quinta-feira, 5 de outubro de 2023

SAUDADE DE VOVÔ! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Já acalmada a fase política e da Covid, nada melhor que voltar a tratar de assuntos mais agradáveis, proporcionando uma leitura mais digestiva para quebrar a tensão de anos na expectativas de quem o povo escolheria para governar o país por quatro anos!

Aproveitando esse ensejo saudosista, vou fugir da minha linha de “estórias” fictícias, para externar uns bons momentos familiares, que meu querido avô, Albino Marcelino Nunes de Souza, meigamente me proporcionou!

Então, como infelizmente a escolhida não foi uma mulher, me lembrei do meu querido avô (que também era meu padrinho), homem que sempre valorizou as mulheres em todas circunstâncias e, eu ainda pirralho, ele martelava em meus ouvidos, uma frase conselheira de comportamento, que jamais consegui esquecer. Dizia ele enfaticamente, com a voz bem impostada: “Jamais seja um “baba ovo”. Mas, nunca deixe de ser um “baba ovário”!

Isso ele falava dando uma grande gargalhada no final, deixando transparecer que se tratava de um sábio e útil conselho, que eu deveria seguir fielmente no decorrer da vida!

Sentia em seu olhar, que havia um pouco de malícia em suas palavras, já que aquele bonito homem de olhos azuis, tinha dado muitas agonias a minha querida avó que, infelizmente, não tive a felicidade de conhecê-la. Mas, pela pouca idade, ainda não conseguia entender bem todas as nuances trazidas naquelas “babativas” e filosóficas palavras, repetidas quase que cotidianamente!

Porém, com o passar do tempo, já entrando na puberdade, quando não mais contava com sua presença ao meu lado, passei a entender, sem nenhuma dúvida, o que ele queria registrar em minha mente e personalidade, era um comportamento sóbrio e sério com os homens, olhando-os com igualdade e, com as mulheres, proceder afetivamente e efetivamente, com o maior carinho e respeito, pelos méritos que esse ser maravilhoso e competente merece!

Nas minhas recordações, pude ver que, religiosamente, segui e sigo esse conselho, sempre colocando as mulheres à vontade e num patamar especial, quer seja verticalmente nas negociações, ou horizontalmente nos deliciosos e encantadores momentos de prazer!

E, com relação à parte masculina, orgulho-me de jamais ter “babado ovo” de nenhum, tratando-os com respeito e igualdade, dando os valores a aqueles que realmente merecem, sem utilizar à insípida e subserviente bajulação!

Certamente, vovô deve estar orgulhoso de mim nesse aspecto, e lamento muito o tempo não ter me dado oportunidade de conviver por mais anos com ele, pois, muitas outras coisas eu teria aprendido, para enfrentar muito mais harmoniosamente, essa desastrada vida louca!

Ah! Vovô, como você me faz uma grande falta!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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