Antonio Nunes de Souza*
Tinha
eu quinze anos, terminaria no próximo ano o curso secundário, e por ser uma
ótima aluna, meus pais sempre me faziam todas vontades possíveis, logicamente, dentro
dos seus orçamentos. E aconteceu que a nossa turma resolveu organizar uma
viagem de vinte dias, todos hospedados numa maravilhosa e qualificada colônia
de férias para estudantes, com parque aquático, quadras de esportes, sala de
ginástica, restaurante, lanchonete, cinema, biblioteca, enfim, tudo que a
juventude adora, inclusive uma enorme sala de jogos da NET, além de médico e
fisioterapeuta, tudo livre, incluso no pagamento da estadia. E pelo luxo, obvio
que não era barato. Mas, com sacrifício meus velhos se viraram e me incluiu!
Devo
salientar que essa empresa de nome “Paraíso da Juventude” era imensa, e em cada
programação, comportava aproximadamente uns duzentos estudantes de vários
colégios, e era disputadíssima pelas informações dos que já tinham participado!
Comprei
umas roupinhas adequadas, arrumei minha mala junto com minha mãe, cheia de
euforia e expectativa, já que seria a minha experiência de viajar sem meus
pais. O local distanciava uns 40 quilômetros de Salvador!
Chegou
o dia e me levaram até o local da saída do ônibus, já encontrei as meninas e
meninos colegas, além de muitos outros que não conhecia. Mas, entre jovens as
amizades são feitas num piscar de olhos. Com quinze minutos de viagem, já
estávamos todos conversando, brincando, cantando, parecendo que todos já se
conheciam há bastante tempo!
Chegamos,
recebemos uma pulseira, um cartão para ser usado nas horas de alimentação e
outros serviços, os quartos foram sorteados, sendo os das moças separados dos
rapazes, que ficavam em pavilhões diferentes. Quis ficar com uma colega, mas,
fomos logo na chegada, informados que as separações eram importantes, para que
nós possamos nos acostumar a se relacionar com novas pessoas. Fiquei sentida,
mas, tudo bem!
Meu
nome é Lúcia e minha colega de quarto era Rosangela. Ela morava no Garcia e eu
no bairro da Graça. Éramos do mesmo curso e ela mais velha meses, fatos que já
fiquei sabendo ao desarrumarmos nossas malas. Eram 11 horas, e como nos deram
um guia das atividades (locais e horas), que deveríamos obedecer rigorosamente,
ao meio dia deveríamos estar no restaurante para o almoço. Aproveitamos esse
intervalo para nos conhecer mais, e na hora seguimos. A zoada era incrível de
gritos, procuras das amigas, brincadeiras, pegamos os pratos e fomos nos servir
num maravilhoso buffet, que constava de uma variedade enorme de comidas,
saladas, sobremesas e sucos naturais de frutas, e nada de refrigerantes.
Comemos bastante, logo depois, fomos ouvir uma preleção sobre os
comportamentos, necessidades e sorteios de várias equipes, que durante o
período disputariam várias competições com bastantes prêmios. Foi o maior
reboliço e, coincidentemente, caiu em minha equipe umas duas colegas de meu
colégio. Depois da agitação do primeiro treino, ao anoitecer, voltamos ao
quarto, bom banho, jantamos, descansamos e batemos papos no enorme jardim, em
seguida fomos ao auditório ouvir uma preleção religiosa, e depois diretos para as
camas!
Ficamos
conversando deitadas falando baixinho, pois, o silêncio noturno era exigido,
mas, como não entendia as vezes o que ela falava, ela veio deitar na minha
cama, que assim podíamos cochichar até a noite toda se tivéssemos assunto. O
fato é conversamos tanto que adormeci sem mesmo sentir, e Rosangela também.
Aconteceu que no meio da noite eu acordei e, curiosamente, ela estava com uma
das pernas dentro das minhas bem colada em minha vagina que, não sei por que,
senti algo estranho e bom, e aproveitei e fiquei, lentamente, me esfregando,
com o maior medo que ela acordasse. Mas, o que aconteceu foi bem diferente,
pois, Rosangela acordou e, sem nada dizer, começou a fazer mais pressão em
minha vagina e ao mesmo tempo, pegou a minha mão, colocando-a na sua, que
entendi que seria para masturba-la, coisa que nós moças fazemos às escondidas.
No escuro, sem nada falarmos, sinceramente, só paramos quando gostosamente gozamos,
completando tudo com um beijo na boca daqueles cinematográficos!
