Antonio Nunes de Souza*
Muita
gente pensa ou imagina, que somente existem mulheres barraqueiras nas
periferias e subúrbios. Mas, estão completamente enganados com relação a isso,
pois, na alta sociedade também existem mulheres que, tranquilamente, armam o
maior barraco em qualquer lugar que seja, sem que tenha hora ou,
principalmente, algum motivo que mereça. E assim era Renata, filha do grande comerciante
Alfredo Souza, considerado o rei dos supermercados, por possuir mais de uma
centena em diversas cidades e estados!
Não
precisa dizer que Renata frequentava a alta sociedade, e seu status era de ser o
“creme de le creme”, nos ambientes dos grandes e deslumbrantes eventos. E, num
desses eventos, conheceu no camarote especial, cheio socialites e estrelas
globais, um jovem da sua faixa etária, também bonito quanto ela, que logo
começaram a trocar olhares, se aproximaram começaram a beber, depois a dançar e
com uma hora já estavam aos beijos, pois, com a maior naturalidade, no primeiro
encontro, só não termina na cama, quando bebem demais e falta disposição. Fora
isso, não transar por ser o primeiro dia, é coisa de idiota preconceituoso e
tolo!
E
para não fugir à regra, lá pela madruga, ela e Léo partiram para um luxuoso
motel, para selar o encontro casual, e a noite primorosa que o destino estava
proporcionando. Como era ela que estava dirigindo, ao chegar na recepção, o
porteiro ao entregar a chave, de propósito ou não, alisou a sua mão. Aí Renata
pulou nos saltos, chamou o homem de ousado, moleque, descarado e outros nomes,
Léo pedia para ela parar, e ela exigia que ele saltasse e desse um muro na cara
do porteiro, pela ousadia de ter desrespeitado ela. Sem alternativa, Léo saltou
do carro, dirigiu-se a recepção, e quando pensou e se armou para dar o tal
murro pedido por Renata, o porteiro que era faixa preta de Karatê, deu dois
cacetes na cara dele, além de duas pisadas e ponta pés, logo que ele caiu
desmaiado. Aí foi que Renata sapateou mais do que Fred Astaire, gritando e
ligando para o pai, enquanto porteiro ligava para o SAMU para atender Léo e
para a polícia para prender Renata. Logicamente, com essa puta confusão e
barraco na porta do motel, os casais que entrava e os que saiam, ficaram trancados,
já que o carro de Renata ocupava a pista.
Em
minutos, chegou a ambulância e a polícia, que pegou Renata aos gritos de histerismo
e jogou no camburão, desocupou a pista afastando o carro, enquanto os
enfermeiros colocavam Léo desmaiado na maca, e seguiam para o Pronto socorro!
Lógico
que o caso foi abafado pelo Milionário Alfredo, o porteiro foi demitido, pelo
prestígio do pai, que se sentiu ofendido, e Léo foi transferido para um
hospital particular, com 12 pontos na cara e um braço quebrado, e, logicamente,
putíssimo com a filha da puta da Relata, que, praticamente, obrigou ele a ir
dar um murro no porteiro.
Quatro
dias depois, Léo iria receber alta do hospital, então Renata foi busca-lo, e lá
chegando, ao sair Léo foi ao balcão para acertar a conta hospitalar, demorando
alguns minutos, enquanto o rapaz no computador acertava, para imprimir o
recibo. Nisso, Renata disse para Léo: Você não está notando que esse cara está
me olhando demais, não? Você devia dar uma lição nele, para que respeite as
visitas dos pacientes. Foi nesse momento que Léo, mesmo com um braço na tipoia,
pegou o outro que estava bom, e meteu na cara dela, dizendo: Sua barraqueira
filha da puta, não me procure mais, e se não gostou vá dar queixa pra Maria da
Penha!
Dizendo
isso, deixou ela assustada e nervosa, seguiu, pegou um táxi na porta do
hospital e nunca mais quis saber de se encontrar com Renata. Vindo a saber
depois, que ele não tinha sido o primeiro a entrar em esparro por causa dela,
que inclusive, um tinha tomado dois tiros, porque ela criou um barraco, dizendo
que o cara passou e se esfregou nela, e ela botou seu namorado para brigar com
um marginal armado!
Que
esse caso lhe sirva de conselho, para que não se enrosque ou se relacione com
esse tipo de mulher, pois, com certeza, vai fazer você, além de apanhar, ainda
passar vergonha em diversas ocasiões.
Posso
citar mais um exemplo, esse, super verídico: Indo para Europa, conheci um casal
em pleno voo. Como a viagem é longa, conversamos e fizemos uma certa amizade. E
quando chegamos fomos para nossos diferentes hotéis, mas, curiosamente, ao meio
dia, saí para almoçar e, ao entrar num restaurante, desses simples que tem as
fotos dos pratos lindos e coloridos e com um número, e você escolhe e diz: Eu
quero o número X, e eles em minutos trás. Encontrei o casal, e sorrimos pela
coincidência, sentei-me ao lado, escolhemos nossos números, e quando veio o
prato dela, não constava uma ou duas folhas de alface, que tinha na foto. Essa
mulher empurrou o prato, disse que não queria, que a casa estava fazendo
propaganda enganosa, O rapaz explicou que a alface estava em falta devido às
chuvas, ela disse que não tinha nada com isso, que não pagaria nada, isso chamando
a atenção de todos presentes, que me revoltou, e puto da vida e envergonhado,
paguei a merda do prato dela, o banana do marido nada dizia, e saí sem nem me
despedir. Isso foi em Paris e, felizmente, nunca mais voltei a encontra-los!
Uma
mulher de classe, mesmo quando acontece alguém procurar flerte ou alguma outra situação
desagradável, comporta-se discretamente, muda de lugar, e jamais coloca seu
parceiro ou marido em situações perigosas ou complicadas!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!