero, com completa substituição feminina, sem o perigo da procriação indesejada.
Trata-se de uma opção espontânea de cada indivíduo, que escolheu seu posicionamento sexual, abraçando totalmente a conceituação de que a libido é para ser utilizada da maneira que mais lhe apraz e não do modo que a sociedade deseja, ridiculamente, impor. Se Deus criou o homem e a mulher preocupado com a perpetuação da espécie, os homens, aproveitando o livre arbítrio que lhes foi concedido, mais que depressa, criaram uma variável dentro do mesmo tema, apoiados enfaticamente pelos outros dois oficiais, com a finalidade única de desfrutar os prazeres sexuais, sem preocupação de engravidamentos inesperados. Conseqüentemente, não colaborar com o aumento absurdo da densidade demográfica mundial. É um sexo onde somente o prazer é preponderante, sem precisar de pílulas preventivas.
Queiramos ou não, temos que reconhecer que os pares desse gênero oficioso (que já está sendo oficial em alguns países), levam algumas vantagens econômicas espetaculares perante os casais de sexos diferentes:
Não gastam com anticoncepcionais, não têm despesas com partos, enxovais infantis, escolas e cursos paralelos para filhos, não precisam de babás, podem sair a qualquer hora sem a preocupação de com quem deixar as crianças, não pagam padres ou juízes para oficialização das uniões e as separações não têm burocracias (quando muito, umas rodadas de baianas). Mas, isso acontece também com os outros casais ditos normais, até no Reino Unido.
A variação de comportamento das pessoas que proclamam orgulhosamente serem integrantes do terceiro sexo é incomensurável. Para enumerá-las, precisaria de uma enciclopédia com vários volumes, se fossemos partir da “louca varrida” até o “enrustido”. Vale dizer que, em todos os gêneros, as variações de comportamentos são relativamente semelhantes e, quantitativamente, existe uma similaridade. Porém, não podemos deixar de colocar o tapete vermelho para os apologistas dessa opção, pois, na sua quase totalidade, são pessoas inteligentes, cultas, educadas, altamente produtivas, inventivas e, acima de tudo, corajosas para enfrentar o preconceito brutal da hipocrisia social existente.
Precisamos mudar nossos conceitos, respeitar as opções de todos os seres humanos, desde quando haja uma mutualidade. Afinal de contas, essa denominação de terceiro sexo, fazendo-se uma analogia gramatical, está tratando de pessoa pertencente ao masculino ou feminino, que, simplesmente, optou por relacionar-se afetivamente com pessoa do seu mesmo sexo. Sendo assim, paradoxalmente, o terceiro sexo existe de direito e de fato. E esse direito está sendo adquirido mundialmente a passos largos. E, assim que haja uma oficialização concreta, voltaremos a poder afirmar com segurança e sem preconceitos de nenhuma espécie, que continua e continuarão existindo somente dois únicos sexos, onde apenas as pessoas fazem o que desejam com seus corpos, sem estarem passivas das idiotas recriminações.
Portanto, na realidade, não existe e jamais existirá um terceiro sexo! Essa denominação imposta pela mediocridade da intolerância, não passa de um impulso machista/feminista que deseja combater uma realidade milenar. E, pelo visto, os casais (homem/mulher) estão cada vez desaprendendo a conviverem, pois, estatisticamente, a evolução de adesões a essa opção está crescendo numa proporção tão significativa, que o mercado já dedica, com carinho e qualidade, diversas atividades especificamente para essa grande fatia de consumidores exigentes e especiais.
Assim sendo, reflexionem suas idéias, seus conceitos e preconceitos e passe a encarar com naturalidade e respeito o comportamento ou opção sexual de todas as pessoas, desde quando não interfira na sua vida. Devemos olhar e analisar qualquer ser humano pelo seu caráter, seu profissionalismo e sua competência. O resto é problema de cada um!

*Escritor e poeta (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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