Antonio Nunes de Souza*
Cada
dia que passa, pela maturidade e cautela de observar e vivenciar esse estranho
sentimento, ou sensação, terminei concluindo que, literalmente, que ele não
existe e não passa de uma criação fantasiosa e romântica, para rotular a tesão,
a libido e o delicioso e desesperador desejo sexual!
Pode
em princípio, parecer uma maneira grosseira de defini-lo, deixando a
desagradável impressão que sou desnaturado insensível, ou bastante frustrado
com as experiências tidas no decorrer da vida. Mas, simplesmente, não é nada
disso. Pois, já tive ocasiões de curtir romances maravilhosos e até duradouros,
somente terminados quando as excitações foram diminuindo, e os desejos sexuais
ficando escassos, provando mais uma vez, que o estranho sentimento chamado
amor, é o desejo peculiar de estar-se agarrado a pessoa dita amada e, dentro do
possível, ter a relação deliciosa que termina sempre num gostoso orgasmo. Pois,
fora essa atitude, que por sinal é maravilhosa, resta-nos a convivência, bom
entendimento, solidariedade, cumplicidade, respeito, admiração, etc.,
encontrados, normalmente, nos bons amigos sem precisar ter despesas ou
compromissos. Ainda com a grande vantagem de um não achar que é dono do outro,
consequentemente não fazendo as absurdas cobranças. normalmente existentes, no
relacionamento caracterizado como amoroso!
Há
muito, um grande amigo/irmão disse-se que todo relacionamento e maravilhoso,
porém, vira um inferno quando entra esse tal amor(?). Pois, quando
caracterizamos a situação como “amorosa”, tudo se desmorona gradativamente com
insatisfações em ambos os lados que, mesmo se reprimindo começa a sentir o
desgaste, que pode demorar meses ou até alguns anos para explodir a separação!
Na
época achei estranha essa declaração, entretanto, jamais esqueci esse fato, que
hoje comprovo categoricamente, a sabedoria desse amigo que, como eu, também já
foi privilegiado como vítima dessa perigosa e abstrata emoção!
Sendo
mais claro e objetivo, posso dizer o seguinte: Se você tiver um bom amigo ou
amiga que seja inteligente, prive dos mesmos gostos que os seus, lhe faça
companhia indo ao cinema, teatro, praias, eventos interessantes e culturais,
etc., você estará com sua solidão totalmente preenchida, tendo ao seu lado
alguém que gosta da sua companhia, e está sempre presente quando é
solicitado(a), sem a necessidade de casamento ou união, bancar despesas,
dividir patrimônio, dar satisfação de tudo que faz, ter filhos, e outras coisas
mais, decorrentes da excitação libidinosa, rotulada de amor!
Entretanto,
como em todas situações de nossas vidas, estamos sempre passivos de certos
perigos e armadilhas, tenha cuidado para não ir se apaixonando pelo seu amigo
ou amiga, passar a ter um caso e terminar dizendo a bobagem, que está amando-a
(o) loucamente. Pois, se isso ocorrer e forem do mesmo sexo, é que na verdade
você sempre foi gay ou lésbica, simplesmente demorou a se descobrir, porém, não
é condenável atualmente. E, nesse caso, já que aconteceu, é melhor cultuar o
sentimento rotulado de amor, mesmo que, teoricamente, não exista!
Caso
vocês forem sexos diferentes, nada mais lógico que viver a rotineira
experiência, enquanto o clima do entusiasmo está dando prazer, pois, com o
tempo vai sentindo a utopia desse abstrato sentimento se esvaindo, que é mais
um complicador que, verdadeiramente, uma felicidade!
Suponho
que a palavra “amor” foi criada para os religiosos e poetas, para substituir
tesão, por acharem pejorativo. Eu como sou meio libertino, uso as duas em meus
poemas e crônicas!
Ah!
Ia me esquecendo: No caso do bom amigo ou amiga, resolva sua parte sexual como
“eventual ficante”, com as mulheres em volta do seu ambiente social. É simples,
sem custos e é aquela transa de mágico: Quando acaba, você cobre ela ou ele com
o lençol, e quando puxa a figura desaparece da sua frente!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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