segunda-feira, 24 de junho de 2013

As passeatas no Brasil!

                            Antonio Nunes de Souza*

Continuo observando atentamente, mas, com parcimônia, todas as manifestações desejosas, tendo como primordial o aumento do transporte coletivo, agora, com observações lógicas de novos aderentes, passaram a englobar todos os outros pecados mortais praticados pelos políticos corruptos, incompetentes, omissos e inexperientes!
Embora, praticamente, toda mídia nacional e internacional, esteja elogiando esse grande movimento como uma iniciativa popular, para defender o país das garras dos políticos surripiadores do dinheiro público, continua na minha singularidade, sem acreditar que, sem incentivos políticos por trás, para enfraquecer o prestígio dos atuais governantes já preparando seus terrenos para voltarem aos seus poderes e, sem a menor cerimônia como no passado, deixarem as coisas correrem da mesma ou pior forma, tapeando nosso festeiro povo com pão, circo e futebol, certamente estaríamos todos voltados felizes para a copa que está sendo realizada!
Continuo enfatizando esse pensamento, que parece ser menos lógico na visão simplista de algum leitor, tendo como um grande fundamento já que estamos há várias décadas, para não dizer séculos, sendo explorados por uma gama substancial de oportunistas saqueadores dos cofres públicos, além de provedores de grandes negociatas vergonhosas. E, nosso passivo povo, jamais se aglomerou para fazer reivindicações em massa, apenas dedicando-se as queixas comuns entre si, porém encarando com normalidade que o político é para roubar mesmo e não adianta falar, pois nada acontece. Ou seja, já passou a ser uma atitude oficial ou oficiosa que, como boas ovelhas, temos que aprovar e sofrer com as conseqüências. Uma vez que as nossas obsoletas leis, feitas e aprovadas por eles mesmos, não tem como prendê-los e expurgá-los da política nacional. É com uma bruta e gigantesca tristeza que vejo esses homens serem condenados como corruptos e,absurdamente, esse mesmo povo os reelegem para seus antigos lugares para realizarem novas falcatruas!
Como é que esse mesmo povo tem coragem de ir para as ruas gritar com ênfase o refrão: Abaixo a corrupção!? Se sua maior arma é o seu voto e este é usado por conveniências, interesses, indicações de patrões e simpatia aos mais bonitos e festeiros.
Infelizmente, pelo volume que o sistema alcançou em termos de poderes, dificílimo será mudar essa dinâmica comportamental, principalmente por ser favorável aos grupos mais bem aquinhoados de riquezas no país.
Mesmo um tanto descrente em função das razões expostas, desejo de coração que, mesmo sendo um movimento meio obscuro de interesses, vá ter alguma validade com relação a algumas mudanças e que o povo tire seus antolhos, escolhendo melhor seus administradores e legisladores!
Inclusive aprender a ser cobrador, pois, os políticos, são nossos empregados, servidores públicos pagos por nós para que nos sirvam com decência e honestidade!


*Antonio Nunes de Souza - Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O projeto da "CURA GAY"!

Antonio Nunes de Souza*

Enquanto o país está em tensão extrema com as passeatas de protestos contra os vinte centavos de aumento no transporte coletivo, movimentos mesclados com vândalos contratados para incentivar os grupos e, ao mesmo tempo, fazerem badernas, quebram quebras, destruições de patrimônios do próprio povo, outros grupos, mais bandidos ainda, se aproveitavam para fazerem saques, roubos, arrombamentos de casas comerciais, incendiarem carros, ônibus, apedrejarem policiais, etc., nesse mesmo momento, a câmara de deputados estava tremendamente preocupada em aprovar um projeto inusitado e incrível denominado CURA GAY!
Lógico que se for contado isso em qualquer lugar do mundo servirá de gozação ou pensam que você está brincando. Mas, é a mais pura das verdades. Um deputado que não é do SUS, mas, ferrenho protetor dos CUS, acredita, piamente, que dar o fiofó seja uma doença grave, que eu não sei se ele acha que é contagiosa ou hereditária, mas, dependendo de um bom tratamento, pode-se transformar uma bicha louca daquelas bem espalhafatosas como essas que aparecem nos programas humorísticos das televisões, num dos mais respeitáveis garanhões brasileiros.
Se ele pensa que é um problema psíquico, está enganado redondamente, pois, segundo uma psicóloga de renome internacional, não se trata de distúrbio mental e nada tem a ver com as funções cerebrais. É vontade de dar o chicote mesmo. Não se tem uma explicação convincente, porém, segundo declarações abalizadas de praticantes rotineiros, é uma verdadeira delícia esse ato, principalmente quando praticado com e por amor!
Então, já que esse comportamento é de vontade própria e desejo sexual, devemos todos nós respeitarmos as pessoas que assim procedem e se consideram felizes com suas práticas, vivendo independentemente, sendo inclusive excelentes profissionais nas suas atividades.
Eu, com minha mente cheia de criações malditas, imaginei logo como seria uma clínica especializada em curar gays. Todos acordariam às cinco horas da manhã, tomariam uma ducha fria, colocariam suas roupas de ginástica e os médicos soltariam vários Petibulls atrás deles para que corressem ligeiro para não tomarem mordidas na bunda. Na volta, fariam uma série de ginásticas com marombas de vários pesos e, depois de dez minutos de descanso, duas horas de aulas de Karatê, Judô, Box e mma. Após essa maratona, um café robusto e, em seguida, dar vinte voltas numa piscina olímpica com água gelada, parando para um almoço com dobradinha, feijoada, sarapatel e feijão tropeiro. Claro que com bem pimenta, etc.
Depois dessas pequenas tarefas, um bom descanso de uma hora e, imediatamente, um ônibus levariam todos para um bar da periferia, daqueles de malandros e pagodeiros, para aprenderem gírias, o linguajar falado na malandragem, como ganhar as gatas nos bailes funks, etc.
No fim da tarde voltariam um pouco cansados, jantariam e cada um iria para o seu quarto, onde uma enfermeira já estaria nua em sua cama, para dormir bem abraçada fazendo todas as carícias possíveis.
Lógico que, na manhã seguinte desse comportamento médico, haveria um suicídio coletivo de todos os pacientes!
Não sei se exagerei nas minhas elucubrações, mas, deixo patenteada a minha indignação com esse ridículo preconceito, uma vez que todos temos nossos direitos de escolher as opções sexuais que mais nos apraz, exercendo o famoso livre arbítrio. A câmara de deputados deveria se preocupar com coisas que realmente sejam problemas e não preferências sexuais. Assim como todos nós lutamos pelo nosso direito de ir e vir, os homossexuais têm o direito de dar e receber, desde que não ofenda ou firam nenhuma pessoa!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

