Antonio Nunes de Souza*
Nós, soberanos desse solo, temos que reavaliar
nossos conceitos antigos, sabendo reconhecer e dar o devido valor a certos
seres vivos que vivem em torno de nós, normalmente dependentes, mas
esforçando-se o suficiente para alcançarem o status de humanos.
Entre os pássaros podemos citar o papagaio que é
uma ave inteligente, aprende a repetir palavras e frases, canta, assovia, tem
aparência colorida e vistosa, reconhece pessoas, convive em uma casa e sempre
está nos dando alegrias com suas falações e estripulias, simplesmente em troca
de alimentação e carinhos eventuais.
Como podemos deixar de reconhecer nesse pássaro suas
características quase humanas?
De jeito nenhum! Devemos olhá-lo com mais
dignidade e respeito, pela sua luta constante em assemelhar-se cotidianamente
aos seres racionais, muito embora com sua aparência de ave.
Temos também, entre os seres em evolução, um que
não é tão inteligente, mas, fala mais que o papagaio consegue aprender a ler e
escrever repete com maestria os clichês bonitinhos que aprendem nos livretos de
auto ajuda, canta (às vezes até muito bem), assovia, aparência multicolorida,
nos proporciona prazeres, convive com relativa harmonia, faz bastantes
estripulias e muitas falações, às vezes desnecessárias, só que não é apenas por
alimentação e carinhos eventuais. Este ser é mais exigente, pois gosta de
presentes, conforto com mordomias e, principalmente, dinheiro. Esse por sinal é
o seu fraco! Se facilitarmos, e sempre idiotamente fazemos, esse ser em
evolução fulmina qualquer conta bancária sem pestanejar, utilizando uma
característica de todos os animais, mas, só ele tem, compatível para nossa
satisfação e desperta profundamente o desejo do homem.
Embora com os predicados (bons e ruins) citados
acima, vê-se claramente que se trata de um ser quase humano, que tenta de todos
os meios igualar-se aos homens, conquistando um espaço igualitário, com os
poderes de sua “fenda”, que é sua melhor ferramenta de trabalho, ou arma
poderosa, como também podemos classificar.
Seria justo nos rendermos a esse ser desde agora,
determinando, não pela lei jurídica, pois, nesse ele já ganhou a condição e
status, e sim pela lei real, que é a dos homens, enquadra-lo como ser humano
racional!
Será que ele realmente já está qualificado para
tanto?
Não seria de bom alvitre aguardar mais uns 100
anos?
Sinceramente não sei! Tenho minhas dúvidas e acho
que qualquer oficialização agora seria precipitada. Embora ele chegue a enganar
com a aparência e imitando os procedimentos, seria uma temeridade dar liberdade
total a um ser que, com benevolência, ensinamos a enfrentar a vida, damos uma
série de liberdades e ele está sempre confuso e termina metendo os pés pelas
mãos.
Como adoro esse ser e não quero que nada de mal
lhe aconteça, sugiro que devamos aguardar pelo menos mais algumas décadas, para
voltarmos com força e coragem, re-analisar criteriosamente essa alforria. E,
nesse meio tempo, ajuda-lo mais ainda na sua preparação.
Entretanto, jamais podemos
deixar de reconhecer o grande mérito desse ser em nos ajudar na reprodução,
através do prazer inigualável do orgasmo, que é seu handcap (vantagem) com todos os homens
do mundo (excetuando os gays que são seus adversários e disputam o mesmo lugar
com mais discernimento, inteligência e competência, mas, não possuem a “dita
cuja”), porém, cirurgicamente, vão adquirindo com qualidade relativamente já
apreciável.
Mediante essa exposição sensata e justa, onde não
deixei de ser imparcial, fica patenteada a solidariedade dos homens com esse
ser quase humano racionalmente, dando-lhe parabéns pelo seu esforço e luta e,
algum dia, se ele mudar um pouco sua tática para alcançar seus propósitos,
estaremos de braços abertos para abraçá-lo e aplaudi-lo pela sua ardorosa
conquista.
Os grosseiros machistas, sem cerimônia, dizem
abertamente com um sorriso nos lábios, que o bicho que parece mais com gente é
a mulher. Isso é grotesco e de uma deselegância ímpar. Ela apenas está passando
por um processo de evolução da espécie, como todos nós passamos, desde a época
das cavernas, só que seu processo é apenas mais lento pela sua deficiência de
neurônios. Esse parecer é dito com o maior cinismo!
Mas, como grande feminista que sou, digo e repito
com orgulho e carinho:
-Como tenho nojo dos porcos chauvinistas que
pensam e agem dessa asquerosa maneira. Apenas quis expressar a maneira ignóbil
que procedem esses canalhas!
Uma grande lástima que “esse absurdo ainda exista!”
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos
Membro fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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