Antonio Nunes de Souza*
Nós
nos preocupamos tanto dançando, cantando, bebendo, comendo, dormindo e fodendo,
que não nos apercebemos nem de leve, que somos um dos estados mais festeiros do
mundo, talvez até em primeiro lugar nessa categoria, levando-se em conta que
temos uma porrada de feriados, dias santos nem se fala, pontos facultativos uma
caralhada, fora os enforcamentos por conta própria, que são aceitos de bom
grado pelos prefeitos e empresários, já que eles também adoram essa festiva esculhambação!
Estatisticamente,
esses dias citados, chegam simplesmente a bagatela de duzentos dias inativos,
ou ativos de diversões, alegrias e sacanagens, isso obviamente, contando os
queridinhos domingos, que só eles são simplesmente cinquenta e dois (é foda,
mas, é uma puta verdade)!
Tirando
os dias das esbornias, sobram para alavancar o país, cento e sessenta e cinco
dias, tendo-se de levar em conta, que depois de cada feriadão, perde-se uma
manhã, uns contando aos outros as proezas e merdas que fizeram durante a folga.
Logicamente, durante esses papos que ninguém trabalha, podemos contabilizar
aproximadamente, o tempo correspondente de quinze dias, sobrando
categoricamente, apenas cento e cinquenta dias para o batente firme. Porém,
esse batente que geralmente uma parte é usada para armações de palanques,
ensaios de blocos, confecções de abadás, preparação de carros de trios
elétricos, shows nas concha acústica, teatro e no Pelourinho, e ainda os
festivais de verão, inverno, primavera, e os maravilhosos São João e São Pedro,
sem nenhuma dúvida, esses trabalhos de preparativos momescos, tomam quase a
metade dos cem dias restantes, que naturalmente são gastos nos carnavais e micaretas!
Aí,
quando terminei minha pesquisa e contabilidade, tomei um susto do caralho,
vendo que apenas sobraram cinquenta dias para realmente se trabalhar!
Então me perguntei: Como será que essa zorra desse
estado anda?
Sinceramente
não sei. Mas, que trabalhamos pra caralho eu não nenhuma dúvida. E com certeza,
deve ser nos intervalos quando estamos dançando, cantando, bebendo, comendo,
dormindo e fodendo!
Conheço
mais de uma dezena de países, o Brasil quase todo, mas, igual a nossa Bahia,
não existe e jamais existirá!
Eta,
Eta, Eta, Eta Bahia porreta!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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