terça-feira, 18 de junho de 2013

R$0.20 é o bode expiatório!

                  Antonio Nunes de Souza*

Eu, puta velha, depois de atravessar muitas décadas acompanhando essa política horrorosa do nosso país, onde as características dos nossos ilustres eleitos são na grande maioria, infestadas de corruptos e desnaturados, tenho direito de desconfiar de determinados procedimentos que, com as astúcias que são preparadas, por mais sagaz que você seja, termina procedendo como “Maria vai com as outras”, já que nós brasileiros adoramos esculhambação e carnaval.
Esse filme que estamos vendo esses dias, nada mais é que um repetição dos “caras pintadas”, organizado por grupos interessados em derrubar Collor de Melo, em função de estar atrapalhando muitas coisas, mesmo sendo ele nada de maravilhoso em sua tonta e desastrada administração. Mas, não fosse a armação bem feita pela oposição, ele teria terminado sua gestão, assim como muitos iguais ou piores, passaram pelo palácio da aclamação e o povo engoliu sem maiores protestos!
Pode-se perceber que, dentre os seguidores do movimento, cuja característica exposta é de uma manifestação pacífica, grupos de vândalos com os rostos cobertos, seguem nas frentes quebrando tudo, provocando incêndios, atacando os policiais, saqueando lojas e bancos, estimulando os pobres idiotas que acreditam que esses canalhas estão ali para favorecê-los. São, simplesmente, os soldados do mal, pagos regiamente, mantidos por aqueles que querem desestabilizar os governos municipais, estaduais e federal, já preparando suas podres campanhas, calcadas em fatos por eles provocados, citando em seus palanques e na mídia que foram movimentos espontâneos da população.
É quase impossível alguém com bom discernimento, achar que um aumento de vinte centavos numa passagem seja a causadora de tamanha revolução! Todos os dias ou todas as horas vemos notícias, fotos, filmes de corruptos de bilhões de reais e ninguém vai a rua reclamar que seu dinheiro está sendo saqueado. Falam, comentam, mas, sempre achando que é um comportamento normal dos políticos.
Embora achando justa a reivindicação, seria maravilhoso que, realmente numa manifestação de brasilidade e cidadania, o povo fosse as ruas em sua totalidade, exigir a saída desses bandidos protegidos por redomas criadas por eles mesmo e, infelizmente, sempre reeleitos pelo sofrido povo que, muita vezes inocente, ou interessados em mamar também nas gordas tetas do governo!
Desejo que os aumentos não vinguem, mas, o mais importante é estar atento as coisas muito maiores como a educação, saúde, segurança e moradia, que o governo manda os recursos e estes são surrupiados pelo caminho em função da benevolência das leis obsoletas.
Infelizmente, ainda tenho minhas dúvidas com relação à prova de cidadania brasileira. Creio que, cantar nosso hino com orgulho e em defesa da nossa pátria, somente existe nos jogos da seleção brasileira!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras –          antoniodaagral26@hotmail.com  



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tenha cuidado com as gozações!

