Antonio Nunes de Souza*
O
passar do tempo, que é o nosso melhor professor, sempre estamos passivos de
sermos surpreendidos com atitudes que, seguramente são, literalmente surreais e
inacreditáveis!
Vou,
para efeito de ilustração, contar um fato verídico, ocorrido há sessenta e
sete anos atrás, numa cidade do interior que morava, que estarreceu a toda
população, virando um escândalo sem precedente:
Um
jovem muito conhecido na cidade, dono de um caminhão que fazia fretes diversos
(pequenas cidades todos se conhecem), começou um namoro com uma linda moça de
família de porte médio, sendo que com o tempo, como era normal no passado,
ficaram noivos, felizes, alegres e esperançosos de um futuro brilhante e
maravilhoso (não vou citar os nomes por uma questão de ética). Ele começou a
construir uma casa, comprar os apetrechos normais para equipar o seu lar, ela
era apenas uma moça do lar, não trabalhava enem tinha nenhuma formação. Como
era comum naquela época, os namoros, noivados, até chegar ao casamento,
demorava no m´nimo uns quatro a cinco anos. E foi o prazo que João e Maria
(colocarei esses nomes hipotéticos) resolveram marcar o data do casamento, dia
que foi feito uma comemoração entre as famílias, brindando a decisão do noivo,
já que eram sempre os homens que tomavam essa séria decisão matrimonial!
A
euforia de ambos brilhavam nos olhos, e como nas cidades do interior as
notícias correm depressa, todos já ficaram na espero desse casório, pensando
nos “comes e bebes”, que nunca falta nesses eventos!
Passados
os dias de expectativas, chegou a data marcada, João todo impalitosado, Maria
com um lindo vestido branco com uma calda expressiva, igreja abarrota de
convidados e curiosos, depois da entrada ao som da valsa nupcial, o padre
celebrou o casamento as 16.00 horas. A igreja badala o sino, todos na porta
jogando arroz nos noivos e, logo em seguida convidados e penetras invadiram a grande
casa do pai da noiva, onde uma grande “radiola tocava seus discos com as músicas
alegres e dançantes (boleros, mambos e sambas), e a festança rolou até as dez
da noite, quando os convidados, foram saindo aos pouco, até que o último saiu.
Aí, João pegou sua linda Maria, ainda vestida de noiva, se despediram dos pais,
entres choros e lágrimas de saudades e alegrias, entraram na boleia do
caminhão, dirigindo-se para sua casa, que seria sua nova moradia!
Foi
aí que a merda aconteceu, pois, quando João e Maria se deitaram, meios
escabreados, pois, na época as intimidades existiam, porém, em escalas bem
inferiores, principalmente nas pequenas cidades do interior, João passou as mãos
pelo corpo da da sua donzela maravilhosa, e com poucas preliminares, subiu no
seu amor e, com o maior desejo, penetrou Maria, que escondendo o rosto com
vergonha, recebeu de bom grado o vergalhão de João. Logo depois que sentiu
prazer, João pulou para o lado, levantou-se, acendeu a luz, e puxou o lençol de
cima de Maria e viu que não tinha nenhuma marca de sangramento nela, e que a
penetração foi de primeira sem nenhum empecilho. E mediante essa sua
constatação, mandou Maria se levantar, vestir a roupa, ela nada entendia, até
que ele disse: Vou lhe devolver ao seu pai, sua vagabunda, pois você não era
mais “moça” (desvirginada), já esteve com outro homem e me enganou. Maria
chorava copiosamente dizendo que era mentira, mas, João, além de nervoso,
estava alucinado pelo vexame que estava passando e o que passaria na cidade com
os amigos e moradores. Porém, mesmo com essa preocupação, pegou Maria pelo braço
(isso as duas horas da manhã, pegou o caminhão foi direto para casa do sogro.
Lá chegando, bateu na porta, Maria, soluçava barbaramente, os pais abriram a
porta e João, num ato grosseiro, apenas disse: Vim devolver sua filha que não
sendo mais “moça”, me enganou por anos, me levando até ao casamento. Amanhã
pedirei a anulação!
Nisso
a sogra desmaiou, o sogro louco da vida defendia a filha, mesmo com uma
pontinha de dúvidas. Mas, Sem dar até logo, João virou as costas e voltou para
casa, obviamente, sem conseguir dormir, imaginando a merda que seria no dia
seguinte!
O
escândalo foi o máximo que você possa imaginar, a cidade que é dada a fofocas,
esse caso foi um prato cheíssimo. João entrou na justiça para pedir a anulação
do matrimônio, o sogro mandou um ginecologista fazer um minucioso exame em
Salvador e, felizmente, o médico atestou que Maria tinha o hímen complacente
(tem determinada elasticidade, recebe a penetração e depois volta a posição
original)!
Aí
meus amigos, os sogros procuraram João, mostraram o diagnóstico de dois médicos
atentando a veracidade, e João, meio cabreiro, disse que aceitava, mas, que
fosse espalhada a notícia da razão para que ele não passasse a ser chamado de “pedreiro”,
que tapou o buraco que outro abriu. O faro é que eles voltaram, João pediu
desculpas a Maria, foram morar em outra cidade por algum tempo para que a
história fosse esquecida, com uns anos voltaram para sua cidade de origem, já
com dois filhos!
Uma
história dessa contada, nenhum jovem acredita ou imagina que no passado as pessoas
eram loucas e super atrasadas. Pois, nos dias de hoje, com as mudanças de
hábitos e costumes, é mais provável, o noivo ir devolver a noiva por ser virgem,
sem experiência sexual, não saber desempenhar bem no ato, estranhar certas
posições, etc., provocando um fiasco desagradável na lua de mel!
Juro
de pés juntos, que esse caso é realíssimo, e que acompanhei do início até o
fim. E vale dizer que, muitos homens moradores da cidade, foram dar parabéns a
João, pela demonstração de coragem e de salvar valentemente a sua honra!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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