segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O VÍCIO DE ACOMPANHAR O MODISMO! (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Nos primórdios tempos dos pithecanthopus Erectus, nossos tataravós andavam completamente nus, enfrentando os intempéries das estações climáticas, já que seus pelos eram fartos e os protegiam quando estavam ao tempo, e nas noites, se resguardavam nas cavernas, Aí, milhões de anos depois, suas mutações foram aumentando, e nesse período vieram os nossos bisavós, já denominados de “Homo Erectus”, que foi evoluído na África, já que lá é o berço da nossa civilização, de conformidade com a ciência (para muitas crenças, nós somos de cerâmica, por termos sido feitos com barro), suas racionalidades já estavam se ampliando e, inteligentemente, passaram a usar peles de animais como vestimenta e proteção ambiental, que talvez, seja a primeira vez que começaram a aplicar a moda, pois, os mais espertos e vaidosos, escolhiam peles mais coloridas, sendo a da pobre onça uma das preferidas pelas nossas ancestrais macaquinhas, que se exibiam para seus machos mais fortes e guerreiros, sempre chefes de grupos, onde as fêmeas eram maioria. E até hoje, se vestir com tecido com essa estampa, ainda chama atenção. Creio eu, nessa síntese, digo que desta forma foi iniciado o modismo mundial!

Fazendo um grande atalho, pois, os períodos foram longos, vou, ousadamente, chegar aos anos já da civilização, quando já existiam os tecidos, e os reis, rainhas e religiosos, adoravam usar grandes vestidos e batas bordadas, joias e quinquilharias, chapéus e outros enfeites nas cabeças, etc., ficando a critério das suas condições financeiras. O pobre povo sempre acompanhava, mesmo com imitações baratas, como acontece hoje em dia. Então... com a sedimentação de tal hábito ou costume, as coisas foram acelerando, as modas de alguns vanguardistas tornaram-se ousadas, porém, condenadas pela sempre hipócrita sociedade, que condena tudo que ela mesmo pratica às escondidas, passando a existir uma repressão brutal em todas vertentes, deixando o povo, principalmente a juventude, completamente irritada e revoltada, que, veementemente, com um grito mundial, surgiu nos anos 60, na cidade de São Francisco-Estados Unidos, o monumental e necessário movimento dos “hippies”!

Aí meu irmão, foi uma verdadeira estrondosa mudança, mas, para ser bem atual no linguajar: fodeu com todas as tradições, proibições, ridículas indumentárias, Mary Quant, uma jovem estilista lançou a mini saia, as mulheres nas ruas rasgando os sutiãs, veio o psicodelismo, onde quanto mais colorido e exótico era mais lindo, as drogas LSD, haxixe, cocaína, maconha e outras tantas, virgindade foi para o espaço, as moças e rapazes saiam pelo mundo (mundo mesmo), viajando através de caronas, dormindo nas ruas, abrigos ou casas de solidários, que apoiavam o movimento (hospedei muitos loucos em nossos hotéis, sem nada cobrar). Foi, sem nenhuma dúvida, o maior movimento social que aconteceu no mundo, com uma abrangência em todas as artes, principalmente na música, quando surgiram monstros sagrados, que jamais serão esquecidos (cita-los seriam muitos. Mas, pelo menos cito o maior guitarrista da história, que foi Jimi Hendrix, o fantástico cantor, compositor e escritor Bob Dylan e a louquíssima e maravilhosa Janis Joplin, que morou algum tempo na Bahia)!

Daí pra frente, tudo ficou diferente, todas loucuras passaram a ser e ter fé de ofício, dado pelo juventude, que, ferozmente, derrubou todos os conceitos preconceituosos existentes, começando assim, um modismo liberal, tanto nas roupas, como os usos de brincos, pulseiras, colares, cabelos longos, moda unissex, abertura no homossexualismo e lesbianismo, moda de roupas indianas, depois ciganas, Saint-Tropez criada na França, por um jovem rapaz, e apoiada e usada no mundo!

Poderia escrever horas sobre essa puta época, que vivenciei, viajando  pela França, Itália, Inglaterra, Espanha, Suíça, Portugal, Alemanha, Estados Unidos (um mês no Hawai), Uruguai, Argentina e quase todo Brasil, batendo-me com milhares de “porras loucas” que aderiram à mudança radical do mundo. Sem estar errando, esse nosso movimento, além de glorioso, fez surgir as obras mais expressivas nas artes de todas vertentes existentes!

Hoje, lamentavelmente, voltamos a ser “massa de manobra” nas mãos das redes e televisões, que, grosseiramente, nos impõem músicas de péssimas qualidades, Pocket Show deplorável (BBB),  cantoras que tem mais bundas que voz, danças das mais ridículas e acrobáticas circenses, e com relação as coisas usuais no dia a dia, tudo que as globais usam, no outro dia todos os idiotas estão usando, sem analisar se aquilo está lhe embelezando ou enfeando, píeses nas orelhas, língua, nariz, umbigo e outro ligares íntimos, Tenho certeza, que se no Big Brother Brasil  todos enfiarem uma pena de pavão na bunda, amanhã já tem gente na rua com duas na bunda, e os camelôs já vendendo penas falsas do Paraguai. Tatuagem nem precisa falar, pois, gente que não tem nem o que comer, estão cheias delas, achando-se maravilhosos quadros ambulantes!

Saibam todos, que a moda é essencial, porém, você deve ver se ela se adequa ao seu estilo, corpo, altura, cor da pele, etc, pois, como pode ser bonita uma mini saia numas pernas junteiras ou “zambetas: Lógico que não fica bem, mas, para estar na moda, elas se exibem, achando que estão arrasando! E não sou careta não, sou mais pra frente que milhares, e super vanguardista, porém, tenho bom gosto, sou qualitativo e sei apreciar o belo com carinho e afeto. Convivi e convivo com todas essa coisas, mas, sempre uso ou faço as coisas que combinam com minha figura corpórea. Ah! Ia me esquecendo de falar dos cabelos, que antes eram alisados deixando sedosos, realmente lindos, práticos e de boa aparência, mas, atualmente, quanto mais assanhado elas e eles consideram deslumbrantes e maravilhosos, principalmente com trancinhas, conchas, búzios, penduricalhos, coloridos, desenhos e outras loucuras, pois, se todos os artistas estão usando, claro que todos tem que seguir a moda impoista!

Siga a moda, mas, seja moderado e moderada!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

 

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