Antonio Nunes de Souza*
Embora
casamento esteja em baixa, perdendo longe para os amigamentos e ajuntamentos de
“panos de bundas”, nas família abonadas ainda costumam fazer uma grande festa,
no sentido de dar uma satisfação a tal sociedade organizada, assim como, fazer
ostentações das suas riquezas, com festas nababescas, com lembranças ricas e
lua de mel na Europa e outros países!
Com
essas mordomias todas, os filhotes de papai, geralmente, tanto o noivo como a
noiva, que sempre são armados casamentos que unem fortunas, sempre organizam
uma puta despedida de solteiro, que geralmente é inesquecível. E óbvio que
Roberto e Raquel, ele filho de italianos e ela de árabes, não poderiam deixar
de fazer suas despedidas em regra, sem que nada faltasse. E assim, cada um fez.
Alugaram duas chácaras em lugares diferentes, com vários quartos piscinas, e
todo conforto de um buffet de primeira, principalmente com muitos vinhos e
Whiskys, e logicamente, as amigas mais liberais e adoradoras de sacanagens,
para a despedida dos homens, como também Raquel convocou a rapaziada da
faculdade, composta dos caras mais bonitos e “cobras” na matéria sexual, já que
essas fodas eventuais, não são levadas como erros ou pecados!
Todo
esquematizado e, na última semana antes da data do casamente, todos
sigilosamente e às escondidas, pegaram suas vãs, sem que ninguém soubesse quem
estava indo em cada uma das turmas, e seguiram para um fim de semana
arrebatador!
Ao
chegar todos se instalaram, indo diretos para a piscina. Raquel que já tinha ido
lá e conhecia tudo, foi dando as orientações, como também Roberto deveria estar
fazendo com seus amigos, e o mulheril que acompanhava lá na outra chácara!
Música
alta e alegre, banhos e agarramentos, todos podiam pegar todos, menos a noiva
que, somente ela, por seu desejo, poderia “ficar” com alguém, ou no máximo
trocar uns beijos. Essa foi a regra ditada por Roberto aos amigos. Já na dele,
a coisa era liberal, pois, a noiva era bem menos ciumenta, e na sua regra, uma
foda fora não é nada demais, já que essa merda, lavou fica novo em folha!
Passou
o dia do sábado, muitas escapadas nos quartos, algumas trepadas aquáticas na piscina,
nos sofás, tapetes, uma vez que, a tolice de vergonha da relação sexual,
passava bem longe daquela turma vanguardista e senhora de si. Depois de muitas
sacanagens e bebidas, dormiram um pouco, acordaram as 21 horas e, como Raquel adorava
comida chinesa, os dois garçons chineses e o mestre prepararam uma mesa enorme
de iguarias, na casa anexa onde eles ficavam, afim de dar a maior privacidade
ao grupo, e eram proibidos de ir na casa principal, a não ser se fossem
chamados para arrumações ou outro serviço. Todos jantaram, descansaram alguns
minutos, e com as músicas rolando, deixaram as luzes meia apagadas e,
praticamente, todos nus, começaram a dançar agarrados e separados, porém, todos
sempre excitados, já que as idades variavam de 19 a 25 anos, todos e todas nas plenitudes
das suas tesões. Claro que tudo voltaria a acontecer com relação a sexo em “abundancia,
bocetância e boquetança”. Mas, como previsto e imaginado, Raquel não
acompanhava essa farra Kama Sutra, somente as vezes dava uma olhada, ria bastante,
e seguia para seu quarto, deixando a putada na maior liberdade!
Não
é necessário falar o que ocorria na chácara de Roberto, pois, se na das
mulheres o couro corria solto, lá nem couro tinha, pois, a liberdade era total
e para todos. No domingo à noite, todos exaustos, porém felizes, satisfeitos e
alegres, arrumaram suas roupas e retornaram, todos gozando com Raquel, dizendo
que ele era uma “babaca”, já que Roberto devia ter se aproveitado ao
máximo. Raquel sorria e dizia: Estou
feliz porque vi que vocês adoraram e se divertiram, e pra mim isso basta!
Chegaram
de volta em Salvador quase meia noite, cada um foi para suas casas, Raquel
agradeceu a todos (ela que bancou a porra toda) e foi dormir, ficando de se encontrar
com Roberto no dia seguinte. E assim aconteceu, ficou combinado que tudo que
acontecesse nas despedidas não seria conversado, e eles cumpriram. Mas, os
amigos deles, não se contiveram e falaram com ele que ela comportou-se
brilhantemente, não participando de porra nenhuma. Isso deixou Roberto com o
ego lá em cima de alegria, provando que ele era ao único amor da sua vida!
Realizado
o casamento, festa da zorra, um carro esportivo de presente do sogro, e uma viagem
de um mês de estadia em Honolulu – Hawai, com passagem por Los Angeles, São
Francisco e Nova York!
Raquel
já voltou tendo tonturas, enjoos e desejos, comprovando que estava grávida. Foi
outra festa da zorra em homenagem ao netinho querido, esperado pelos ricos
avôs. Aí foi que aconteceu o inesperado, pois, no dia do parto, os familiares
querendo filmar e ver a chegada triunfal da criança, que ao nascer, todos
ficaram horrorizados, já que o moleque nasceu com os olhinhos apertados e
amendoados, rosto redondo, cabelos pretos e bem amarelinho. Roberto vendo a
cena de sua mãe espantada, com o menino no colo, perguntou: O que é que você me
diz sobre isso Raquel?
E
ela gaguejando, respondeu: Eu acho que foi muito Sushi que eu comi na despedida
de solteira!
Roberto
saiu puto do quarto, e não precisa dizer que o casamento somente durou nove
meses, que foi o tempo da gestação!
Essa
lição serve para chamar a atenção de todos, que muitas vezes, quem tem os olhos
fechadinhos, pode até enxergar melhor e se dar bem na surdina!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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