Vamos aprender a cultura indígena e a africana!
Antonio Nunes de Souza*
Essa semana aconteceu o maravilhoso evento do lançamento oficial da Lei 11.645/08, que oficializa a obrigatoriedade do ensino da cultura dos índios brasileiros, assim como a dos afro-brasileiros, desde suas vindas, origens, tradições e comportamentos.
Trata-se de um marco histórico no currículo educacional brasileiro, pois, inegavelmente, quase todos nós temos uma descendência direta ou indireta com esses povos, e nada mais justo que sejam aprofundados estudos minuciosos e criteriosos, para que possamos estar informados de todos os dados referentes a esses heróicos povos, sendo um oriundo da nossa própria terra e o outro que, forçosamente, foi trazido a ferros e grilhões, ajudaram a construir o país que temos hoje.
Embora dentro da área educacional brasileira exista uma gama representativa de professores qualificados para ministrar aulas e transmitir conhecimentos mais profundos, adquiridos através de pesquisas, estudos, vivências, etc., não foi esquecida pelo Ministério da Educação uma extensa programação de cursos de capacitação para os licenciados em História, para que seja proporcionada uma qualidade digna de ensino, bem diferenciada da superficial imagem que sempre vem sido passada, que os índios vivem de caça e pesca, seus Deuses são o Sol e a Lua e o Pagé é o curandeiro. Como também, com referência aos negros, o que se aprende atualmente nas escolas são informações pontuais relativas ao candomblé, capoeira, maculelê e algumas das mais conhecidas iguarias.
Parabenizamos o Ministério da Educação por essa iniciativa valiosa, bastante aguardada por essas duas raças e seus descendentes que, infelizmente, ainda são tratadas com marginalidade e preconceito nada velado pela sociedade.
Mesmo tratando-se de um assunto bastante sério e necessário, onde exponho as colocações pertinentes que enriquecerá o ensino e conhecimentos dos nossos estudantes, não poderia deixar de fazer uma observação, dentro da minha ótica de humor quando escrevo, para encerrar essa crônica.
Raciocinando com cautela, já que a matéria será ministrada com o rigor da verdade histórica, fico muito preocupado imaginando que, como era usual em ambos os povos o costume tribal da antropofagia, na ocasião das aulas práticas, os alunos não queiram comer as professoras.
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com
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