Antonio Nunes de Souza*
Assim
que saí da juventude, idade em que sonhamos e muito nos apaixonamos pelas amiguinhas
e colegas, comecei a perceber que existia algo de errado, com relação as conceituações
das afetividades, e as diferenças entre simpatizar, gostar e desejar. Sendo
que, por uma razão simplista, denominaram esse tríduo sentimental em uma única
palavra, que é a mais repetida no mundo: “amor!”
Claro
que parei para pensar, fazer reflexões, inclusive testes, que com o tempo,
cheguei à conclusão lógica e contundente, que mesmo com as existências do trio
de sentimentos acima citados, a terminologia final estava sendo muitíssima mal
empregada, já que se faz necessário fazer uma séria separação do que seja amor,
quando ele dele ser denominado, com a convicção de que o verbete amar está
sendo bem e corretamente aplicado!
Evidentemente,
em poucas palavras fica difícil dar uma explicação mais contundente, porém,
como dizem que para um bom entendedor, meia palavra basta, tentarei sem ser prolixo,
ilustrar exemplos, que são facilmente compreendidos e comprovados: Devemos
utilizar a palavra “amor” aos nossos filhos, mães, irmãos e alguns parentes que
realmente mereçam. Pois, essas pessoas nós gostamos muito, queremos bem, temos
simpatias e afetos, mas, completamente desinteressados. Isso caracteriza um
verdadeiro amor, que espelha a junção somente de coisas benéficas, sem se olhar
nenhum interesse em troca. Um exemplo simples, lógico e consistente, que não
deixa dúvidas nenhumas nas pessoas que raciocinam com coerência!
Por
sua vez, a colocação do vocábulo “amor” em um relacionamento entre um homem e
uma mulher, ou duas pessoas do mesmo sexo, trata-se, mais que claro, que isso
acontece quando existe o gosto e desejo sexual. A pessoa olha a outra, que lhe
desperta a popular tesão e, mais que depressa (quando é possível), tenta
conquistar no sentido único de ter relações sexuais, sendo o restante
(companhia, bate papos, saídas e passeios) apenas como detalhes complementares,
pois, o que fez com que desejasse, foi nada mais, nada menos que o seu libido
que a pessoa lhe despertou!
Até
hoje, com meus quase cem anos, não conheci, nem homem nem mulher, que olhou
para alguém e pensou: Que pessoa maravilhosa para eu ir à missa, passear no
jardim, ir a praia, visitar museus, teatro, etc., são pensamentos que, com
certeza, jamais passam pelas cabeças humanas. Pois, se deixarmos a hipocrisia
de lado, usando de sinceridade, quando aparecem determinadas pessoas em nossa
frente ou até no cinema, televisão ou foto, vem logo na cabeça, como seria
gostoso transar com essa pessoa. E depois que consegue conquistar, diz com um
sorriso nos olhos e na boca: Estou amando. Que trocando em miúdos, que dizer:
transando loucamente numa boa, com a pessoa que lhe dá a maior tesão!
Nos
casamentos ou outras uniões, sempre nos primeiros meses são verdadeiras
maravilhas, já que se uniram por sentirem os mesmos desejos, e aí as relações
sexuais são diárias ou quase. Mas, a proporção que o tempo vai passando as
proporções vão diminuindo, alguns dos hábitos do outro que eram suportados,
passam a ser irritantes, terminando em briguinhas com desfecho de separação, exatamente porque
aquele gostoso desejo inicial, com o tempo foi passando, e logo passa-se a
procurar algo fora, que desabroche novo desejo sexual. Isso nós vemos
cotidianamente em todas camadas sociais, principalmente nas mais pobres, já que
casar e se juntar ou separar é mesmo que trocar de camisa, pois, não tem as
brigas e desputas com divisões de
patrimônios!
Espero
que, pelo menos, faça você pensar, refletir e ver que eu tenho uma grande dose
de razão, quando digo que, quem manda no mundo é a tesão, pois, o sentimento
amor (fora as condições que disse) foi criado para dar subsídios aos poetas, românticos
e sonhadores!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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