Antonio Nunes de Souza*
Como
todos sabem, a serpente do paraíso nos proporcionou uma das melhores, ou a
melhor coisa do mundo, aprovada e admirada por todos. Porém, infelizmente, tem
outras que, embora seus venenos sirvam para se fazer ótimos remédios, quando
somos atingidos diretamente por elas, corremos graves e sérios perigos,
inclusive letais!
Meu
avô que era um filósofo gozador, com sorriso nos lábios sempre dizia: “Quero morrer
de dentada de cobra, pra morrer de pica...dura!”
Relembrado
essa frase, me veio à mente um caso interessante e bastante divertido, que vou
repassar para vocês: Conta-se que dois amigos foram caçar numa região propícia
a ter cobras venenosas, porém, também recheada de caças de sabores deliciosos.
Então se prepararam, pegaram suas barracas para acampar, lá chegando, se
instalaram numa clareira perto do rio, ótimo sombreamento, ideal para que passassem
o fim de semana, voltando para casa trazendo suas perdizes e outras belezas,
para a grande alegria dos familiares!
No
primeiro dia a caça foi propícia e generosa, enchendo uma grande sacola com
várias aves de portes grandes e deliciosos. Porém, a noite, um deles foi
defecar no mato é, infelizmente, por estar acocorado, uma jararaca venenosa deu
uma bruta picada exatamente na sua glande, ou seja bem na cabeça do seu pênis.
Ele tomou um bruto susto, deu um pulo e, preocupado, se afastou e gritou pelo
amigo, que assustado pegou a lanterna e correu ao seu encontro, para saber o
que estava ocorrendo. Ao se aproximar, já encontrou seu amigo deitado, suando,
e ainda teve oportunidade de ver o terrível ofídio rastejando para dentro do
mato. Como não tinha levado nenhum remédio ou antídoto, o amigo atacado disse:
Eu não tenho condições de ir até a cidade, então você vá até lá e traga o médico
para me socorrer. Vá rápido pelo amor de Deus!
O
amigo, mais que depressa, o levou para a barraca, pegou a lanterna e a arma, e
rapidamente seguiu o caminho que era de uns oito quilômetros. Lá chegando, foi
direto para o posto médico, falou com o médico de plantão, que disse não poder
ir atende-lo, pois, estando de plantão, não poderia abandonar em nenhuma
hipótese, porém, iria lhe dar umas instruções, que ele deveria fazer e depois
trazer o amigo. E assim começou a dar as explicações necessárias: Você pega na
parte que foi atingida, uns quatro dedos para trás, amarra um garrote bem
amarrado para o veneno não se espalhar, e depois, você chupa o sangue e cospe
fora. Isso você faz umas dez vezes, depois me traz ele pra cá, para eu dar o
atendimento médico. Volte rápido que jararaca tem alto teor de veneno!
O
amigo voltou já de carro, porém, pelo caminho, vinha pensando nas instruções do
médico, para que não se esquecesse de nenhum detalhe, e lembrou que na agonia, nem
perguntou onde foi a picada!
Ao
chegar, encontrou o amigo quase desfalecido, pálido e fraco, que tirou o pênis
da bermuda e mostrou, dizendo: Olhe como está inchado, a picada foi bem na
cabeça. O que foi que o médico disse?
O
amigo arregalou os olhos, pensou um pouco e, com dor no coração, respondeu: Ele
disse que, infelizmente, você vai morrer!
Essa
“estória” prova duas coisas: A primeira que as cobras são perigosas, e a
segunda que, mesmo os melhores amigos, as vezes nos falham nas horas que mais
precisamos!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos
Membros fundadores da Academia
Grapiúna de Letras!
Um comentário:
Pior que é!
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