terça-feira, 16 de abril de 2024

NEM TODA SERPENTE É BOA COMO A DO PARAÍSO! (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Como todos sabem, a serpente do paraíso nos proporcionou uma das melhores, ou a melhor coisa do mundo, aprovada e admirada por todos. Porém, infelizmente, tem outras que, embora seus venenos sirvam para se fazer ótimos remédios, quando somos atingidos diretamente por elas, corremos graves e sérios perigos, inclusive letais!

Meu avô que era um filósofo gozador, com sorriso nos lábios sempre dizia: “Quero morrer de dentada de cobra, pra morrer de pica...dura!”

Relembrado essa frase, me veio à mente um caso interessante e bastante divertido, que vou repassar para vocês: Conta-se que dois amigos foram caçar numa região propícia a ter cobras venenosas, porém, também recheada de caças de sabores deliciosos. Então se prepararam, pegaram suas barracas para acampar, lá chegando, se instalaram numa clareira perto do rio, ótimo sombreamento, ideal para que passassem o fim de semana, voltando para casa trazendo suas perdizes e outras belezas, para a grande alegria dos familiares!

No primeiro dia a caça foi propícia e generosa, enchendo uma grande sacola com várias aves de portes grandes e deliciosos. Porém, a noite, um deles foi defecar no mato é, infelizmente, por estar acocorado, uma jararaca venenosa deu uma bruta picada exatamente na sua glande, ou seja bem na cabeça do seu pênis. Ele tomou um bruto susto, deu um pulo e, preocupado, se afastou e gritou pelo amigo, que assustado pegou a lanterna e correu ao seu encontro, para saber o que estava ocorrendo. Ao se aproximar, já encontrou seu amigo deitado, suando, e ainda teve oportunidade de ver o terrível ofídio rastejando para dentro do mato. Como não tinha levado nenhum remédio ou antídoto, o amigo atacado disse: Eu não tenho condições de ir até a cidade, então você vá até lá e traga o médico para me socorrer. Vá rápido pelo amor de Deus!

O amigo, mais que depressa, o levou para a barraca, pegou a lanterna e a arma, e rapidamente seguiu o caminho que era de uns oito quilômetros. Lá chegando, foi direto para o posto médico, falou com o médico de plantão, que disse não poder ir atende-lo, pois, estando de plantão, não poderia abandonar em nenhuma hipótese, porém, iria lhe dar umas instruções, que ele deveria fazer e depois trazer o amigo. E assim começou a dar as explicações necessárias: Você pega na parte que foi atingida, uns quatro dedos para trás, amarra um garrote bem amarrado para o veneno não se espalhar, e depois, você chupa o sangue e cospe fora. Isso você faz umas dez vezes, depois me traz ele pra cá, para eu dar o atendimento médico. Volte rápido que jararaca tem alto teor de veneno!

O amigo voltou já de carro, porém, pelo caminho, vinha pensando nas instruções do médico, para que não se esquecesse de nenhum detalhe, e lembrou que na agonia, nem perguntou onde foi a picada!

Ao chegar, encontrou o amigo quase desfalecido, pálido e fraco, que tirou o pênis da bermuda e mostrou, dizendo: Olhe como está inchado, a picada foi bem na cabeça. O que foi que o médico disse?

O amigo arregalou os olhos, pensou um pouco e, com dor no coração, respondeu: Ele disse que, infelizmente, você vai morrer!

Essa “estória” prova duas coisas: A primeira que as cobras são perigosas, e a segunda que, mesmo os melhores amigos, as vezes nos falham nas horas que mais precisamos!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Pior que é!