Antonio Nunes de Souza*
Em
algumas ocasiões, por mais experiências que tenhamos, terminamos vacilando por
alguma razão e, inesperadamente, mudam nossos planos, que em muitos casos estamos
passivos de problemas e, rarissimamente, alegrias. E por ironia do destino,
aconteceu uma dessas coisas comigo!
Meu
nome é Rommel, sou advogado bem conceituado no sul da Bahia, e fui contratado
por uma grande empresa de Belo Horizonte, no sentido de resolver uma questão
financeira vultosa em minha cidade. Como era algo da minha especialidade, li o processo
e vi que não seria difícil ganhar a causa que, consequentemente, seria
recompensado com uma grana substancial. E foi o que aconteceu em menos de um
mês, coisa rara na justiça brasileira, mas, minha defesa foi tão convincente,
que não havia motivos para protelações, nem recursos!
Para
selar a finalização, seria necessário minha ida a Belo Horizonte, e como
procurador, repassar o arrecadado, receber meus honorários, e aproveitar para
passar um fim de semana em Belô, que há muito desejava conhecer!
Tomei
o avião em Ilhéus, que ia para S. Paulo com escala em BH, deixando-me no meu
destino. Porém, cansado me acomodei na poltrona e, com aquela zoadinha gostosa,
terminei dormindo deliciosamente, que o avião posou, foi dado o aviso que
descessem os passageiro com destino BH, que o voo seguiria para Sampa. Eu,
dormindo a sono solto, não ouvi nada disso e, quando acordei alguns minutos
depois, olhei para o relógio e vi que o meu destino já deveria ter chegado.
Passou uma aeromoça e eu perguntei quando iria descer em BH, e ela respondeu:
Senhor nós já demos a parada em Minas e dentro de meia hora estaremos chegando
em S. Paulo. Tomei um puto susto, não só porque teria uma reunião ainda naquela
manhã de sábado, com as partes envolvidas no caso, como teria que pagar a
diferença Minas/S.Paulo, hotel, retorno, táxi, etc. despesas que não previa.
Mas, infelizmente, o culpado fui eu mesmo.
Assim
que saltei, liguei para empresa, comuniquei o fato e, felizmente, eles
remarcaram para segunda pela manhã. Previdentemente, foi ao guichê da
companhia, além de pagar o percurso usado indevidamente, comprei minha passagem
para segunda as seis da manhã, e segui para o Hotel Maksuda Plaza que é o que
sempre me hospedo quando venho aqui. Ao encostar no balcão da recepção estava
uma mulher elegantíssima e bonita preenchendo a ficha, e curiosamente olhei e
vi que ela era advogada, e nesse mesmo instante, o recepcionista me reconheceu
e falou: Seja bem-vindo Dr. Rommel, o grande advogado da Bahia. Ao mesmo tempo
que eu dei um sorriso, a mulher me olhou e disse: Parabéns colega, eu sou
advogada em Brasília. Nisso nos apresentamos, deu o meu nome e fiquei sabendo
que se chamava Fabrícia, e que estava vindo receber, logo mais à noite o seu diploma
de Doutorado. Como já era hora do almoço, combinamos nos encontrar no
restaurante francês (o hotel tem seis restaurantes internacionais) dentro de
meia hora. Creio que ela me deu essa abertura por eu estar super bem vestido, o
porteiro ter me reconhecido, isso dando-lhe uma segurança para abrir a guarda.
O fato é que almoçamos, conversamos bastante sobre nossas vidas profissionais,
ela convidou-me para ir a sua colocação de grau, já que nada tinha a fazer,
terminei aceitando, fomos juntos num táxi a noite, foi uma bonita recepção, em
seguida a convidei para um jantar em comemoração, a levei a um restaurante
japonês, que ela disse adorar as iguarias e, como sempre acontece nessa linda
vida louca, voltamos para o hotel e ela foi para meu apartamento e, sem medo de
ser feliz, transamos a noite inteira, pois, além de doutora em questões
políticas, era também diplomada em uma boa sacanagem. No domingo fomos passear no
Parque Ibirapuera, curtimos um cinema vendo o filme que ganhou o Oscar e vários
prêmios, e à noite, tivemos outra gostosa pegação, cheia de prazeres deliciosos
e, totalmente, inesperados. Agradeci ao velho “Morfeu”, por ter me adormecido
na viagem, me proporcionando esses prazeres, e esquecer as despesas e chateações!
Na
manhã seguinte, fomos juntos para o aeroporto, que ela seguiria para Brasília e
eu para BH. Foi um encontro que parece coisa de cinema ou novela, mas, essas
coisas acontecem muito, só que as mulheres não contam. Minha querida Fabrícia
mesmo, é casadíssima e eu também. E por essa razão os nossos nomes que coloquei
nessa confissão, são fictícios, mas, o resto foi pura e maravilhosa verdade!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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