Antonio Nunes de Souza*
De
início deixa transparecer que estou dizendo uma brutal blasfêmia,
desrespeitando a liturgia religiosa. Mas, em absoluto minha afirmação, Seja algo
nesse sentido, pois, apenas estou, simplesmente, retratando as enormes mutações
em nossos hábitos, costumes religiosos e comportamentos, que a cada dia acontecem
e são encarados e seguidos com as maiores naturalidades, todos achando
normalíssimo tais mudanças!
Para
aqueles que tem mais de sessenta anos, devem ter uma vaga ou forte lembrança,
que na “Semana Santa”, comemorava-se respeitosamente, o sacrifício de Jesus
Cristo nos seus últimos dias de vida, culminando com sua estúpida morte na cruz
e posterior ressurreição. E, logicamente, uma semana de grande tristeza, onde as
orações, missas, reflexões, jejuns e recolhimentos em asilos religiosos, eram
constantes, e professados com grandes aceitações e profundos sentimentos.
Chegando ao ponto das rádios passarem o dia da morte, somente tocando músicas
clássicas, e as televisões faziam o mesmo, usando uma imagem padrão fixa,
alusiva a religiosidade. Era, literalmente, uma semana “santificada”, onde a fé
e a dedicação estavam juntas, com grande profundidade!
Seguramente,
muitos que chegaram até aqui na leitura, nas suas mentes, vieram logo a ideia
que trata-se apenas de um texto saudosista, bastante ultrapassado, e que faz
parte do progresso e evolução dos tempos essas coisas mudarem. Creio até que
muitos acharam ser uma leitura enfadonho, que está fora da realidade e dos
contextos atuais. Porém, a realidade é outra, não tratando de saudades, nem que
era um tempo bom que não volta atrás, nós éramos felizes e não sabíamos, etc.,
o ponto que queremos chegar é sobre a queda vertiginosa dos valores religiosos,
que o povo, atualmente, prova e comprova, estes não merecerem nenhuma
consideração especial, e preocupam-se em se divertir ao máximo nesses dias,
festejar com shows, pagodes, viagens, comilanças, levando em conta,
simplesmente, ser um maravilhoso feriadão que deve ser desfrutado da melhor
maneira possível. E muitos, sem nem se preocupar, ou apenas lembrar a razão do
dia ser santificado. O importante e maravilhoso é não trabalhar por três dias
e, “religiosamente”, curtir seus deliciosos dias profanamente!
Eu,
mesmo não sendo religioso, acho um grande desrespeito as suas crenças,
demonstrando que elas cada dia perdem seus valores, sendo que umas já se
transformaram em arrecadadoras de dízimos e ninho de votos, para eleger seus
ministros, conseguindo essas coisas em quantidade, prometendo o céu e fazendo
milagres fajutos e pré fabricados, enganam seus tolos fiéis, formados de
obedientes e subservientes cegas ovelhinhas, que não enxergam que eles ficam
cada dia mais ricos, com carros, aviões, televisões, rádios, enormes templos, muitos
cargos políticos, e eles cada dia mais pobres, sofrendo e esperando o prometido
céu!
E
nem percebem o significado do versículo ou citação bíblica, que diz que: “É
mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha, que um rico entrar no
céu!” Se isso for verdade, todos eles são ricos e milionários, vão todos parar
no inferno. Que na verdade é o lugar que merecem, por ludibriar a humanidade!
As
ovelhas fiéis muito menos não sabem ou fazem que não, que Jesus apenas uma
única vez ficou revoltado, quando usaram o templo para ganhar dinheiro. E isso
acontece na cara dos pobres fiéis, e eles, pela ignorância e falta de sensatez,
nem percebem que estão sendo feitos de bobos por anos a fio!
Desejo
a todos os religiosos uma feliz Páscoa, e que respeitem o seu santo maior, que
é representado pelo grande homem que foi pelas suas maravilhosas pregações e
ensinamentos, Jesus Cristo!
*Escritor,
Historiador, Colunista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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