Antonio Nunes de Souza*
Afinal,
graças a Deus ou ao Diabo, o asqueroso preconceito sobre sexo, está,
praticamente, desaparecido, tornando-se, como sempre deveria ter sido, uma
coisa normal, simplesmente para aliviar as tensões e desejos, pois, trata-se de
uma necessidade fisiológica igual às outras, que faz muito bem ao corpo e a
alma, além de ser gostosíssimo ao ser realizado. Ele tem um poder tão grande,
que até quando é mal praticado, é sempre gostoso. Somente sendo uma merda,
quando somente um goza e o outro fica chupando dedo. Mas, com a liberdade
atual, as mulheres que são sempre as penalizadas, quando acontece isso, sem
nenhuma cerimônia fala para o parceiro e o excita novamente e, com certeza,
satisfaz sua merecida necessidade. Inclusive salientando dizendo que ele deve
ser educado e solidário, quando estiver na cama com alguém!
Praticamente
foram extintas as antigas e velhas casas de prostituição, onde bebia-se, dançava-se
e fodia-se, pagando-se uma taxa para cada uma dessas coisas. Lembro-me na
juventude, que tinha uma casa maravilhosa chamada Tabaris, que você ao entrar,
recebia um cartão todo numerado, que quando tirava uma das mulheres para
dançar, ela de cinco em cinco minutos, com um alfinete ia fazendo furos nos
números, e quando você saía tinha de mostrar, eles contabilizavam quantos furos
tinham e você pagava o valor total. Eu como era um garotão bonito e charmoso,
as putas me aliviavam e eu dançava pra caralho, me esfregava bem e elas quase
não furavam. Nesse país até as putas são corruptas e ludibriam seus patrões!
Já
para dar uma agradável foda, tínhamos de pagar com antecedência a taxa do
quarto e a da mulher, que variava em função da beleza e cotação daqueles dias,
pois, sempre em tudo na vida, tem as coisas mais evidenciadas e desejadas, que
logicamente, são mais caras. Eu rapazinho, grana pouca , sempre pegava as mais feias
que eram mais baratas, não me dando ao luxo de belezas, pois, o importante era
ter uma xoxota para me satisfazer. E no escuro todos os gatos são pardos!
Mas,
como diz o povo que: Araruta tem seu dia de mingau”, um dia conheci uma
rapariga tesudíssima, que tinha chegado do Espírito Santo, dançamos bastante e,
para minha felicidade, ela se apaixonou por mim, dizia que eu parecia um
francês, não só na aparência como a educação e classe, Aí mermão, desse dia em
diante eu passei a ser, o que a turma chamava de “gigolô de goteira”. Vou
explicar a razão: Para não gastar nada eu ficava na rua esperando o cabaré
fechar, as vezes chovia e tinha de ficar encostado nas marquises, com goteiras
pingando em minha cabeça. Quando Marize saía, ela vinha ao meu encontro,
chamava um táxi e íamos para sua quitinete. Sempre tinha algo para comer, mas,
quando não tinha, eu me satisfazia comendo somente ela, que gozava loucamente
nos meus fortes braços e corpo cheio de tesão juvenil. Adorava ouvi-la dizer em
meus ouvidos: Eu te amo meu francês, venha por cima “mon amour!”
Esse
delicioso romance demorou um bom tempo, terminando quando voltei para o
interior, deixando minha amada e generosa mulher, e a adorável Salvador!
Hoje
essas casas folclóricas não mais existem, já não há necessidade, pois, todas as
moças fodem com seus namorados normalmente, o idiota cabaço perdeu o status e o
valor do passado, passou até a ser um impecílio tolo. Para se casar virgem só
se for na infância. Essa modificação de hábitos e costumes foi genial, necessária
e útil, acabando completamente esse tabu, que só pode foder se for casado. Você
acha certo seguir normas obsoletas e ultrapassadas, vinda de mil anos atrás?
Totalmente descabido e insensato!
Portanto,
vamos todos fazer sexo, pois, quando a tesão acabar, você vai ficar puto da
vida, por não ter aproveitado as grandes oportunidades que surgiram, que
idiotamente, recusou por causa de um medíocre e imbecil preconceito!
A
sociedade organizada é que ainda condena, mas, é onde fode-se mais às
escondidas!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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