segunda-feira, 30 de outubro de 2023

UMA NOITE NA BALADA! (Clique no título e leia)

 

 Antonio Nunes de Souza*

-Estava esperando encontrar uma mulher como você!

Dizendo isso e recebendo um sorriso como assentimento, pegou-a pelo braço, começou a dançar e, sem pestanejar, com menos de cinco minutos foi abraçando-a com o braço direito, mão na nuca fazendo pressão e carinho, braço esquerdo envolvendo a cintura e a mão espalmada na linda bundinha da vítima, puxando-a para junto do seu corpo para que ela sentisse o tanto que era desejada e, ao mesmo tempo, aplicava um beijo na boca daqueles que a língua se transforma em uma turbina dentária fazendo branqueamento!

O curioso é que a receptividade foi maravilhosa, pois, quando se separou, ela, mesmo meio sufocada, esboçou um sorriso de satisfação e continuou dançando freneticamente ao som do ritmo caribenho, que o Dj Jan Costa comandava, fazendo os casais na pista irem à loucura e êxtase!

Alguns minutos depois ele falou que seu nome era José Paulo e ela, com a maior naturalidade, disse chamar-se Rita!

Imagine vocês que a cena acima é uma singela substituição do gesto e comportamento, já considerado pré-histórico do aperto de mão e a expressão de “muito prazer”, quando se conhecia uma moça. Hoje você tem que beijar, mostrar que tem uma boa pegada, senão é taxado logo de gay e, além de não ganhar ninguém, a notícia se espalha até nos programas desagradáveis de fofocas e nas redes da internet, deixando sua moral mais baixa que cu de cobra, que além de arrastar no chão ainda fica na ponta do rabo!

Já bastante suados pelas esfregações no calor de dezenas de casais na pista da danceteria, pararam para tomar um drink e trocar uma idéia, numa parte mais silenciosa (ou menos barulhenta), no sentido de se conhecerem melhor e combinarem o desenrolar da noite e o raiar do dia. A essa altura já estavam mais agarrados e seguros que cordeiros de blocos de carnaval, nas maiores intimidades, que só se fazia antigamente depois da quinta noite da lua de mel. Para todos que ali estavam era naturalíssima a agarração e amasso, pois, preocupados em fazer o mesmo, ninguém prestava atenção a ninguém, pois, quando tocava o funk, as mulheres esfregam as bundas nos membros dos homens, que não sei como não saíam faíscas!

Não precisa narrar o óbvio que, horas depois, ela seguiu para o apartamento dele e, depois de um bom vinho e alguns desempenhos de posições do Kamasutra, dormiram o sono dos justos como normalmente fazem os jovens da atualidade: Simplesmente, ficaram! E depois nunca mais se viram!

 

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa noite Antônio. Você como sempre um romântico que escreve até as crônicas salgadinhos com classe. Bjus