Antonio Nunes de Souza*
Nós
todos, sem exceção, desde que nascemos, vivemos atrelados a sentimentos como
afeto, carinho, amizade, sendo o mais forte de todos e rei absoluto o amor. E
como é de se esperar, já que cultivamos bastante esses hábitos e costumes
sentimentais, como consequência natural, nos apegamos de tal forma a certas
coisas, lugares, momentos e pessoas, que marcaram maravilhosamente as nossas
vidas, que, quando não mais as temos por perto, ou não podemos novamente ter, rever
ou abraçar, aflora imediatamente em nossas mentes, com uma dorzinha no peito,
ela que, sem maiores intensões de maldade nos machuca, mesmo carinhosamente.
Seu nome é SAUDADE!
Mas,
como ela é versátil, eclética e mutante, muitas e muitas vezes, surge em nossas
mentes, nos trazendo lembranças memoráveis e indescritíveis, que vivenciamos no
passado, nos dando uma alegria incomensurável, mostrando que sua presença não
representa maldade, quando nos traz recordações que nos deixam tristes, apenas,
nos faz relembrar, que também tivemos momentos nem tanto felizes, que muitas
vezes, fomos os culpados de terem acontecidos. Nos mostrando os dois lados da
moeda, com a mesma distinção!
Uma
grande parte de pessoas, acha que não devemos ser saudosistas, que o que
passou, passou, águas passadas não movem moinhos, etc., mas, todas as coisas
que passaram, fazem parte integrante de nossas vidas e, obviamente, devemos lembrar
de tudo, pois, até as coisas que não foram benéficas, serviram de lição para
que pudéssemos proceder melhor e com mais cautela. Eu, embora sendo ultra
vanguardista, ainda sou apologista do refrão; “recordar é viver ou reviver”,
inclusive, porque me reporta a minha infância, juventude, puberdade, adulto e o
começo da velhice. Trazendo-me um maravilhoso filme, que para mim, merece um “Oscar”,
e eu o prêmio de melhor ator, pois, estou nas telas da vida até hoje, com quase
um centenário nas costas e ainda atuando!
Devemos
todos cultuar a SAUDADE, que, curiosamente, somente na língua portuguesa, esse
sentimento é expresso em uma única palavra, em todos os outros, sempre usam que
sentem falta ou relembram!
Hoje
mesmo, acordei sentindo muitas saudades. Mas, tenho certeza, que a qualquer dia
ou hora, eu matarei ela com alegria!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de letras!
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