                                   Antonio Nunes de Souza*

Humberto era um eterno gozador e aproveitava qualquer detalhe para se apegar, fazendo suas críticas e gracejos, sempre pensando em sacanear seus amigos, não só nas horas de lazer, como também dentro do trabalho. Era o palhaço da turma e sentindo-se bem ser o alvo das atenções nas reuniões. Lógico que ele provocava esse status, atropelando todos com suas falações, deboches e apelidos novos para seus velhos amigos. Um verdadeiro pentelho, mas, era simpático apesar da sua língua maldita e suas brincadeiras, muitas vezes, nada agradáveis ou bem aceitas.
Como ocorre normalmente nas grandes empresas, geralmente entre seus funcionários nos diversos e grandes departamentos, formam-se grupos que se agregam fazendo seus festejos, eventos, etc., sempre juntos com  participação de todos os familiares. E, assim sendo, era grande e versátil o grupo que Humberto e a família participavam, pois eram todos funcionários da Petrobrás.
Um belo dia chegou transferido para esse setor, um novo funcionário chamado Uriel que, curiosamente, morava no mesmo bairro e na mesma rua que Humberto. Já se conheciam de vista, mas, sem nenhuma intimidade. Inclusive o Uriel era calado, tinha uma voz fina, sendo uma pessoa, notadamente, discreta bem ao contrário do nosso amigo.
Como se trabalhava com produtos processados do petróleo, no fim do expediente, todos tiravam suas roupas de trabalho e tomavam banho num banheiro coletivo, obviamente numa completa nudez, sem os tolos pudores que as mulheres normalmente têm. Foi aí que aconteceu algo constrangedor com relação o nosso novo colega. Quando ele tirou a roupa, todos se assustaram com o tamanho do penes do cara! E não era por ser grande demais não. A merda era insignificante, que poderíamos chamar aquilo de uma “binguinha” infantil que, quando ele entrou embaixo do chuveiro e a água fria bateu, a porra praticamente sumiu, deixando a vista apenas aquele saco murcho pendurado nos pentelhos. Olharam uns para os outros, bem discretamente, porém, o sacana do Humberto, mesmo sem ter uma maior intimidade, disse para Uriel: Por que você quando vem trabalhar deixa a pica em casa? Pode trazer que não tem perigo nenhum!
Uriel ficou vermelho de raiva, mas contendo-se, deu um sorriso sem graça, entretanto sem dizer nada como resposta. Aí, Humberto percebendo que o homem agüentava brincadeira e não reagia com valentia, resolveu explorar ao máximo aquela novidade. Colocou vários apelidos no colega, ficando o definitivo como “rola invisível”. Chegou ao ponto de dizer que Uriel quando era jovem se masturbava apenas usando o polegar e o indicador.
Uriel ouvia todas as piadas, apenas dava alguns sorrisos, porém todos percebiam que ele estava puto da vida com essa sacanagem diária, relativa ao seu modesto membro sexual. Aí um dia aconteceu um escândalo que abalou a estrutura do grupo, deixando todos perplexos: Uriel foi flagrado comendo a mulher de Humberto, pela própria sogra dele e aconteceu a maior merda que poderia ter acontecido. Uriel fugiu nu pela janela, a vizinhança morrendo de rir pela cena hilária e, principalmente, por verem que o homem quase que nem tinha pau para tal façanha.
Resultado: Humberto morto de vergonha pediu transferência para outra unidade, separou-se da mulher e nosso amigo Uriel passou a ser mais respeitado no trabalho, sendo hoje conhecido no ambiente como “O Terror das Xoxotas”!
Só posso dizer que tenham muito cuidado com suas gozações!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Abigail - O retorno!

