Antonio Nunes de Souza*
Nunca
gostei de chifres, nem tão pouco tive vocação para Cowboy, sou totalmente
urbano, e sempre digo que quem faz carreira no mato é viado. Mas, como todo
mundo diz de alto e bom som, que em Barretos – SP, as festas, rodeios e vaquejadas
são maravilhosas, e está entre as maiores do mundo, tendo grana, filho de papai
na Bahia, resolvi ir ver de perto essa festa, que além dos rodeios e desfiles
equestres, mulheres bonitas, tem mais que mosquito da dengue!
Peguei
um voo no dia seguinte, véspera do início da festa, fui para um excelente
hotel, tendo de dar uma forte gorjeta para conseguir um apartamento, me
instalei e, prontamente, fui a rua comprar as parafernálias das roupas, cintos
e botas, para passar a ter uma aparência de alguém da cidade e a vertente de
amantes de tais atrações, coisa que eu não tinha nenhuma!
Voltei
para o hotel, me vesti todo a caráter e, quando me olhei no espelho, tomei um
puto susto, pois eu estava parecendo John Waine, o rei dos cowboys dos filmes
americanos, só faltando uma estrela de xerife no peito e os revólveres na
cintura. Dei uma risadinha e segui para desfilar na cidade, antes acertando na
recepção a contratação de um carro top, para ficar a minha disposição durante
meus dez dias na cidade, pois, a pé você só ganha chulé!
O
carro chegou, assinei o contrato de aluguel, e depois de tudo acertado, entrei e
saí circulando com cuidado, já que a cidade estava fervilhando de turistas do
Brasil e de todas nacionalidades. Depois de fazer um City Tour razoável,
resolvi parar numa imensa, deslumbrante e iluminada Churrascaria, cujo o nome piscava
coloridamente como aqueles anúncios de Las Vegas: EL Toro!
Veio
o porteiro, recebi uma ficha e dei o carro para ser estacionado, entrando meio
sem jeito, pois, pelas roupas de praticamente todos serem iguais ou parecidas
com a minha, imaginei que estava, simplesmente, no velho Oeste americano!
Sentei-me
num canto, veio um garçom, pedi um whisky duplo, que logo chegou. No palco uma
dupla de cantores e dançarinos de nome “Fernando e Mendonça”, que com laços nas
mãos faziam malabarismos, cantavam e sapateavam a moda de Nashivlle. Enquanto por
trás, uma dúzia de mulheres lindas, com roupas e corpos iguais, dançavam e
abanavam os chapéus. Eu estava adorando a coisa, já que para mim, tudo constituía
novidade em terras nacionais, já que sempre vou aos Estados Unidos. Aí, sem
pedir licença ou mesmo me cumprimentar, quatro moças sentaram em minha mesa
tranquilamente. Me assustei, mas, achei que era normal isso na cidade. Pediram
drinks e salgados, e como inevitável, nos apresentamos, elas eram de Sampa e,
como eu, estavam pela primeira vez indo a Barretos. O fato é que, com conversa
vai conversa vem, eu terminei me armando com uma chamada Salete, muito bonita e
bastante sexy. Com uma hora eu já estava dançando e aos beijos com Salete, que
muito se divertia, se sentindo no céu, mesmo sem ser evangélica. Eu,
sinceramente, estava achando do caralho, mesmo me sentindo ridículo vestido de
vaqueiro. Mas, por mulher eu me visto até de batina ou Pai de Santo. Lá pra
meia noite, já todos com cu cheio de bebidas e comidas, resolvemos ir para
nossos devidos hotéis. Porém, eu cochichei no ouvido de Salete e pedi para ela
ir dormir em meu hotel, e, numa boa, ela nem titubeou. Paguei a conta toda,
eles brigaram para dividir, mas, não deixei!
Peguei
o carro, todas entraram e eu fui levar as meninas Jacira, Rita, e Rosa para o
hotel, para depois voltar para o meu com minha Salete. Aí tomei o maior susto,
quando elas disseram que estava no Grande Hotel Barretos, o mesmo que eu
estava. Todos riram e fomos, saltamos, elas para seus apartamentos, e eu e Salete
no meu!
Mesmo
cansados e meio bêbados, não deixamos de transar maravilhosamente, coisa que
Salete sabia de todas as formas que os homens adoram, e se derretem de prazer.
Como também não sou calouro na arte, fiz a danada espernear tendo orgasmos múltiplos,
tanto pela frente como por trás, pois, para ela todos os lados são bons, e para
se fazer uso normalmente!
Acordamos
dia seguinte, nos preparamos e nos refizemos, para a noite ir a abertura dos
festejos, que teria um show de Chitãozinho e Chororó, Anita, Leonardo e Daniel.
Fim de tarde, todos prontos, seguimos para a arena que ao entramos, nos batemos
com milhares de pessoas, todos numa euforia assustadora, preferimos ficar
circulando, em vez de sentar nas arquibancadas, A zorra foi aberta, algumas
apresentações, e logo começou o show que enlouqueceu a plateia, e nós de longe
curtíamos tudo numa boa, as meninas se agarrando eventualmente nos rapazes que,
ousadamente, chegavam, abraçavam e beijavam na boca sem nem pedir licença, mas,
pelo que vi, esse gesto era natural durante essa festa. Fim de noite, como
sempre, voltamos para o hotel, as meninas ficaram com uns caras, e eu e Salete fomos
para o apartamento, que depois de nus, passamos a brincar de “touro mecânico”, eu
de barriga pra cima e Salete com meu talo enfiado até o cabo, e ela ficava
pulando por cima e pra baixo, mas, com todo cuidado para o pau não escapulir.
Gosei tanto que cheguei a peidar pelo relaxamento, fazendo Salete morrer de rir
e dizer: Tá vendo touro, botei você pra tocar o berrante!
E
assim continuamos por vários dias, frequentando a arena, shows, bebidas e as
deliciosas trepadas. Até que, no penúltimo dia eu tive uma indisposição e sem
condições, resolvi ficar no hotel, e Salete foi com as amigas e seus namorados
para a festa. Tomei uma medicação, vi Tv e depois dormi. Mas, as três horas da
madrugada acordei e me levantei para fazer xixi. Notando que Salete não tinha
vindo. Aí, já me sentindo melhor, resolvi ir ao seu quarto, meti a mão na
maçaneta e estava destrancada e, quando entrei, vi na cama Salete em cima de um
cara, que assustado pulou da cama, e eu me assustei com o tamanho do bicho, que
parecia um guarda roupa de casal e a rola com um cabide, de tão grande que era.
Ele vestiu a roupa e saiu sem nada dizer, eu fiquei numa posição patética, e
Salete toda envergonhada. Sem dizer porra nenhuma, dei as costas, fui puto para
o quarto, e no dia seguinte, mesmo cedo, sem querer nem ver o final dos
rodeios, fui para São Paulo, peguei um avião, e quando sentado em minha poltrona,
com raiva, disse pra mim mesmo: “Eu sou um sacana. Fui conhecer Barretos e
estou voltando com um par de chifres!”
Quando
fui entrando em casa em Salvador, meu pai na porta, logo me perguntou: Tenho
certeza, que você trouxe um berrante como lembrança!
Só
não mandei ele pra porra, porque era meu pai, já que eu estava com meu par de
berrante bem na testa!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário