sexta-feira, 20 de outubro de 2023

UMA AVENTURA PORTUGUESA COM CERTEZA! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Menino do interior, desde a infância adorava brincar de picula, e por ser de estatura menor que os outros, seus colegas maiores sempre se aproveitavam nos esconderijos, colocando ele na frente e, sagazmente, ficavam encostados em sua bunda, se excitavam e ele achava que aquilo era natural, devido aos lugares serem apertados. Porém, com o tempo ele foi passando a gostar da coisa que, sorrateiramente, quando alguém ficava na frente no esconderijo, ele dizia logo para que passasse para trás, pois ele queria ver o pegador pelas gretas! Mas, na verdade era que, assim que passava pra frente, encostava logo o “furico” nas partes dos colegas, esfregando-se como se fosse para melhor acomodar-se, e com isso se deliciava com seu grupo denominado “Turma dos Super Heróis”, mas ele se sentia e dizia que era a Mulher Maravilha!

Aí, a proporção que Ednaldo foi crescendo, já com sua afeição aos meninos, sem nenhuma vergonha, passou a masturbar os colegas em troca de bolas de gudes, chegando ao ponto até de dar a bunda em troca de gibis e figurinhas de álbum de jogadores de futebol. Boquete só fazia no dinheiro ou passarinho, que ele gostava de criar. Ficou cotadíssimo no grupo, já que satisfazia a turma, sempre em troca de algo, sendo que algumas vezes, dava porque gostava e achava o colega bonito. Mas, com toda essa vida mundana e aviadada, Ednaldo era um estudante exemplar, todos se sentavam em volta dele nas provas e, automaticamente, ele passava as letras corretas das questões, claro que em troca de umas boas carícias à noite, atrás das árvores frondosas do condomínio! Se as árvores falassem, com certeza diriam: Que menino que gosta de rola, benza Deus, saravá meu Pai!

O tempo passou, ele entrou para faculdade, formou-se em Ciências Sociais, fez mestrado, lecionou em alguns colégios e faculdades, porém, nunca deixou de sentar-se numa rola nos fins de semana. Dava a bunda na sexta, sábado e domingo, e na segunda feira dizia com o maior orgulho: Fodi três dias seguidos! Eu ouvia e pensava: Quem dá o cu não fodeu, foi fodido. Mas, eu nada dizia para não ferir seu orgulho de grande fodião passivo!

Aconteceu Ednaldo ganhar um carro no sorteio de um super mercado e, rapidamente, vendeu e resolveu fazer o doutorado, partindo para Europa, precisamente para Portugal. Foi uma viagem meio louca, às pressas, desorganizada e complicada, pois, já no segundo mês que lá estava, viu-se sufocado, tendo que trabalhar para se manter numa terra estranha!

Mas, trabalhar num país que rejeita imigrantes, falta empregos até para os nativos e, para os que lá aparecem, são explorados nos trabalhos e pagamentos aviltantes. Com esses detalhes complicados, Ednaldo ficou aflito trabalhando num restaurante, as vezes como garçom, outras lavando pratos e serviço de faxina, em troca das refeições e uma graninha fraca, que nem dava para o básico. E foi aí que Ednaldo resolveu dar uma guinada de 360 graus em sua vida portuguesa. Deixou o cabelo crescer, colocou unhas postiças, silicone nos seios, comprou fiado uns vestidos na loja de um brasileiro e, como num passe de mágica, passou a chamar-se Dina Camões. E olhe que depois de maquiada, sapatos altos, ficou uma morena gata, digna de representar o Brasil no além mar!

Daí pra frente, ninguém mais segurou Dina Camões na vida noturna e, durante o dia, pegava um tabuleiro, e se instalava na praça como Dina de Oxóssi ou Dina do acarajé!

Com esse novo e inusitado projeto, Dina hoje está bem de vida, arranjou um gajo africano muito bem dotado, que, depois que ela chega do trottoir, o negão lhe dá umas estocadas, que faz Dina ir ao polo norte e voltar, cheia de dores e prazeres!

Vale dizer que Dina aprendeu a tocar violão e tomou aulas de canto. E para ampliar suas atividades, está compondo alguns fados, para gravar com o nome de Dina Pessoa. Inclusive Caetano musicou um poema de Fernando Pessoa, cujo refrão original diz: “Navegar é preciso, viver não é preciso!” Então Dina modificou a letra e passou a ser assim: “Dar a bunda é preciso, xoxota não é preciso!” E espera fazer o maior sucesso!

Como disse João Ubaldo: “VIVA O POVO BRASILEIRO!”

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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