                                 Antonio Nunes de Souza*

Essa figura, com um nome tão pouco comum, era a pessoas mais discriminada e debochada naquele bairro suburbano, onde você, sem precisar procurar muito, encontra pessoas bonitas, saradas e, principalmente, sapecas nas suas astúcias das danças eróticas e sensuais, tão difundidas nessas plagas, misturadas aos pagodes da vida. As mulheres, principalmente, são de uma sensualidade impressionante, lindos quadris que requebram com doçuras sedutoras, que eu já as apelidei de Caixa Econômica, pois são boas na “poupança e dá prazer fazer uma aplicação.”
Mas, a pobre Abigail, não coitada! Era uma moça ainda jovem, no frescor dos seus 22 anos, porém feia pra cacete. Sua cara era já cheia de marcas e dobras fortes nas laterais das bochechas, dentuça, peitos grandes e mais caídos que os salários dos aposentados. Seus cabelos por não serem bem tratados eram um emaranhado desgraçado que, com uma visão rápida, percebia-se que poderia ter até piolhos. Entretanto, mesmo com essa cara amassada, todos gozando com ela, servindo de deboche por anos a fio, por trás das suas roupas largas e desajeitadas, estava escondido um corpo super escultural da cintura para baixo que, suas vestes longas de evangélica, não davam chances aos curiosos. A pobre era humilde, calada, enfrentava os apelidos e se restringia aos seus estudos e cultos religiosos, sempre solitária e morando com sua mãe.
Um belo dia um grupo daqueles caras mais sacanas do bairro, resolveu fazer uma pegadinha bem cafajeste com Abigail, mandando uma série de cartas para o programa Caldeirão do Huck, solicitando que fosse feita uma variação no tema e, se sensibilizasse, fazendo o quadro “Lata Velha” com a pobre e feia Abigail! Foram tantas as cartas que Luciano na semana seguinte, depois de ver o retrato da vítima, já entrou no auditório gritando: Loucura! Loucura! Loucura! Nosso quadro hoje será mudado para uma apresentação especial, fazendo uma transformação audaciosa numa pessoa, para atender ao povo de um bairro carioca situado na periferia. Vamos receber com uma salva de Palmas: Abigail Santana da Paixão. Escabreada ela entrou entre aplausos e risos, guiada por uma das moças, ainda sem saber o que estava fazendo ali, pois fora enganada pela produção. Luciano foi objetivo e disse logo de que se tratava: Recebemos centenas de cartas e, em vez do tradicional Lata Velha, nós vamos fazer uma grande transformação em sua pessoa, modificando essa imagem atual. Você aprova?
-Sim! Exclamou ela com tanta alegria que as lágrimas voaram dos seus olhos, borrando a tosca maquiagem que ela mesma tinha feito.
-Abrimos uma exceção e você não vai precisar fazer nada, apenas concordar, o que você já fez, e nós começaremos a trabalhar. Certo?
-Ok! Está combinado! Estou as suas ordens, falou ela já sendo levada pela assistente enquanto o auditório aplaudia e gritava, tendo que esperar três meses para ver os resultados, prazo dado pelo animador narigudo, em função de ser um processo que exigia cirurgias diversas.
Seria cansativo citar as peripécias que Abigail estava passando, seus sacrifícios e sofrimentos, no sentido de transformar-se em outra pessoa, livrando-se da pecha de bruxa. A essa altura todos da comunidade ficaram sabendo e, enquanto uma parte sorria, outra torcia por um bom resultado.
No dia aprazado, entra Luciano gritando o seu refrão de diversas “Loucuras”, trazendo ao seu lado uma mulher deslumbrantemente linda e maravilhosa, que mais parecia uma das famosas globais novelescas. Era nada mais nada menos que a nova e sensacional Abigail!
O auditório aplaudia de pé, todos estarrecidos com a monstruosa transformação, vendo aquela Deusa sedutora e sensualíssima exposta aos olhos das câmeras e do povo brasileiro. Ela estava excitadíssima e percebia-se logo que, além do seu corpo, sua cabeça também estava mudada, já pensando em aproveitar a vida, deixando de lado um pouco das formalidades cristãs que lhe proibia de alguns bons e gostosos prazeres.
A turma suburbana estava eufórica, mesmo aqueles que tinham iniciado a sacanagem achando que ia dar apenas uma grande gozação, também entraram na jogada de fazer uma festa de arromba para esperar a chegada da nova e gostosa Abigail. Todos se cotizaram, montaram um enorme bar, churrasco, salgados, hot-dogs, cervejas e refrigerantes, além de dois conjuntos de pagode e funk para a festa rolar até o sol raiar. Entre os homens foi feita até uma loteria apelidada de “Megail”, para ver quem seria o primeiro a comer a pobre Abigail, tão desprezada no passado, mas uma tesão para o presente e futuro.
Mas, quando o carro da TV globo chegou, embaixo do maior foguetório, parou e, para surpresa de todos, Abigail estava abraçada com um diretor da emissora que, subindo ao improvisado palco, pegou o microfone e foi anunciando: Queridos amigos, em nome da nossa adorável Abigail, quero agradecer a iniciativa de terem mandado essa linda mulher para o programa e tive a sorte de conhecê-la. Assim sendo, ela já foi contratada pela emissora para trabalhar na novela das nove, vai pousar para a revista Playboy e nós estamos namorando, pensando em casarmos daqui a alguns meses. E, enquanto os tambores rufavam com gritos de alegria dos seus torcedores e da criançada, os homens ficaram putos da vida e com suas caras amarradas cheias de decepções, pois os tiros saíram todos pelas culatras!
Hoje Abigail mora em Sampa, já passou pelas camas de vários diretores e astros televisivos, é apresentadora de um programa de TV e casada com um industrial milionário. Lógico que ela passou a usar um nome artístico que, atualmente, ninguém se lembra daquela antiga e horrorosa mulher!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

segunda-feira, 10 de junho de 2013

As omissões por conveniências!

