Antonio Nunes de Souza*
Nos
primórdios tempos dos pithecanthopus Erectus, nossos tataravós andavam
completamente nus, enfrentando os intempéries das estações climáticas, já que
seus pelos eram fartos e os protegiam quando estavam ao tempo, e nas noites, se
resguardavam nas cavernas, Aí, milhões de anos depois, suas mutações foram
aumentando, e nesse período vieram os nossos bisavós, já denominados de “Homo Erectus”,
que foi evoluído na África, já que lá é o berço da nossa civilização, de conformidade
com a ciência (para muitas crenças, nós somos de cerâmica, por termos sido feitos
com barro), suas racionalidades já estavam se ampliando e, inteligentemente,
passaram a usar peles de animais como vestimenta e proteção ambiental, que
talvez, seja a primeira vez que começaram a aplicar a moda, pois, os mais
espertos e vaidosos, escolhiam peles mais coloridas, sendo a da pobre onça uma
das preferidas pelas nossas ancestrais macaquinhas, que se exibiam para seus
machos mais fortes e guerreiros, sempre chefes de grupos, onde as fêmeas eram
maioria. E até hoje, se vestir com tecido com essa estampa, ainda chama atenção.
Creio eu, nessa síntese, digo que desta forma foi iniciado o modismo mundial!
Fazendo
um grande atalho, pois, os períodos foram longos, vou, ousadamente, chegar aos
anos já da civilização, quando já existiam os tecidos, e os reis, rainhas e
religiosos, adoravam usar grandes vestidos e batas bordadas, joias e
quinquilharias, chapéus e outros enfeites nas cabeças, etc., ficando a critério
das suas condições financeiras. O pobre povo sempre acompanhava, mesmo com
imitações baratas, como acontece hoje em dia. Então... com a sedimentação de
tal hábito ou costume, as coisas foram acelerando, as modas de alguns
vanguardistas tornaram-se ousadas, porém, condenadas pela sempre hipócrita
sociedade, que condena tudo que ela mesmo pratica às escondidas, passando a
existir uma repressão brutal em todas vertentes, deixando o povo, principalmente
a juventude, completamente irritada e revoltada, que, veementemente, com um
grito mundial, surgiu nos anos 60, na cidade de São Francisco-Estados Unidos, o
monumental e necessário movimento dos “hippies”!
Aí
meu irmão, foi uma verdadeira estrondosa mudança, mas, para ser bem atual no
linguajar: fodeu com todas as tradições, proibições, ridículas indumentárias,
Mary Quant, uma jovem estilista lançou a mini saia, as mulheres nas ruas
rasgando os sutiãs, veio o psicodelismo, onde quanto mais colorido e exótico era
mais lindo, as drogas LSD, haxixe, cocaína, maconha e outras tantas, virgindade
foi para o espaço, as moças e rapazes saiam pelo mundo (mundo mesmo), viajando
através de caronas, dormindo nas ruas, abrigos ou casas de solidários, que apoiavam
o movimento (hospedei muitos loucos em nossos hotéis, sem nada cobrar). Foi,
sem nenhuma dúvida, o maior movimento social que aconteceu no mundo, com uma
abrangência em todas as artes, principalmente na música, quando surgiram
monstros sagrados, que jamais serão esquecidos (cita-los seriam muitos. Mas,
pelo menos cito o maior guitarrista da história, que foi Jimi Hendrix, o fantástico
cantor, compositor e escritor Bob Dylan e a louquíssima e maravilhosa Janis
Joplin, que morou algum tempo na Bahia)!
Daí
pra frente, tudo ficou diferente, todas loucuras passaram a ser e ter fé de
ofício, dado pelo juventude, que, ferozmente, derrubou todos os conceitos
preconceituosos existentes, começando assim, um modismo liberal, tanto nas roupas,
como os usos de brincos, pulseiras, colares, cabelos longos, moda unissex,
abertura no homossexualismo e lesbianismo, moda de roupas indianas, depois
ciganas, Saint-Tropez criada na França, por um jovem rapaz, e apoiada e usada
no mundo!
Poderia
escrever horas sobre essa puta época, que vivenciei, viajando pela França, Itália, Inglaterra, Espanha, Suíça,
Portugal, Alemanha, Estados Unidos (um mês no Hawai), Uruguai, Argentina e
quase todo Brasil, batendo-me com milhares de “porras loucas” que aderiram à
mudança radical do mundo. Sem estar errando, esse nosso movimento, além de
glorioso, fez surgir as obras mais expressivas nas artes de todas vertentes
existentes!
Hoje,
lamentavelmente, voltamos a ser “massa de manobra” nas mãos das redes e
televisões, que, grosseiramente, nos impõem músicas de péssimas qualidades, Pocket
Show deplorável (BBB), cantoras que tem
mais bundas que voz, danças das mais ridículas e acrobáticas circenses, e com
relação as coisas usuais no dia a dia, tudo que as globais usam, no outro dia
todos os idiotas estão usando, sem analisar se aquilo está lhe embelezando ou enfeando,
píeses nas orelhas, língua, nariz, umbigo e outro ligares íntimos, Tenho
certeza, que se no Big Brother Brasil todos
enfiarem uma pena de pavão na bunda, amanhã já tem gente na rua com duas na
bunda, e os camelôs já vendendo penas falsas do Paraguai. Tatuagem nem precisa
falar, pois, gente que não tem nem o que comer, estão cheias delas, achando-se
maravilhosos quadros ambulantes!
Saibam
todos, que a moda é essencial, porém, você deve ver se ela se adequa ao seu
estilo, corpo, altura, cor da pele, etc, pois, como pode ser bonita uma mini saia
numas pernas junteiras ou “zambetas: Lógico que não fica bem, mas, para estar
na moda, elas se exibem, achando que estão arrasando! E não sou careta não, sou
mais pra frente que milhares, e super vanguardista, porém, tenho bom gosto, sou
qualitativo e sei apreciar o belo com carinho e afeto. Convivi e convivo com todas
essa coisas, mas, sempre uso ou faço as coisas que combinam com minha figura
corpórea. Ah! Ia me esquecendo de falar dos cabelos, que antes eram alisados
deixando sedosos, realmente lindos, práticos e de boa aparência, mas,
atualmente, quanto mais assanhado elas e eles consideram deslumbrantes e
maravilhosos, principalmente com trancinhas, conchas, búzios, penduricalhos, coloridos, desenhos e outras loucuras, pois, se todos os
artistas estão usando, claro que todos tem que seguir a moda impoista!
Siga
a moda, mas, seja moderado e moderada!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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