Ela
foi para sua cama e nós fomos dormir novamente. Mas, sinceramente, fiz força,
porém, não consegui, pois, foi a minha primeira experiência sexual com outra
pessoa e, estranhamente, alguém que havia conhecido há menos de 24 horas, além
de ser outra mulher!
Acordamos,
levantamos, tomamos um banho, fizemos tudo isso meias cabreiras, sem contudo
falar nada a respeito, procedendo como se nada tivesse acontecido. Achei melhor
que assim fosse, preocupada com o que pudesse acontecer mais tarde!
Passamos
o dia em grandes atividades, tivemos a primeira prova, nos classificamos em
quinto lugar e, no fim do dia, a mesma rotina, mudando a preleção religiosa
para uma apresentação teatral, feita por uma companhia contratada pela colônia
de férias. Rimos bastante, conversei com algumas das minhas colegas de colégio,
todas super alegres e, em seguida, na hora determinada, fomos para o quarto
dormir. Chegando, lógico que veio logo a mente, tudo ocorrido na noite
anterior, mas, calada fiquei e Rosa como passei a chama-la, também. Nos
deitamos mudas, ambas olhando para o teto, até que eu não resistindo, falei: Se
você quiser vir para cá conversar será legal. Sem esperar eu falar duas vezes,
ela pulou na minha cama, se acomodou e, já com a luz apagada, nem mais
conversamos nada. Passamos a nos beijar, nos desnudamos, e a essa altura já não
havia mais pudores, nem freio de desejos, nos entrelaçamos com aquela vontade
deliciosa de com nossos encontros de vaginas, as gostosas fricções benditas,
fizessem chegarmos ao delírio do prazer. Mas, antes disso, Rosa mamou deliciosamente
e com carinho meus pequenos e durinhos seios, que me entusiasmou a fazer o
mesmo com ela, nos colocando muito e muito pra lá de Bagdá, ou além do céu, pelo
desejado orgasmo que tivemos. Aí, depois dessa, não havia mais bobagens de
vergonha, passamos a conservar em segredo nosso relacionamento, durante o dia
sempre juntas em tudo e, por que não, doidas para que chegasse à noite, para
nossa atividade mais gostosa da colônia!
Passamos
os vinte dias, nossas noites sempre repetidas com carinhos e amor, que, ao
voltar, pedi ao meu pai para que me transferisse para o colégio de Rosa,
alegando que havia descoberto que era bem melhor que o nosso, e como já disse
antes, eles para me agradar, fazem tudo para mimar sua filha única, Rosa ficou
super feliz, conheci seus pais e, a partir desse dia passamos uma a dormir na
casa da outra, sempre alegando estudos e, literalmente, nos tornamos amantes e
amadas. No ano seguinte, fizemos vestibular e já com dezessete anos, passamos a
cursar odontologia, que com quatro anos e meio nos formamos, nossos pais
bastantes desconfiados da nossa grande amizade e ligação, mas, nunca nada nos
disseram!
Nossos
pais associados, montaram uma clínica para nós, e como teria de acontecer,
combinamos e, num jantar onde estavam somente nossos pais e nós, resolvemos
falar, já que éramos adultas, com formação, praticamente independentes, não
caberia guardar mais segredo. E corajosamente, em pleno jantar, eu me levantei,
arrodeei a mesa beijando meus pais e os de rosa e, ao mesmo tempo, sugeri um
drinque especial. Todos pegaram as taças, fizemos “tim/tim”, bebemos, foi
quando meu pai perguntou: Mas, qual o motivo que estamos brindando?
E
eu, corajosamente, falei: Eu e Rosangela vamos nos casar oficialmente!
Todos
se olharam por alguns instantes, porém, logo em seguida nos abraçaram,
beijaram, fizeram outro drinque, quando o pai de Rosa falou em nome do casal,
que qualquer coisa que fizesse nossa felicidade, eles estariam ao nosso lado.
Meus pais endossaram, ficamos todos alegres, e, podem acreditar, já temos 16
anos que estamos casadas, nossa clínica vai cada vez crescendo mais, já
colocamos mais dois dentistas contratados, fazemos cirurgias e implantes e,
para completar nossa alegria, adotamos uma criancinha linda que tem o nome de
Jacira, uma verdadeira bonequinha e muito sapeca!
Podemos confessar, que graças a Deus, nunca
tivemos um homem em nossas vidas, não temos desejo de ter, mesmo que seja apenas
por curiosidade. Eu e minha querida Rosa nos completamos muitíssimo bem!
“São
coisas dessa linda e maravilhosa vida louca que vivemos!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Um comentário:
Coisas da juventude kkk
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