                                     Antonio Nunes de Souza*

Chover no molhado é uma expressão popular que, infelizmente, quer dizer que estamos sendo repetitivos. Porém, quando nossa palavra não é respeitada, as omissões são claras e evidentes, as acomodações e falta de respeito e descasos com uma comunidade se estabelecem é necessário que existam pessoas, órgãos, entidades e o povo em geral que se manifestem mostrando seus repúdios, cobrando seus direitos e, principalmente, atitudes das autoridades administrativas e legislativas, no sentido de corrigir erros gravíssimos que, a cada dia vão se ampliando de tal forma, passando a serem condições normais de funcionalidade.
Repito, categoricamente, que não sou contra a informalidade comercial, não desprezo camelô, os olho com todo carinho e compreensão, reconhecendo que são pessoas batalhadoras procurando seus sustentos e dos seus familiares, através de sacrifícios diários enfrentando uma série de adversidades. Entretanto, a maneira brutal e assustadora que a cidade de Itabuna foi tomada de assalto por esses empreendedores urbanos completamente desestruturados e sem os licenciamentos devidos, está causando um pânico total aos comerciantes e os transeuntes, uma vez que,as calçadas, esquinas, praças, ruas, avenidas, enfim todos os cantos, estão infestados de vendedores de todos os tipos de mercadorias, sendo um dos carros chefes a venda desregrada de CDs e DVDs falsificados> Circulam pelas nossas ruas do vendedor de amendoim até restaurantes com estruturas de carros,mesas cadeiras, cardápios variados. Fora as lojas ambulantes que chegam pela manhã, abrem suas portas de carros, expõem suas mercadorias e ainda usam megafones para angariar mais clientes. A Praça Adami tornou-se uma verdadeira vergonha centralizada, demonstrando como estamos pessimamente administrados há muito tempo e ninguém toma nenhuma providência enérgica para uma solução necessária e justa com a comunidade. Ao contrário, cada dia os absurdos aumentam, pois, para agradar seus eleitores, os políticos facilitam novas instalações ou fecham os olhos deixando o barco correr.
Fico pasmo de ver a Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabuna, Associação Comercial, Grupo de Ação Comunitária e uma série de clubes de serviços, não se unam para tomar uma providência enérgica com relação a esse triste fato que, com todas as dificuldades que advirão, deverão ser tomadas por uma questão de leis e direitos de ambas as partes. Suponho que à hora dessa atitude brilhante de conseguirem lugar adequado para esses trabalhadores seja agora, pois as lógicas queixas serão esquecidas até as próximas eleições, já que sabemos da pouca memória do povo com relação aos erros, imaginem dos acertos que certamente reconhecerão.
Por favor, prezados políticos que acabaram de serem eleitos, deixem um pouco de lado a ganância de estarem se preocupando com a próxima eleição, em eleger seus chefes, fazer parcerias por cicranos ou beltranos, e cuidem de sua cidade, consiga suas vitórias calcadas em trabalhos realizados e não em conchavos vergonhosos, desprezado seus munícipes. Como são ridículas as briguinhas que aparecem na mídia, pelas disputas e uniões inescrupulosas, para se conseguir uma vitória com quase dois anos de distância.
Que o prefeito Vane tome as rédeas da sua administração, não se deixe levar por influências partidárias e pense no povo que espera algo realmente inovador com a qualidade que há muito não temos. Lute que o povo está do seu lado e, jamais será perdoado se fraquejar, tornando-se um joguete nas mãos dos gananciosos de poderes.

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras –antoniodaagral26@hotmail.com


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Adote um velhinho!

                             Antonio Nunes de Souza*

Todos os anos logo após o carnaval, a igreja católica lança a campanha da solidariedade procurando sensibilizar as pessoas, no sentido de acolher alguém em seu lar num gesto de caridade cristã.
Este ano resolvi me integrar fortemente a essa valorosa campanha e, encarecidamente, peço a todas que lerem essa crônica, que reflitam bastante, pois, se atenderem ao meu pedido, estarão colaborando muito para não deixar uma pessoa na terceira idade acabar na sarjeta.
Vou traçar abaixo o perfil do candidato, dando os maiores detalhes possíveis para que possam fazer uma análise minuciosa e criteriosa, percebendo inclusive que se trata de uma adoção cujos benefícios superam em muito os custos:
Aparência: 1,86 , 80 quilos, cabelos grisalhos (quase brancos), olhos castanhos escuros, moreno claro, esbelto, porte semi atlético, elegante e charmoso. Sessentão que mais parece cinqüentinha!
Virilidade: Ainda em condições de uso (sem muito abuso), podendo proporcionar uma noite agradável, com algumas variações em torno do tema e, a depender do dia e da usuária, depois de um descanso pode chegar a dar duas sem fazer feio. Sem falar na sua experiência invejável nas preliminares, sendo capaz de deixar molhadinha até uma duna do Saara em pleno sol do meio dia.  Uma voz sonora que, ao dizer coisas bonitas nos ouvidos, faz a dita cuja se arrepiar mais do que porco espinho. Eventualmente, depois de sentir os odores de alguns lugares especiais e forem aprovados, poderá fazer algumas carícias orais com uma técnica tão aprimorada capaz de proporcionar orgasmos múltiplos em série. Vale dizer que, essa sua capacidade é sem tomar nenhum aditivo estimulante, pois, até o momento, não foi necessário tal expediente. Mas, se preciso for, seu coração está zero bala para tal façanha.
Gostos e características peculiares: Gosta ler, escrever crônicas, contos, poemas, uma boa música, teatro, cinema, praia e, quando possível viajar pelo Brasil e exterior. Não fuma e bebe somente socialmente. Educado sabendo entrar, ficar e sair em qualquer lugar em todas as circunstâncias.
Atividades profissionais: Tem experiência administrativa/financeira, ainda podendo desempenhar funções em uma empresa com desenvoltura, está fazendo um novo curso universitário (licenciatura em história) no sentido de melhorar seus conhecimentos, tornando-se uma pessoa cada vez mais eclética e uma companhia agradável e social.
Experiência matrimonial: Foi casado por várias décadas com a mesma mulher, agüentando todos os bons e péssimos momentos sem chiar, somente agora veio a perceber que uma variação depois de determinado tempo é essencial para ambos os parceiros. Mas, como nunca é tarde para recomeçar, resolveu ser adotado para desfrutar as coisas boas da vida. Homem super fiel! Nunca ficou com duas mulheres ao mesmo tempo, na mesma hora, na mesma cama. Sempre que fazia e faço isso é em horas e locais diferentes!
Como você pode ver trata-se de alguém especial que, com certeza, poderá adotá-lo tranquilamente, pois estará fazendo um ato de piedade cristã e, ao mesmo tempo, ganhando uma companhia maravilhosa para o seu dia-a-dia.
Embora esteja numa situação de poucas escolhas, solicito e deixo claro para as pretendentes que, para não ficar dois velhinhos morando na mesma casa, a adotante deverá ter no máximo 40 anos e que não seja gorda (evito comer gordura por causa do colesterol). Nada de preconceitos raciais ou religiosos, mas, educadas e bem informadas são características imprescindíveis. Obviamente, a situação financeira terá um peso substancial para a aceitação da adoção!
Ainda não têm pretendentes, pois somente agora estou expondo o pedido e as minhas características, porém, em conversa anterior, já encontrei uma candidata que, em caso de emergência, me dará guarida durante 30 dias, mesmo sem utilizar nenhuma das versáteis habilidades. Somente um ato caritativo e humano! Mas, categoricamente, não me submeto a fazerem teste drive!
As interessadas deverão escrever para meu email enviando seus cadastros com fotos e, depois que fizer uma análise e triagem, farei minha apresentação pessoal para as que forem qualificadas.
“Se você é uma mulher que tem carinho, adote esse velhinho!”

Escritor (Vida Louca – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral262hotmail.com


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Meio ambiente, meio interesse!

                 Antonio Nunes de Souza*

Dia cinco de junho comemorou-se (?) o dia do meio ambiente com tanta simplicidade nacional que, pelo visto, parece que ninguém está percebendo os prejuízos causados pelas mudanças radicai de climas, hecatombes em todos os Estados, alagamentos e secas assustadoras nos lugares menos esperados, acidentes com centenas de mortes e desaparecimentos, nevascas e chuvas torrenciais de granizos destruindo casas, enfim, tantas notícias e acontecimentos assustadores, e as pessoas apenas comentam, colocam as culpas nos governos, mas, não têm a preocupação de fazer uma reflexão que, pouco ou muito, todos nós temos nossa dose de culpa, principalmente, os omissos que representam a grande maioria da população.
Em todos os lugares que chegamos, nos noticiários e nas reuniões de clubes de serviços, associações de classes e até nos eventos sociais, esse tema é sempre falado, mas de uma maneira tão velada, apenas queixas das dificuldades de andar nas ruas, dirigir seus carros, freqüentarem suas praias, seus veraneios e festas de largo, sem observarem que esses fenômenos estão acontecendo graças ao comportamento absurdo e grotesco dos homens.
Uma verdadeira lástima que, nosso país, para comemorar uma partida de futebol, a saída de um jogador ou chegada, carnaval, parada gay, show de artistas nacionais e estrangeiros muitas vezes inexpressivos e idiotas, aglomeram milhares de seguidores, não tendo o discernimento de olhar com o carinho e a seriedade para esse fato assustador que vem se alongando de tal forma, que os cientistas e estudiosos já estão fazendo premonições de um futuro desastroso e triste para o nosso planeta, muitíssimo em breve.
Sem querer ser saudosista, mas, obrigado a me lembrar que, no modesto dia da árvore, todos os colégios da cidade desfilavam pelas ruas, os alunos carregando mudas de plantas e, terminavam as manifestações com uma série de plantios e cânticos de hinos, homenageando o grande simbolismo da data.
Diz o adágio popular que: Nós colhemos o que plantamos!, mas no caso é,paradoxalmente, ao contrário, pois estaremos colhendo o que não plantamos e o que desmatamos. Uma triste e penosa ironia.  Infelizmente, meio ambiente, meio interesse!


