Antonio Nunes de Souza*
Já acalmada
a fase política e da Covid, nada melhor que voltar a tratar de assuntos mais
agradáveis, proporcionando uma leitura mais digestiva para quebrar a tensão de anos
na expectativas de quem o povo escolheria para governar o país por quatro anos!
Aproveitando
esse ensejo saudosista, vou fugir da minha linha de “estórias” fictícias, para
externar uns bons momentos familiares, que meu querido avô, Albino Marcelino
Nunes de Souza, meigamente me proporcionou!
Então, como infelizmente
a escolhida não foi uma mulher, me lembrei do meu querido avô (que também era
meu padrinho), homem que sempre valorizou as mulheres em todas circunstâncias e,
eu ainda pirralho, ele martelava em meus ouvidos, uma frase conselheira de
comportamento, que jamais consegui esquecer. Dizia ele enfaticamente, com a voz
bem impostada: “Jamais seja um “baba ovo”. Mas, nunca deixe de ser um “baba
ovário”!
Isso ele
falava dando uma grande gargalhada no final, deixando transparecer que se
tratava de um sábio e útil conselho, que eu deveria seguir fielmente no
decorrer da vida!
Sentia em
seu olhar, que havia um pouco de malícia em suas palavras, já que aquele bonito
homem de olhos azuis, tinha dado muitas agonias a minha querida avó que,
infelizmente, não tive a felicidade de conhecê-la. Mas, pela pouca idade, ainda
não conseguia entender bem todas as nuances trazidas naquelas “babativas” e
filosóficas palavras, repetidas quase que cotidianamente!
Porém, com o
passar do tempo, já entrando na puberdade, quando não mais contava com sua
presença ao meu lado, passei a entender, sem nenhuma dúvida, o que ele queria
registrar em minha mente e personalidade, era um comportamento sóbrio e sério
com os homens, olhando-os com igualdade e, com as mulheres, proceder
afetivamente e efetivamente, com o maior carinho e respeito, pelos méritos que
esse ser maravilhoso e competente merece!
Nas minhas
recordações, pude ver que, religiosamente, segui e sigo esse conselho, sempre
colocando as mulheres à vontade e num patamar especial, quer seja verticalmente
nas negociações, ou horizontalmente nos deliciosos e encantadores momentos de
prazer!
E, com
relação à parte masculina, orgulho-me de jamais ter “babado ovo” de nenhum,
tratando-os com respeito e igualdade, dando os valores a aqueles que realmente
merecem, sem utilizar à insípida e subserviente bajulação!
Certamente,
vovô deve estar orgulhoso de mim nesse aspecto, e lamento muito o tempo não ter
me dado oportunidade de conviver por mais anos com ele, pois, muitas outras
coisas eu teria aprendido, para enfrentar muito mais harmoniosamente, essa desastrada
vida louca!
Ah! Vovô,
como você me faz uma grande falta!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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