Antonio Nunes de Souza*
Vou
lhe contar mermão, foi a maior zorra da paróquia. Os outros anos foram ótimos,
mas, esse ano foi de foder. Digo de foder literalmente, pois, parecia que a
raça de turistas e nativos estavam todos no cio. Ao som dos afoxés, blocos
afros, charangas, bandinhas e outras porras mais, todo mundo dançava, cantava e
claro, se esfregavam, ou iam se acertando para não só acompanhar o cortejo,
como também desfrutar das partes pecaminosas em seguida!
Deu
uma puta sorte que, antes de chegar ao largo de Roma, já estava enturmado com
uma argentina loura e gotosíssima. E era daquelas que não era preconceituosa,
pois a sacana deve adorar macaco, pois pegou o negão aqui pela cintura, e não
largou até a chegada na colina. Lógico que no caminho eu sempre colocava ela na
frente e ia fazendo terra na sua bunda, que ela por sentir o volumão africano,
mexia que seus olhos verdes pareciam que iam pular pra fora. Vi logo que ia me
dar bem. Ela estava acompanhada de uma amiga, mas, essa era um pouco recatada,
apenas as vezes pegava em minha mão, mas, sempre dançando sozinha. Vocês sabem
perfeitamente, que num evento dessa ordem, com um calor retado, temos que tomar
umas cervejas e uns capetinhas para relaxar mais, e isso nós fizemos como o
diabo gosta!
O
fato é já cansados pra caralho, subimos aos peidos a ladeira da colina, Lolita e
Daisy suando “paca” e eu com a negritude o suor dava um brilho na pele, que
parece que dava uma tesão incrível nelas, pois, me alisavam por cima e por
baixo da minha camiseta regata, molhando as mãos!
Fomos
lentamente se chegando para perto do adro da igreja, tomamos o tradicional
banho de água de cheiro das baianas, algumas folhadas das benzedeiras, aí fomos
saindo a francesa, já que eu queria escolher uma barraca top que tivesse as
porras todas, principalmente bom samba no pé e um sarapatel ou maniçoba da boa.
Quanto a grana eu já estava bem maneiro, já que tinha dito a Daisy que eu era
pião e estava “duro de reais”, e ela, gentilmente, disse que não me preocupasse.
Esse papo de jacaré eu disse logo que nos batemos em Roma, e ela já veio na
caminhada bancando tudo. Lógico que pensei até que tinha ganho na mega sena!
Quando
olhei de perto, vi a “barraca do amor divino”, e pensei logo: É aqui que que
vai ser minha gloria. Entramos, encostamos no balcão, e arranjei dois engradados
vazios de cerveja e dei para elas sentarem. Nisso o samba comia e corria solto,
e eu como puta velha nessas paradas, entrei na roda e comecei a sambar no pé, como
aprendi com as sambadeiras de Santo Amaro, minha terá querida. Eu parecia uma
carrapeta. Tambores, pandeiros, violas e atabaques, mandavam seus tradicionais
sambas e chulas, que as argentinas vendo minha performance, ficaram
enlouquecidas, até sua amiga Lolita perdeu toda inibição e, sem medo de ser
feliz, ambas entraram na roda, todas desengonçadas, e se sacodiam em minha
volta, sempre me abraçando e dando beijos, claro que a plateia, mesmo
acostumada a altas sacanagens baianas, olhavam colocando o polegar pra cima em
minha direção. Eu, tá rebocado, me sentia o Sheik de Dubai!
Dançamos,
bebemos, cantamos, comemos e, as 16 horas, já estávamos fodidos de cansados, as
duas com as bochechas vermelhas pra caralho, pelo sol na caminhada, Daisy meteu
a mão no cartão, pagou a zorra toda, que nem quis saber o montante. Tomamos um
táxi e, aceitando a proposta delas, fomos para o Hotel Othon. Lá chegando,
fiquei meio cabreiro, imaginando que os filhos da puta iriam cortar meu barato,
não deixando eu entrar. Mas, Daisy falou algo na recepção que nem me
olharam. Daisy mandou eu subir com
Lolita, que ela iria comprar algo na butique do hotel. Já no apartamento,
depois de uns minutos chega ela trazendo uma camisa, bermuda e um short para
mim. Elas sugeriram que tomássemos um banho de piscina, antes de deitar para
descansar. Eu pensava até que estava sonhando, cara! Tanta mordomia e duas
bocetaças a disposição. Só mesmo Senhor do Bonfim poderia me dar esse presente!
Para
abreviar, vou lhe dizer que deitamos os três na cama, todo mundo nu, e a
putaria rolou de tudo que era posição, tanto as brasileiras como as argentinas,
As sapecas eram verdadeiras “Maradonas” na arte de foder. Pegavam meu caceto e
faziam gol em qualquer buraco. O negão aqui se viu louco pra dar conta do recado
nas duas xoxotas inflacionadas, da Argentina do pilantra Javier Milei. Depois
da fodança maravilhosa, dormimos, somente acordando hoje pela manhã, que elas iriam
para Buenos Aires, e eu cair na real de vir trabalhar aqui no escritório da
empresa!
Porra
mermão, que lavagem do caceto você fez. E você rezou pra o Santo?
-Puta
que pariu, cara. Me esqueci totalmente! Mas, Hoje a noite vou orar um padre
nosso, que o Senhor “Bonfa” foi muito generoso e massa real comigo!
Já
estou pensando na Lavagem de Itapoã!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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