*Escritor – Membro da academia Grapiúna da Letras – antoniodagral26@hotmail.com

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Dia dos namorados!

               Antonio Nunes de Souza*

Estamos nos aproximando de mais um dia criado pelos comerciantes, para que suas vendas sejam estimuladas, alavanquem as indústrias, movimentem as cidades e, logicamente, crie um clima mais romântico entre os casais, incrementando mais afetividade, compreensão, uniões mais sólidas, principalmente um dia para se fazer as pazes nos casos onde a guerra perdurava.
Com essas criações de eventos sentimentais (dia das mães, pais, crianças, namorados, etc.), projetados para o público através das agências publicitárias que, ávidas por lançar no mercado fatos novos que tenham repostas positivas, com custos/ benefícios significativos, chegaram até a criarem o dia da sogra. Vejam vocês que até a sogra, personagem combatida em prós e versos, também foi premiada com o seu dia, ocasião que os genros e noras, a gosto ou contra gosto, também compram seus presentinhos.
Sem dúvida nenhuma, são atitudes que devemos respeitar, pois, por mais que pareça algo frio e mecânico, pré-determinado pelos comerciantes, não deixa de nos alegrar em razão de ser uma data onde, obviamente, estamos prestigiando com uma dose de carinho, pessoas da nossa família ou que temos afetividade.
O dia dos namorados, talvez o que tenha maior amplidão, batendo de frente com o dia das mães, tem uma vantagem para as empresas que atendem essa área, em função de geralmente atingir todos os casais, desde os recentes namoradinhos até os idosos de longos matrimônios. Então... esse numero de namorados, mesmo aqueles que já caíram na rotina da vida, também participam fazendo suas médias domésticas!
Portanto amigos, preparem seus bolsos, cartões, cheques especiais para prestigiar seus amados entes e, além de um bom presente,nada mais romântico que um jantar a luz de velas, num ambiente agradável com músicas de qualidade, com os clássicos da MPB e pedir ao metre para colocar Marisa Monte cantando “Amor I Love you”!
O resto da noite nada precisa dizer, pois, todos sabem o que vai acontecer de bom!
Feliz dia dos namorados para quem tem e, boa sorte para quem ainda pretende arranjar aproveitando esses dias que faltam!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras –          antoniodaagral26@hotmail.com

sábado, 1 de junho de 2013

Como encontrei a felicidade!

Como encontrei a felicidade!


