Antonio Nunes de Souza*
Conversando
agora com um amigo, que que disse-me ter quatro anos que não bebe, eu como
passei minha vida inteira bebendo somente socialmente (pouquíssima e raras
vezes), lembrei-me dos tempos desde minha puberdade até os dias de hoje, as estranhas
e absurdas reações que presenciei, provocadas, estritamente, pela ingerência de
tal produto, apreciado e degustado vorazmente, em todas as partes do mundo
Quando
falo em beber, não estou referindo-me as pessoas que, educadamente, tomam uma dose
de um bom whisky no final da tarde no Happy hour, lendo um bom livro, ou
aqueles que, sabiamente, saboreiam umas taças de vinho num delicioso jantar. Pois
esses, apenas sabem degustar em horas interessantes e bastante agradáveis, sem
causar nenhum malefício!
Infelizmente,
na grande maioria das vezes, os fanáticos e fatídicos bebedores, normalmente,
depois de algumas exageradas doses, botam para fora seus bestiais, ou imbecis e
tolas reações, tornando-se companhias insuportáveis, muitas e muitas vezes, deteriorando
com o evento que está participando, por estar, abusivamente, incomodando os
outros participantes. Nesses verdadeiros idiotas, encontramos aqueles que estão
bebendo para ter coragem de se declarar para uma mulher ou pessoa que gostou e
está afim, porém, precisa da força do álcool para lhe estimular, e geralmente,
quando vão falar só dizem merdas, pois, já estão semi embriagados e não se dão
bem. Uma grande vertente pensa que são ricos (alguns até os pais são) e começam
a arrotar grandezas, achando que todos devem se submeter aos seus gostos e
preferências, tornando-se irritantes e nocivos. Já outro grupo também substancial,
logo que bebem alguns copos ou doses de bebidas quentes, transformam-se em valentes,
grosseiros, mal educados e, normalmente, provocam brigas mesmo entre seus
amigos ou companhias de esposa ou namoradas, transformando-se em verdadeiros
cafajestes. Esses são asquerosos e insuportáveis, pois, não respeita ou ouve
ninguém, sempre achando que está certo e que com ele é “foda”. Mas, foda mesmo
é aguentá-lo, já que, literalmente, é desprezível!
Por
outro lado, tem uma vertente bem interessante e menos nociva, que são aqueles
que, apaixonados, saem num grupo sendo o único sem companhia, e quando começa a
beber, passa a fazer confidências do seu amor não correspondido, chegando ao
ponto de ficar triste e chorar suas grandes mágoas por ser desprezado. Para
esses, geralmente os amigos dão conselhos e “colinho” confortante, sempre
dizendo para que ele parta para outra numa boa. No outro dia, fica todo
escabreado pelo vexame que causou!
Curiosamente,
tem uma gama, atualmente enorme, que depois que bebem, tomam coragem e saem dos
seus escondidos armários, começando a conversar levando as mãos inicialmente
nas coxas dos colegas, e lá pras tantas, não se contém, e terminam pegando no membro
ou vagina (acontece com ambos os sexos), demonstrando ou escancarando, que são homossexuais
ou lésbicas. Esses enrustidos, no outro dia se fazem de esquecidos, e que não
se lembram de nada, porém, com o tempo se entregam de corpo e alma, reconhecendo
coisa que deveria ter feito há bastante tempo, enfrentando os idiotas preconceitos
sociais!
Lógico
que tem muitas outras reações idiotas e ridículas, mas, creio que essas são
satisfatórias para uma crônica. Apenas vou encerrar com uma fatia horrorosa,
que são os que geralmente não bebem, ou como dizem, não aguentam beber, que,
depois de algum tempo ficam enjoados, uns debruçam em qualquer lugar e dormem,
outros inesperadamente vomitam sujando a casa e quem está o seu lado, e ainda
dão um puto trabalho para leva-lo para casa. Essa turminha, ninguém gosta de
sair com eles, pois, sempre atrapalham todos!
Eu,
sinceramente, excetuando a parte social e na refeição (um bom vinho e um licor
digestivo), até hoje não entendo as pessoas beberem, porque estão alegres, por
estarem tristes, para ter coragem de se declarar, dançar, se divertir de alguma
forma, quando é tão bom se fazer essas coisas todas com o juízo no lugar, sem
efeitos alcoólicos, que geralmente debilitam o corpo, confundem os movimentos
corporais com desequilíbrios, desce ardendo na garganta, custa caro, causa
enjoos e outras merdas mais, e, incredulamente, o povo adora, e parece que não
pode viver sem a desastrada bebida!
Sinceramente,
nunca me deram uma explicação convincente, que justificasse o seu uso, e creio
que jamais terei. Para os que bebem, imagino que achem que ela seja um mal
necessário, já que é um hábito milenar!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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