segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

MEU PRIMEIRO DIA DO ANO OU A VIRADA! (Clique no título e leia)

Antonio Nunes de Souza*

Acordo sentindo aquele gosto ruim na boca, proveniente de diversas bebidas, comidas, beijos e, provavelmente, sexo oral, no final da intempestiva comemoração, encerrando todo aquele turbilhão de festejos ecumênicos, mas, sempre pendente para os desejos e atos profanos que, naturalmente, dão a graça ao evento maravilhoso do “Réveillon!”

Olho para o outro lado da cama e vejo Isabela nua, toda aberta sem censuras, num ronco silencioso, maquiagem borrada, cabelos assanhadíssimos, que não parecia nem de longe a mulher charmosa e sensual de sempre e daquela noite passada!

Mesmo ainda meio sonolento, pensei como as mulheres usam tantos artifícios para nos atrair, e nós, nas volúpias da sacanagem, somente nos preocupamos em analisar uma bunda arrebitada, peitos maneiros e o jeitinho sacana e pecaminoso, que faz rolar a tal da química, física e matemática. A química porque se torna uma mistura perfeita, a física em função da tesão corporal, e a matemática, obvio, em razão de estimular uma, duas e até três, sem dar descanso ao pobre e sagaz membro. Nem levo em conta essa estória de pele, pois, quem se preocupa com pele é jacaré para não virar bolsa ou cinto e sapato!

Levantei, silenciosamente, olhei pela janela da suíte da pousada, e vi o mar tranquilo e calmo, depois de ter salgado milhares de pessoas em nome de Iemanjá, fiscalizando os adeptos dos folclóricos pulinhos das “sete ondas”, na esperança de alcançar dias melhores no ano que inicia. Aqueles com pedidos mais exigentes, levaram flores, espelhos e perfumes para o vaidoso Orixá que, provavelmente, deve ter seus admiradores no fundo do mar. Eu não levei nada, mas, devo ter dado milhares de pulos nas rasas ondas, pois, ao chegar no banheiro percebi que, mesmo depois de ter tomado um banho quando chegamos do evento, na minha regada da bunda ainda havia uma pequena quantidade de areia entranhada no cu, demonstrando os rastros das minhas caídas nas águas milagrosas de Iansã!

Tomei um banho caprichado, escovei os dentes, fiz a barba, coloquei uma nova bermuda branca, uma camisa regata, pois, mesmo com meus cinqüenta anos, ainda estou meio saradinho e com uma modesta barriguinha de tanquinho. Sempre me cuidei, assim como Isabela que, com seus trinta anos, ainda parecia uma gatinha!

Sempre fomos amigos e nada tivemos, porém, nesse fim de ano, por estarmos sozinhos, combinamos passar as festas juntos, mesmo que não rolassem sacanagens. Mas, como não rolar? Ela gotosíssima, tesuda, sexy e safadinha, bastou algumas taças de champanhe, para que nossos libidos ficassem acesas: ela molhadinha e eu ereto como um soldado do Castelo inglês. Daí pra frente o coro comeu direitinho, e tudo começou a rolar da maneira mais liberal e espontânea possível, exatamente “como o diabo gosta”, como diz o povo!

Dançamos pagode, arrocha, funk, samba, bolero, sertanejo e todas as porras que tocavam. O repertório uma merda, mas, o importante era a esfregação gostosa durante as danças. Cheguei ao hotel e vi que minha glande estava mais vermelha que um morango, de tantos atritos em sua bundinha deliciosa e coxas bem torneadas. Com tantas preliminares deliciosas, meu pensamento sempre estava voltado para a partida principal. E não deixou nada a desejar, pois, transamos nas mais diversas maneiras, sem preconceitos, ou tolices, valendo tudo e em todas as posições. Isabela é uma danada na arte de transar. Parece que decorou o livro Kama Sutra e as lendárias aventuras amorosas de Lucrécia Bórgia. Sabe usar um pênis com uma maestria, como eu gostaria de ter a mesma destreza para escrever crônicas!

Tomei um café revitalizador, sentei-me na varanda apreciando a praia, o mar e aguardando que Isabela acordasse e, em pensamento, agradeci a Rainha das Águas, por essa noite maravilhosa, pedindo que 2024 seja tão bom quanto o final desse!

Depois de uma hora, resolvi ir ao quarto para acordá-la. Me curvei lentamente, dando-lhe um beijo e dizendo sussurrando em seu ouvido: Acorde meu amor. Aí, ela abriu os olhos e como num passe de mágica, ainda nua me puxou para cama, desceu minha bermuda, e com suas mãos carinhosas, alisou aquele que nunca brincou em serviço. Só posso dizer que foi um grande fodaço, que selou brilhantemente, meu primeiro dia do ano, com chave de ouro!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna da Letras!

 

 


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