Antonio Nunes de Souza*
Chega
o sábado aí começa a alegria do pobre, pois, a do rico já começa na
sexta-feira. Mas, nós, miseráveis da vida, ainda temos que trabalhar até meio
dia. Mas, não deixa de ser um dia alegre, uma vez que, depois dessa hora o
couro come direitinho, quando caímos na gandaia, tomando umas batidas, pouca
cerveja porque a grana e fraca, porém, com cada um do grupo pagando uma, sempre
tomamos uma boa quantidade, inclusive muitas vezes deixamos a zorra “pendurada”
nos bares onde somos conhecidos!
Depois
de encher a cara, lá pras cinco da tarde, vamos para casa, comer uma gororoba
qualquer, descansar até as 21 horas, para sair na noite para ver um show 0800
no Pelourinho e, logicamente, pegar uma “perdida” qualquer, para terminar a
noite numa boa. Liguei para meus dois amigos, parceiros fixos de nossas
noitada, acertamos nos encontrar no pé da cruz do Terreiro, iniciando a romaria
de danças, cantos e sacanagens!
Chegamos
quase na mesma hora, e já ouvíamos de longe o soar dos tambores do Olodum, e
ficamos alegre, pois, quando esse bloco toca, assanha metade da Bahia, além de
arrebanhar um porrada de turistas, todas e todos dando a maior sopa para
acasalar com um mulato baiano, que tem uma fama que atravessa o mundo, ser bom
de cama e bem dotado. Isso ajuda bastante na hora da paquera e azaração.
Chegamos ao Pelô e a zorra estava bombando forte. Mulher dando nas coxas e
homens dando na canela. Sendo elas a maioria, tranquilamente, dava para se
escolher, e foi isso que passamos a fazer, logo que pegamos três latinhas de
cerveja para começar a calibração, a fim de aguentar o sufoco amoroso feminino!
Cada
um passou a circular em áreas diferentes, deixamos marcado um ponto certo de
encontro para depois das circulações e, sem medo de ser feliz, mandamos ver.
Não sei como eles estavam se saindo, mas, quanto a mim, com umas dez passadas
me bati com uma gringa, mais branca do que minha dentadura, que sem nenhuma
cerimônia, me abraçou e começou a dançar, toda desengonçada e fora do ritmo,
mas, linda e gostosíssima. Pensei logo: Eu hoje vou me dar bem! E não me fiz de
rogado, agarrei a danada pela cintura, os tambores tocando e nós nos beijando,
sem falar porra nenhuma, pois, ela não falava português e nem eu inglês.
Somente nos esfregávamos, beijos e alisamentos e uns sorrisos de assentimentos
e satisfações. Ela adorava Whisky e ia sempre no bar e trazia doses duplas para
nós, fazendo meu estômago estranhar pra caralho, já que estava habituado a
cachaça. Isso pra mim estava uma mão na roda: música, mulher e bebida tudo 0800.
Dizem que pobre tem seu dia de sorte!
Nem
me preocupei em ir encontrar com Fernando e Mendonça, eles são maiores devem
estar numa boa também. Lá pras quatro da matina, quase no cu da madruga, Mary
(esse era seu nome) falou; I want to go to my hotel! Apenas entendi “hotel”, e
como ela me puxava, imaginei que ela queria era cama, coisa que eu também
desejava. Disse: OK que é a única coisa que sei em sua língua, além de “I love
you” que todos conhecem!
Chegamos
num puto hotel de luxo, ela foi me puxando para os elevadores, estranhei ela
nem pegar a chave na portaria, mas, lá em cima vi que a zorra é só enfiar um
cartão na porta e ela abre e ainda acende as luzes. Cheguei a tomar um susto
com a novidade. Ela só fazia sorrir, mas, nos seus olhos eu via que ela estava
doidinha para transar, e eu não ficava atrás!
Partimos
para o banheiro, onde tinha uma linda banheira, dessas que ficam jorrando água
pelo nosso corpo. Ela temperou a água bem quentinha e, tranquilamente, começou
a se desnudar, ao mesmo tempo que me orientava fazer o mesmo com sinais. Eu pensei
logo que seria uma grande foda em libras, pois, nos falávamos através de
sinais. Entramos os dois nus na banheira, seu corpo era mais branco que leite,
e eu negro que nem uma graúna. Quando nos abraçamos dentro d’agua, me lembrei
do meu time Botafogo, era um corpo só em preto e branco, Mary era exímia em
sacanagem, mesmo dentro d’agua era uma fera, pois mergulhava a cabeça fazendo
sexo oral, levantando as vezes para respirar, mas, não perdia o ritmo, me
deixando super excitado. Eu também, puta velha no ramo, mandei ver todas sacanagens
que aprendi na vida, fazendo a loura tremer e flutuar na banheira como se fosso
uma sereia dando um ataque de epilepsia de tanto tremer e babar. Foi um grande
fodaço afro-americano, que ficamos na maior felicidade, além de exaustos pelas
repetições de orgasmos!
Fomos
pra cama, dormimos e, quando acordamos ao meio dia, Mary pediu o café no
apartamento, tomamos, sempre nos falando por sinais e sorrisos, e quando
terminamos, ela levantou-se, pegou a bolsa e tirou duas notas de 100 dólares e
me deu. Eu quis recusar, mas ela colocou no meu bolso e não pude recusar tal
presente, como uma bonificação vaginal!
Nos
despedimos, tomei um táxi, já que me sentia abonado, pois estava voltando com
os mesmos 80 reais que tinha, e estava voltando com minha rola poliglota, pois
fodeu em inglês, e eu com uma graninha que vai me fazer bem!
Essa
é a Bahia de todos os Santos e de todos os pecados. Espero que meu próximo sábado
seja tão agradável e lucrativo!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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