Antonio Nunes de Souza*
Parodiando
uma das mais famosas frases da peça teatral Hamlet, do dramaturgo monstro
sagrado Shakespeare, aproveitei-me fazendo essa corruptela, intitulando minha
modesta crônica, que com certeza, é muito pertinente!
Temos
que começar pela deslumbrante, maravilhosa, incomparável que é a vida. Mas, por
incrível que possa parecer, milhões de pessoas, praticamente vegetam, vivendo
uma vida gananciosamente, pensando somente em ganhar dinheiro, colocando o vil
metal como modo primordial de suas ações, adquirir bens, exibir-se socialmente,
provocar invejas e, ilusoriamente, pensar que estão vivendo, deixando de lado
coisas maravilhosas que a vida proporciona, preferindo juntar fortunas, que em
breve só servirão para pagar médico, comprar remédios, hospitais, funeral e
deixar os filhos brigando pela maldita herança. Esse tolo e insólito exemplo,
temos visto constantemente, principalmente nas sociedades organizadas, que,
normalmente, servem de ninho promocional para esses esvoaçados pássaros!
Será
que essas pessoas viveram, ou os que assim estão procedendo estão vivendo?
Não
tenho dúvidas em dizer que não. Pois, viver é, literalmente, não se escravizar
pelo dinheiro ou fortuna. É pensar em ganhar sempre o necessário ou muito mais
que isso, porém, gastá-lo normalmente e sempre, desfrutando de coisas que são
feitas ou acontecem proporcionais a dade naquele momento, ampliar o mais
possível seus conhecimentos através de leituras, viagens, companhias
qualificadas, pois, seguramente, devemos viver o hoje, já que ontem já morreu,
amanhã nunca existiu. Então... o último dia da sua vida pode acontecer que seja
apenas hoje. Mas, se amanhã ainda estiver vivo, viva da mesma forma, seguindo
uma frase da bíblia, que também a modifico, dizendo-a assim: “É preciso viver
como se não houvesse amanhã!” A original diz: “É preciso amarar as pessoas,
como se não houvesse amanhã, que foi aproveitada por Renato Russo, em uma de
suas belas canções!
Viver
é algo completamente inenarrável, qualquer adjetivação que você coloque, é
pouco e pobre para descrevê-la. Porém infelizmente, fora os gananciosos,
aventureiros das fortunas, encontramos uma vertente que por religiosidade, vive
como baratas ou cupins de templos e igrejas, se vestem numa moda de cem anos
atrás, não dançam, não se deliciam com um bom vinho, obedecem fielmente seus
considerados ministros de Deus, colaboram com seus minguados ganhos os dízimos
cobrados, tendo como meta de vida, apenas trabalhar, ganhar o que dá para comer
mal e morar péssimo, pois, em compensação vão todos para o céu!
Será
que não é mais sensato, viver muito bem essa vida que é concreta, realíssima,
palpável, linda e cheia de encantos?
Já
pensou se essa vida miraculosa e celestial, for abstrata e fictícia, como
muitos e muitos assim pensam?
Infelizmente,
esse tolos não terão mais oportunidade de voltar atrás, e nem de chorar o leite
derramado, pois, não escaparão da sepultura. Eu, sinceramente, se soubesse que
quando morresse iria direto para o seu, já tinha suicidado a muito tempo, pra
ficar lá encima com os anjos, santos e artistas, escritores e pessoas
maravilhosas que já partiram antes de mim. Não ficaria de jeito nenhum aqui, batalhando
pra defender o pirão, e estaria tranquilo comendo o manjar dos Deuses!
Assim
sendo...só resta você escolher se deve viver intensamente essa dádiva, ou se
reprimir restringindo-se a ganhar dinheiro, ou também viver uma vida insípida
achando que assim procedendo, vai direto para o céu. A escolha é sua!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos fundadores da Academia Grapiúna de
Letras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário