sábado, 6 de janeiro de 2024

O QUE VOCÊ SENTE QUANDO DIZ QUE ENCONTROU O AMOR? (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Assim que saí da juventude, idade em que sonhamos e muito nos apaixonamos pelas amiguinhas e colegas, comecei a perceber que existia algo de errado, com relação as conceituações das afetividades, e as diferenças entre simpatizar, gostar e desejar. Sendo que, por uma razão simplista, denominaram esse tríduo sentimental em uma única palavra, que é a mais repetida no mundo: “amor!”

Claro que parei para pensar, fazer reflexões, inclusive testes, que com o tempo, cheguei à conclusão lógica e contundente, que mesmo com as existências do trio de sentimentos acima citados, a terminologia final estava sendo muitíssima mal empregada, já que se faz necessário fazer uma séria separação do que seja amor, quando ele dele ser denominado, com a convicção de que o verbete amar está sendo bem e corretamente aplicado!

Evidentemente, em poucas palavras fica difícil dar uma explicação mais contundente, porém, como dizem que para um bom entendedor, meia palavra basta, tentarei sem ser prolixo, ilustrar exemplos, que são facilmente compreendidos e comprovados: Devemos utilizar a palavra “amor” aos nossos filhos, mães, irmãos e alguns parentes que realmente mereçam. Pois, essas pessoas nós gostamos muito, queremos bem, temos simpatias e afetos, mas, completamente desinteressados. Isso caracteriza um verdadeiro amor, que espelha a junção somente de coisas benéficas, sem se olhar nenhum interesse em troca. Um exemplo simples, lógico e consistente, que não deixa dúvidas nenhumas nas pessoas que raciocinam com coerência!

Por sua vez, a colocação do vocábulo “amor” em um relacionamento entre um homem e uma mulher, ou duas pessoas do mesmo sexo, trata-se, mais que claro, que isso acontece quando existe o gosto e desejo sexual. A pessoa olha a outra, que lhe desperta a popular tesão e, mais que depressa (quando é possível), tenta conquistar no sentido único de ter relações sexuais, sendo o restante (companhia, bate papos, saídas e passeios) apenas como detalhes complementares, pois, o que fez com que desejasse, foi nada mais, nada menos que o seu libido que a pessoa lhe despertou!

Até hoje, com meus quase cem anos, não conheci, nem homem nem mulher, que olhou para alguém e pensou: Que pessoa maravilhosa para eu ir à missa, passear no jardim, ir a praia, visitar museus, teatro, etc., são pensamentos que, com certeza, jamais passam pelas cabeças humanas. Pois, se deixarmos a hipocrisia de lado, usando de sinceridade, quando aparecem determinadas pessoas em nossa frente ou até no cinema, televisão ou foto, vem logo na cabeça, como seria gostoso transar com essa pessoa. E depois que consegue conquistar, diz com um sorriso nos olhos e na boca: Estou amando. Que trocando em miúdos, que dizer: transando loucamente numa boa, com a pessoa que lhe dá a maior tesão!

Nos casamentos ou outras uniões, sempre nos primeiros meses são verdadeiras maravilhas, já que se uniram por sentirem os mesmos desejos, e aí as relações sexuais são diárias ou quase. Mas, a proporção que o tempo vai passando as proporções vão diminuindo, alguns dos hábitos do outro que eram suportados, passam a ser irritantes, terminando em briguinhas com  desfecho de separação, exatamente porque aquele gostoso desejo inicial, com o tempo foi passando, e logo passa-se a procurar algo fora, que desabroche novo desejo sexual. Isso nós vemos cotidianamente em todas camadas sociais, principalmente nas mais pobres, já que casar e se juntar ou separar é mesmo que trocar de camisa, pois, não tem as brigas e desputas  com divisões de patrimônios!

Espero que, pelo menos, faça você pensar, refletir e ver que eu tenho uma grande dose de razão, quando digo que, quem manda no mundo é a tesão, pois, o sentimento amor (fora as condições que disse) foi criado para dar subsídios aos poetas, românticos e sonhadores!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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