Antonio Nunes de Souza*
Sempre
pensamos que sabemos tudo. Esse pensamento começa em nossa juventude, quando
não queremos ouvir conselhos, opiniões, sugestões, etc., sempre achando que as
pessoas estão por fora, arcaicas, superadas, caretas, etc., querendo que
sigamos suas orientações, como que essas sejam as mais corretas!
E
foi numa dessa que o jovem José Antonio, rapaz de dezoito anos, bom aluno,
fazendo o primeiro ano de direito, família de classe média alta, não era
bonitão, mas, também não era de se jogar fora, entrou numa gelada, porque, com
seu ímpeto da juventude, não ouvia os conselhos de amigos e nem do seu
experiente avô, que era seu confidente!
Havia
no bairro um mercadão de carnes, cujo proprietário era um português, que tinha
uma mulher mulata e bem jovem, com um corpo e uma bunda que só mesmo as lindas
mulheres negras são abençoadas. Todo mundo a olhava para com a maior usura de
um dia poder passar uma noite com ela. Mas, infelizmente, ela era séria e não
dava bolas para ninguém!
Aconteceu
que um dia, coincidentemente, José Antonio estava perto do carro de Karla e,
quando ela foi entrar no carro, algo caiu da sua bolsa. e ele correu para
apanhar e entregar, mas, ela acelerou o carro e saiu sem dar tempo para a
devolução! Ele olhou e viu que era um cartão de crédito. Pensou logo em ir
entregar ao sr. Manoel no mercadão de carne. Porém, no caminho, imaginou que
seria mais proveitoso ir ao apartamento dela e entregar pessoalmente!
Chegando
em casa, contou o fato ao avô e esse, falou que ele deveria entregar ao marido
dela e ele ficaria agradecido, e que ele evitasse ir na casa do homem, pois,
ele era muito ciumento!
-Nada
vovô, fique frio que não vai ter nada, e eu vou ter a oportunidade de ver de
perto aquela linda mulher!
E
foi o que ele fez. No fim da tarde, se arrumou todo e partiu para fazer a sua
entrega, esperando ser até agraciado com uma qualquer recompensa!
Tocou
a campainha um tanto nervoso e, em uns dois minutos Karla abre a porta, vestida
com um robe transparente, mostrando completamente o seu lindo corpo,
vendo-se claramente que ela estava sem calcinha!
-O
que você deseja? Perguntou ela.
-Meio gaguejando e extasiado com a cena, falei:
Hoje pela manhã quando a senhora entrou no carro, caiu o seu cartão de crédito,
eu corri para lhe devolver, mas, a senhora saiu rápido e eu não alcancei.
Então, agora eu vim entrega em mãos.
-Meu
Deus, foi uma sorte ter sido você ter encontrado, pois, poderia ser um mal
caráter e utilizar fazendo compras e saques em minha conta. Muitíssimo obrigado,
e entre para eu lhe oferecer uma taça de vinho do Porto. Ela mandou eu entrar
e, quando andou perto da janela, a luz do sol fez com que a transparência da
sua roupa me deixasse louco de tesão, em função da silhueta deslumbrante daquela
linda mulher!
Ela
super tranquila não mostrava nenhuma preocupação de estar, praticamente nua na
frente um estranho. Bebemos o vinho e eu, em função da sua possível, ou
provável insinuação, não me contive e a abracei e deu um beijo em sua boca,
mesmo sabendo que poderia dar uma grande merda. Porém, para minha surpresa, ela
aceitou de bom grado e começou a me desnudar, se desfez da sua vestimenta e,
levando-me para o quarto!
Lá
aconteceu o que eu esperava e não esperava. Ela era impecável na arte de fazer
sexo. Uma artista na arte de se colocar nas posições mais deliciosas e
provocantes de prazer!
Mas,
na hora que estávamos no maior amor, rolando na cama, entra no quarto seu
Manoel com uma faca de açougueiro na mão, daquelas bem amoladas e, sem nem
pestanejar, como era um homem bastante forte, me pegou pelo pescoço me
sufocando e, com a outra mão cortou meu pau bem no pé, me deixando urrando de
dor e ensanguentado. Mesmo mutilado, saí correndo porta fora, tomei um táxi e
fui para um hospital, levando na mão o pedaço da rola, para ver se daria para
ser implantada!
Não
foi possível a recuperação, e ele ficou envergonhado pelas gozações dos amigos,
foi para Sampa morar com um tio e, com o passar do tempo, resolveu fazer uma
cirurgia de transformação para uma vagina e passou a ser “Transexual”, e seu
nome agora é Dra. Virgínia Lúcia, advogada trabalhista!
O
adágio popular diz que: “Água e conselho, só se dá à quem pede!” Mas, às vezes,
ouvir conselhos evita muitos contratempos desagradáveis!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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