Antonio Nunes de Souza*
 

Não posso deixar de confessar minha felicidade, depois que passei momentos de tristeza e depressão quando caiu minha ficha, vendo que tinha perdido meus antigos encantos e como realmente fiquei com a aparência que estavam me rotulando com naturalidade de coroa. Tenho certeza que, por mais que digam que não, essa denominação fode com a moral de qualquer pessoa que passa dos quarenta. E eu, sem que sentisse ou pressentisse, já estou nos quarenta e cinco e, como tive o privilégio de ter nascida linda, charmosa, corpo invejável daqueles que a gente ouve toda vez que passa, a expressão chula de: Gostooooosa! Eu fechava a cara, mas, por dentro o ego ia lá “pras cabeceiras” de alegria.
Por conta dessa aparência bonita e disputada por todos os rapazes, não me preocupava com academias, exercícios, alimentação ou nenhuma dessas coisas que a moda todos os dias impõe para nos escravizar e gastar dinheiro. Achava eu que minha beleza iria perdurar e, por essa razão idiota, fazia o maior cú doce com os caras, escolhendo demais e deixei de dar dezenas de transadas legais que hoje me arrependo, mas, fodeu-se que o tempo já passou.
Resultado: Com vinte e três anos, terminei casando com um cara babaca, vivemos uns dois anos, tivemos uma filha e depois nos separamos, pois vi que não era isso que eu queria, principalmente o idiota que escolhi como marido (me lembrei do que minha mãe dizia sempre: Quem muito escolhe, pega no pior). E eu, com meu cú doce, terminei na amargura. Porém, dei a volta por cima, tinha feito faculdade, fui trabalhar e cuidar da minha nova vida e da minha filhinha.
O tempo passou, minha filha formou-se, casou-se e foi cuidar da sua própria vida. Então, como me anulei completamente, preocupando-me em lhe dar uma boa educação, depois da sua saída de nossa casa que, um dia olhando-me no espelho, pude perceber, em vista do que eu era, o bagulho que me transformei.
Rapaz! Tomei um susto do caralho! (não sou de dizer nomes feios, mas, somente esse daria a dimensão para enfatizar como eu estava e como me senti naquele momento). Imediatamente tomei a decisão que, urgentemente, iria para uma academia que colocasse as coisas nos lugares. Porém, fazendo uma análise mais detalhada, vi meus peitos que no passado eu os levantava e colocava um cotonete embaixo e, quando eu os soltava, o cotonete caía. E, sem exagero, se eu os levantasse e colocasse uma latinha de coca-cola, poderia solta-los e sair correndo que a porra não iria cair. Fiquei de perfil e foi aí que a tristeza aumentou! Minha bunda estava mais caída que a moral de Zé Dirceu e ainda cheia de celulites. Meu Deus! Será que eu estava cega esse tempo todo? E estava mesmo, pois, ao olhar para as pernas, minhas coxas pareciam um mapa geográfico de tantos vasos e varizes que batiam dos calcanhares até o pé da boceta (se é que boceta tem pé). A essa altura qualquer nome feio que eu dissesse era pouco para o muito da desesperada situação. Meu rosto não tinha pés de galinha (você que está lendo diz: Ainda bem!). Mas, nada rapaz, tinha era pés de dinosauro de tão marcados que eram. Parecia a Avenida Nove de julho em Bueno Aires, que é a mais larga do mundo e tem várias vias em diversas direções. Minha barriga até que não estava grande demais, mas. em compensação, nas laterais eu tinha mais pneus que box de fórmula um. Passei as mãos e a porra parecia um tobogã de tantas ondulações.
Não nego que comecei a chorar de desgosto, lembrando de quando eu fui miss em minha cidade. E, de repente, quando aproximei o meu rosto do espelho para enxugar as lágrimas, horrorizada, percebi que tinha duas enormes bolsas embaixo dos olhos, que pareciam aquelas conchas que servem siri catado nas praias. Embaixo do queixo havia um papo tão filho da puta, que dava a impressão que eu tinha acabado de engolir uma laranja e ela estava entalada em minha goela.
Caí na cama chorando torrencialmente, determinando-me que, antes de tudo, iria a um cirurgião plástico para fazer uma reforma geral, custe o que custasse, mesmo que tivesse de vender o carro ou fazer um empréstimo bancário.
Tinha uma amiga enfermeira chamada Naty que conhecia bem a área médica e ela me indicou um cirurgião bom e famoso, para eu não cair nas mãos de um desses filhos da puta, que deixam a gente parecendo a filha de Frankstem.
Acertei todos os detalhes, pedi uma licença no trabalho e, cinco dias depois de ter feito uma batelada de exames, já estava entrando na clínica para iniciar a fazer minha reforma geral, jurando que só sairia de lá depois de todos os procedimentos executados, pois, por morar sozinha, seria importante ficar sobre os cuidados da clínica durante as recuperações.
Cara! Fui mais fatiada do que pão de fôrma! Só não tomei talho na boceta porque já existia. Mas, no resto do corpo, o bisturi a laser chegou a ficar cego de tanto trabalho. Fiquei mais enfaixada que a múmia de Tutakamom. A única parte descoberta eram os olhos. Não posso deixar de dizer que estava com um medo filho da puta da porra não dar certo. Mas, minha amiga Roberta, para me acalentar, quando olhava para meus olhos esbugalhados, como se eu estivesse tomando no cú sem vaselina, sempre me dizia que ficasse calma que tudo ia dar certo.
Os dias foram passando, passando, os curativos minimizando, comecei a ver que estava mais inchada do que corpo de afogado. Mas, para me tranqüilizar, o médico disse que era normal até as completas cicatrizações.
Cada dia minha expectativa aumentava mais, até que um mês e meio depois, já sem nenhum curativo no corpo, mesmo tendo que depois continuar algum tempo usando umas faixas, pedi ao médico para eu olhar-me completamente nua. Depois da insistência, ele atendeu meu pedido e, quando juntamente com a enfermeira me olhei no grande espelho, dei um sorriso tão largo que quase desmanchava o bordado que foi feito no meu rosto. Mesmo com algumas inchações eu estava uma outra pessoa, bonita e com tudo nos devidos lugares.
Hoje, um ano depois, já completamente restabelecida das cirurgias, sem marcas ou cicatrizes, tenho que confessar para todos a minha plena felicidade de estar inteiríssima e, seguindo os conselhos sábios daquela minha amiga enfermeira, estou cuidando do meu corpo e minha alma através de aulas de bio-dança, com uma professora competentíssima na área, que nos deixa com o ego pra lá de Bagdá e uma leveza de espírito que nos enche de vontade de viver intensamente, colocando todas as nossas ansiedades e inseguranças pra fora e, conseqüentemente, todos os homens pra dentro.
Estou, seguramente, vivendo uma plenitude de vida que jamais imaginei voltar a ter, graças os conselhos sábios de minha amiga, direcionando-me para a magia da bio-dança, que eu, na minha ignorância, imaginei ser um desses modismos que a mídia nos impõe.
Pó! Distrai-me escrevendo e já está encima da hora de minha aula de bio-dança que não falto nunca, pois, além de divertida e salutar, minha professora Mara é maravilhosa.


*Escritor (Membro da Academia Grapiúna de Letras) – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagra26@hotmail.com