segunda-feira, 18 de março de 2024

ONDE E COMO DESPERTOU MINHA VIDA AMOROSA! (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Tinha eu quinze anos, terminaria no próximo ano o curso secundário, e por ser uma ótima aluna, meus pais sempre me faziam todas vontades possíveis, logicamente, dentro dos seus orçamentos. E aconteceu que a nossa turma resolveu organizar uma viagem de vinte dias, todos hospedados numa maravilhosa e qualificada colônia de férias para estudantes, com parque aquático, quadras de esportes, sala de ginástica, restaurante, lanchonete, cinema, biblioteca, enfim, tudo que a juventude adora, inclusive uma enorme sala de jogos da NET, além de médico e fisioterapeuta, tudo livre, incluso no pagamento da estadia. E pelo luxo, obvio que não era barato. Mas, com sacrifício meus velhos se viraram e me incluiu!

Devo salientar que essa empresa de nome “Paraíso da Juventude” era imensa, e em cada programação, comportava aproximadamente uns duzentos estudantes de vários colégios, e era disputadíssima pelas informações dos que já tinham participado!

Comprei umas roupinhas adequadas, arrumei minha mala junto com minha mãe, cheia de euforia e expectativa, já que seria a minha experiência de viajar sem meus pais. O local distanciava uns 40 quilômetros de Salvador!

Chegou o dia e me levaram até o local da saída do ônibus, já encontrei as meninas e meninos colegas, além de muitos outros que não conhecia. Mas, entre jovens as amizades são feitas num piscar de olhos. Com quinze minutos de viagem, já estávamos todos conversando, brincando, cantando, parecendo que todos já se conheciam há bastante tempo!

Chegamos, recebemos uma pulseira, um cartão para ser usado nas horas de alimentação e outros serviços, os quartos foram sorteados, sendo os das moças separados dos rapazes, que ficavam em pavilhões diferentes. Quis ficar com uma colega, mas, fomos logo na chegada, informados que as separações eram importantes, para que nós possamos nos acostumar a se relacionar com novas pessoas. Fiquei sentida, mas, tudo bem!

Meu nome é Lúcia e minha colega de quarto era Rosangela. Ela morava no Garcia e eu no bairro da Graça. Éramos do mesmo curso e ela mais velha meses, fatos que já fiquei sabendo ao desarrumarmos nossas malas. Eram 11 horas, e como nos deram um guia das atividades (locais e horas), que deveríamos obedecer rigorosamente, ao meio dia deveríamos estar no restaurante para o almoço. Aproveitamos esse intervalo para nos conhecer mais, e na hora seguimos. A zoada era incrível de gritos, procuras das amigas, brincadeiras, pegamos os pratos e fomos nos servir num maravilhoso buffet, que constava de uma variedade enorme de comidas, saladas, sobremesas e sucos naturais de frutas, e nada de refrigerantes. Comemos bastante, logo depois, fomos ouvir uma preleção sobre os comportamentos, necessidades e sorteios de várias equipes, que durante o período disputariam várias competições com bastantes prêmios. Foi o maior reboliço e, coincidentemente, caiu em minha equipe umas duas colegas de meu colégio. Depois da agitação do primeiro treino, ao anoitecer, voltamos ao quarto, bom banho, jantamos, descansamos e batemos papos no enorme jardim, em seguida fomos ao auditório ouvir uma preleção religiosa, e depois diretos para as camas!

Ficamos conversando deitadas falando baixinho, pois, o silêncio noturno era exigido, mas, como não entendia as vezes o que ela falava, ela veio deitar na minha cama, que assim podíamos cochichar até a noite toda se tivéssemos assunto. O fato é conversamos tanto que adormeci sem mesmo sentir, e Rosangela também. Aconteceu que no meio da noite eu acordei e, curiosamente, ela estava com uma das pernas dentro das minhas bem colada em minha vagina que, não sei por que, senti algo estranho e bom, e aproveitei e fiquei, lentamente, me esfregando, com o maior medo que ela acordasse. Mas, o que aconteceu foi bem diferente, pois, Rosangela acordou e, sem nada dizer, começou a fazer mais pressão em minha vagina e ao mesmo tempo, pegou a minha mão, colocando-a na sua, que entendi que seria para masturba-la, coisa que nós moças fazemos às escondidas. No escuro, sem nada falarmos, sinceramente, só paramos quando gostosamente gozamos, completando tudo com um beijo na boca daqueles cinematográficos!

