sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

LAVEI A ALMA NA LAVAGEM! (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Vou lhe contar mermão, foi a maior zorra da paróquia. Os outros anos foram ótimos, mas, esse ano foi de foder. Digo de foder literalmente, pois, parecia que a raça de turistas e nativos estavam todos no cio. Ao som dos afoxés, blocos afros, charangas, bandinhas e outras porras mais, todo mundo dançava, cantava e claro, se esfregavam, ou iam se acertando para não só acompanhar o cortejo, como também desfrutar das partes pecaminosas em seguida!

Deu uma puta sorte que, antes de chegar ao largo de Roma, já estava enturmado com uma argentina loura e gotosíssima. E era daquelas que não era preconceituosa, pois a sacana deve adorar macaco, pois pegou o negão aqui pela cintura, e não largou até a chegada na colina. Lógico que no caminho eu sempre colocava ela na frente e ia fazendo terra na sua bunda, que ela por sentir o volumão africano, mexia que seus olhos verdes pareciam que iam pular pra fora. Vi logo que ia me dar bem. Ela estava acompanhada de uma amiga, mas, essa era um pouco recatada, apenas as vezes pegava em minha mão, mas, sempre dançando sozinha. Vocês sabem perfeitamente, que num evento dessa ordem, com um calor retado, temos que tomar umas cervejas e uns capetinhas para relaxar mais, e isso nós fizemos como o diabo gosta!

O fato é já cansados pra caralho, subimos aos peidos a ladeira da colina, Lolita e Daisy suando “paca” e eu com a negritude o suor dava um brilho na pele, que parece que dava uma tesão incrível nelas, pois, me alisavam por cima e por baixo da minha camiseta regata, molhando as mãos!

Fomos lentamente se chegando para perto do adro da igreja, tomamos o tradicional banho de água de cheiro das baianas, algumas folhadas das benzedeiras, aí fomos saindo a francesa, já que eu queria escolher uma barraca top que tivesse as porras todas, principalmente bom samba no pé e um sarapatel ou maniçoba da boa. Quanto a grana eu já estava bem maneiro, já que tinha dito a Daisy que eu era pião e estava “duro de reais”, e ela, gentilmente, disse que não me preocupasse. Esse papo de jacaré eu disse logo que nos batemos em Roma, e ela já veio na caminhada bancando tudo. Lógico que pensei até que tinha ganho na mega sena!

Quando olhei de perto, vi a “barraca do amor divino”, e pensei logo: É aqui que que vai ser minha gloria. Entramos, encostamos no balcão, e arranjei dois engradados vazios de cerveja e dei para elas sentarem. Nisso o samba comia e corria solto, e eu como puta velha nessas paradas, entrei na roda e comecei a sambar no pé, como aprendi com as sambadeiras de Santo Amaro, minha terá querida. Eu parecia uma carrapeta. Tambores, pandeiros, violas e atabaques, mandavam seus tradicionais sambas e chulas, que as argentinas vendo minha performance, ficaram enlouquecidas, até sua amiga Lolita perdeu toda inibição e, sem medo de ser feliz, ambas entraram na roda, todas desengonçadas, e se sacodiam em minha volta, sempre me abraçando e dando beijos, claro que a plateia, mesmo acostumada a altas sacanagens baianas, olhavam colocando o polegar pra cima em minha direção. Eu, tá rebocado, me sentia o Sheik de Dubai!

Dançamos, bebemos, cantamos, comemos e, as 16 horas, já estávamos fodidos de cansados, as duas com as bochechas vermelhas pra caralho, pelo sol na caminhada, Daisy meteu a mão no cartão, pagou a zorra toda, que nem quis saber o montante. Tomamos um táxi e, aceitando a proposta delas, fomos para o Hotel Othon. Lá chegando, fiquei meio cabreiro, imaginando que os filhos da puta iriam cortar meu barato, não deixando eu entrar. Mas, Daisy falou algo na recepção que nem me olharam.  Daisy mandou eu subir com Lolita, que ela iria comprar algo na butique do hotel. Já no apartamento, depois de uns minutos chega ela trazendo uma camisa, bermuda e um short para mim. Elas sugeriram que tomássemos um banho de piscina, antes de deitar para descansar. Eu pensava até que estava sonhando, cara! Tanta mordomia e duas bocetaças a disposição. Só mesmo Senhor do Bonfim poderia me dar esse presente!

Para abreviar, vou lhe dizer que deitamos os três na cama, todo mundo nu, e a putaria rolou de tudo que era posição, tanto as brasileiras como as argentinas, As sapecas eram verdadeiras “Maradonas” na arte de foder. Pegavam meu caceto e faziam gol em qualquer buraco. O negão aqui se viu louco pra dar conta do recado nas duas xoxotas inflacionadas, da Argentina do pilantra Javier Milei. Depois da fodança maravilhosa, dormimos, somente acordando hoje pela manhã, que elas iriam para Buenos Aires, e eu cair na real de vir trabalhar aqui no escritório da empresa!

Porra mermão, que lavagem do caceto você fez. E você rezou pra o Santo?

-Puta que pariu, cara. Me esqueci totalmente! Mas, Hoje a noite vou orar um padre nosso, que o Senhor “Bonfa” foi muito generoso e massa real comigo!

Já estou pensando na Lavagem de Itapoã!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!  

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