Antonio Nunes de Souza*
-Estava
esperando encontrar uma mulher como você!
Dizendo isso
e recebendo um sorriso como assentimento, pegou-a pelo braço, começou a dançar
e, sem pestanejar, com menos de cinco minutos foi abraçando-a com o braço
direito, mão na nuca fazendo pressão e carinho, braço esquerdo envolvendo a
cintura e a mão espalmada na linda bundinha da vítima, puxando-a para junto do
seu corpo para que ela sentisse o tanto que era desejada e, ao mesmo tempo,
aplicava um beijo na boca daqueles que a língua se transforma em uma turbina
dentária fazendo branqueamento!
O curioso é
que a receptividade foi maravilhosa, pois, quando se separou, ela, mesmo meio
sufocada, esboçou um sorriso de satisfação e continuou dançando freneticamente
ao som do ritmo caribenho, que o Dj Jan Costa comandava, fazendo os casais na
pista irem à loucura e êxtase!
Alguns
minutos depois ele falou que seu nome era José Paulo e ela, com a maior
naturalidade, disse chamar-se Rita!
Imagine
vocês que a cena acima é uma singela substituição do gesto e comportamento, já
considerado pré-histórico do aperto de mão e a expressão de “muito prazer”,
quando se conhecia uma moça. Hoje você tem que beijar, mostrar que tem uma boa
pegada, senão é taxado logo de gay e, além de não ganhar ninguém, a notícia se
espalha até nos programas desagradáveis de fofocas e nas redes da internet,
deixando sua moral mais baixa que cu de cobra, que além de arrastar no chão
ainda fica na ponta do rabo!
Já bastante
suados pelas esfregações no calor de dezenas de casais na pista da danceteria,
pararam para tomar um drink e trocar uma idéia, numa parte mais silenciosa (ou
menos barulhenta), no sentido de se conhecerem melhor e combinarem o desenrolar
da noite e o raiar do dia. A essa altura já estavam mais agarrados e seguros
que cordeiros de blocos de carnaval, nas maiores intimidades, que só se fazia
antigamente depois da quinta noite da lua de mel. Para todos que ali estavam
era naturalíssima a agarração e amasso, pois, preocupados em fazer o mesmo,
ninguém prestava atenção a ninguém, pois, quando tocava o funk, as mulheres
esfregam as bundas nos membros dos homens, que não sei como não saíam faíscas!
Não precisa
narrar o óbvio que, horas depois, ela seguiu para o apartamento dele e, depois
de um bom vinho e alguns desempenhos de posições do Kamasutra, dormiram o sono
dos justos como normalmente fazem os jovens da atualidade: Simplesmente,
ficaram! E depois nunca mais se viram!
*Escritor, Historiador,
Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
Um comentário:
Boa noite Antônio. Você como sempre um romântico que escreve até as crônicas salgadinhos com classe. Bjus
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