Ela foi para sua cama e nós fomos dormir novamente. Mas, sinceramente, fiz força, porém, não consegui, pois, foi a minha primeira experiência sexual com outra pessoa e, estranhamente, alguém que havia conhecido há menos de 24 horas, além de ser outra mulher!

Acordamos, levantamos, tomamos um banho, fizemos tudo isso meias cabreiras, sem contudo falar nada a respeito, procedendo como se nada tivesse acontecido. Achei melhor que assim fosse, preocupada com o que pudesse acontecer mais tarde!

Passamos o dia em grandes atividades, tivemos a primeira prova, nos classificamos em quinto lugar e, no fim do dia, a mesma rotina, mudando a preleção religiosa para uma apresentação teatral, feita por uma companhia contratada pela colônia de férias. Rimos bastante, conversei com algumas das minhas colegas de colégio, todas super alegres e, em seguida, na hora determinada, fomos para o quarto dormir. Chegando, lógico que veio logo a mente, tudo ocorrido na noite anterior, mas, calada fiquei e Rosa como passei a chama-la, também. Nos deitamos mudas, ambas olhando para o teto, até que eu não resistindo, falei: Se você quiser vir para cá conversar será legal. Sem esperar eu falar duas vezes, ela pulou na minha cama, se acomodou e, já com a luz apagada, nem mais conversamos nada. Passamos a nos beijar, nos desnudamos, e a essa altura já não havia mais pudores, nem freio de desejos, nos entrelaçamos com aquela vontade deliciosa de com nossos encontros de vaginas, as gostosas fricções benditas, fizessem chegarmos ao delírio do prazer. Mas, antes disso, Rosa mamou deliciosamente e com carinho meus pequenos e durinhos seios, que me entusiasmou a fazer o mesmo com ela, nos colocando muito e muito pra lá de Bagdá, ou além do céu, pelo desejado orgasmo que tivemos. Aí, depois dessa, não havia mais bobagens de vergonha, passamos a conservar em segredo nosso relacionamento, durante o dia sempre juntas em tudo e, por que não, doidas para que chegasse à noite, para nossa atividade mais gostosa da colônia!

Passamos os vinte dias, nossas noites sempre repetidas com carinhos e amor, que, ao voltar, pedi ao meu pai para que me transferisse para o colégio de Rosa, alegando que havia descoberto que era bem melhor que o nosso, e como já disse antes, eles para me agradar, fazem tudo para mimar sua filha única, Rosa ficou super feliz, conheci seus pais e, a partir desse dia passamos uma a dormir na casa da outra, sempre alegando estudos e, literalmente, nos tornamos amantes e amadas. No ano seguinte, fizemos vestibular e já com dezessete anos, passamos a cursar odontologia, que com quatro anos e meio nos formamos, nossos pais bastantes desconfiados da nossa grande amizade e ligação, mas, nunca nada nos disseram!

Nossos pais associados, montaram uma clínica para nós, e como teria de acontecer, combinamos e, num jantar onde estavam somente nossos pais e nós, resolvemos falar, já que éramos adultas, com formação, praticamente independentes, não caberia guardar mais segredo. E corajosamente, em pleno jantar, eu me levantei, arrodeei a mesa beijando meus pais e os de rosa e, ao mesmo tempo, sugeri um drinque especial. Todos pegaram as taças, fizemos “tim/tim”, bebemos, foi quando meu pai perguntou: Mas, qual o motivo que estamos brindando?

E eu, corajosamente, falei: Eu e Rosangela vamos nos casar oficialmente!

Todos se olharam por alguns instantes, porém, logo em seguida nos abraçaram, beijaram, fizeram outro drinque, quando o pai de Rosa falou em nome do casal, que qualquer coisa que fizesse nossa felicidade, eles estariam ao nosso lado. Meus pais endossaram, ficamos todos alegres, e, podem acreditar, já temos 16 anos que estamos casadas, nossa clínica vai cada vez crescendo mais, já colocamos mais dois dentistas contratados, fazemos cirurgias e implantes e, para completar nossa alegria, adotamos uma criancinha linda que tem o nome de Jacira, uma verdadeira bonequinha e muito sapeca!

 Podemos confessar, que graças a Deus, nunca tivemos um homem em nossas vidas, não temos desejo de ter, mesmo que seja apenas por curiosidade. Eu e minha querida Rosa nos completamos muitíssimo bem!

“São coisas dessa linda e maravilhosa vida louca que vivemos!”

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

Um comentário:

Anônimo disse...

Coisas da juventude kkk