O que é a fidelidade?
Antonio Nunes de Souza*
Essa tal de fidelidade é um comportamento que todo mundo exige, mas, ninguém cumpre. Ou, aqueles que cumprem, certamente é porque não surgiram as oportunidades, tiveram medo ou não apareceu a pessoa certa na hora certa.
Logicamente estou me referindo à fidelidade sexual, esta que assombra todos que não desejam ser enganados (?), não pela preocupação do desgaste do “equipamento” utilizado por um terceiro, pois, sabemos todos que, usando-se com coerência, não existem estragos e, depois de uma boa lavagem, continuará novinho para ser usado novamente com a mesma eficiência. Muitas vezes até com mais habilidades e inovações mirabolantes, aprendidas nessas incursões eventuais. Portando, podemos considerar que é até benéfica em determinadas circunstâncias a diversificação, no sentido de melhorar gradativamente o desempenho.
Devemos raciocinar, já que somos considerados racionais, que nossos órgãos genitais, apenas fazem parte do nosso corpo para duas utilidades específicas, sendo ambas fisiológicas: Primeiro para fazer xixi e segundo para fazer sexo. Não necessariamente nessa ordem, pois eu, sinceramente, prefiro mais fazer sexo que xixi. Acho muito mais aprazível e salutar. E, partindo dessa lógica e justa premissa, utilizar essas partes do corpo normalmente, e com todas as pessoas que desejamos e nos desejam, nada mais é que satisfazer uma grande necessidade corporal, sem que estejamos sendo infiéis. Trata-se exclusivamente de atender os apelos da nossa libido ou desejo repentino aflorado, mas que, em nenhuma hipótese, representa infidelidade afetiva no amor.
Amor é algo totalmente diferente, que algum idiota no passado resolveu vincular diretamente a relação sexual, chegando ao ponto de apelidar uma boa transa de fazer amor. Jamais se faz amor! Amor se sente na mente e na alma, É um sentimento que forma-se através de bondade, atenção, afeto, compreensão, cumplicidade, entendimento, companheirismo e solidariedade. Você pode dizer que ama uma pessoa quando existem esses fatores de ambas as partes, despertando o desejo de estarem sempre juntos, vivenciando momentos agradáveis e inesquecíveis. Porém, pode existir tudo isso, culminar numa forte dose de amor e, ironicamente, não despertar nenhum desejo sexual. Essa sensação nós sentimos muito desde criança com nossos amigos, colegas, parentes, etc, que amamos essas pessoas, mas, não é necessário que exista sexo nem a famigerada fidelidade nesse sentido.
Assim como, mesmo com as pessoas que sentimos e compartilhamos esse conjunto de sentimentos denominado amor, e também sentimos o desejo sexual, a tal chamada de “química ou pele”, não pode, em nenhuma hipótese, ser inibidora da realização de momentos agradáveis com alguém que somente o desejo libidinoso seja o evidenciado. Portanto, fica claro e lógico que nunca existiu infidelidade, apenas o sentimento torpe de propriedade entre as pessoas é que criou essa rotulação indigna, para com aqueles que somente por instinto e necessidade buscaram, simplesmente, uma variação em torno do tema, sem ferir em nenhum momento o amor existente pelo seu par.
Deus disse: Amai uns aos outros! E isso nós devemos cumprir rigorosamente. Mas, quanto a transar com liberdade, para isso Ele nos deu o livre arbítrio e a capacidade de nos fazer aflorar desejos quando deparamos com pessoas que, mesmo sem querer, provocam nossos maravilhosos órgãos.
Infidelidade? Isso não existe meu amigo!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário