Antonio Nunes de Souza*
Foi
exatamente isso, foi o que senti ao acordar no primeiro dia do ano. E isso
deveu-se depois de tomar meu café, fui tenso e nervoso e cheio de fé e
esperança, conferir meus queridos jogos da mega sena e, depois de conferir
atenciosamente por duas vezes, miseravelmente, apenas consegui fazer um único e
ridículo duque nos vinte palpites que fiz. E lógico que ainda estou triste e
chateado, pois, tracei tantos mirabolantes planos, e ao acordar, carregado de
fé e esperança, vejo a merda toda vir abaixo sem dó nem piedade!
Vi
que procedi e caí na situação típica das pessoas pobres, que vivem ilusoriamente
apoiadas nas suas duas grandes riquezas: Fé e esperança. Mas, absurdamente,
nunca conseguem enxergar, que fé e esperança nunca levou ninguém a lugar
nenhum. Porém, mesmo vendo os exemplos nas suas próprias casas e dos seus
amigos e vizinhos, continuam depositando seus futuros nesses dois ilusórios
sentimentos. Inclusive, muitas e muitas vezes, pelos exageros das crenças
nesses frustrantes hábitos, terminam se acomodando, achando que não melhorou ainda,
porque está passando por uma provação divina, não se apercebendo, que aqueles
que não vivem se apoiando nesses dois ilusórios costumes, sempre estão
melhorando, pois, suas preocupações maiores são de lutar, trabalhar, e aproveitar
as oportunidades para vencer mais rapidamente. E se elas não aparecem, procuram
criá-las com boas ideias e imaginação!
E
eu, idiotamente, achei de me alicerçar na fé e esperança, na possibilidade de
me tornar um milionário de uma hora para outra. E agora, vendo a bobagem que
fiz, terminei caindo em uma puta frustração, que me serviu de lição, para eu
jamais acreditar nesse papo de jacaré, que a fé move montanhas e que a
esperança é a última que morre. Já comprovei que a fé não move coisíssima nenhuma,
e a esperança já nasceu morta, e vive apenas nas cabeças dos tolos, que adoram
se iludir!
Como
não sou de ficar gritando: “Aí meu Deus meu cu tá doendo!”, daqui a pouco já
estarei alegre e sorridente, esquecendo esse golpe frustrante, por fazer a
burrice de confiar em coisas
inexistentes!
Não
posso deixar de dizer que, felizmente, o grande prêmio foi dividido por cinco
apostadores, cinco estados diferentes, fracionando a bolado em regiões
diversas, consequentemente, ajudando pessoas de várias localizações, pois, a
concentração de rendas nunca foi coisa benéfica!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Um comentário:
Falou tudo!
Postar um comentário