Antonio Nunes de Souza*
Dizer
que foi “divino e maravilhoso”, com certeza, é muito pouco. Pois, o que
assistimos hoje à tarde foi um casal elegantemente vestidos, que há mais de
meio século, vem dando alegrias e mais alegrias, não só ao Brasil como uma
grande parte do mundo. Meus queridos e adorados maninhos Caetano e Bethânia,
dois irmãos dos oito, que, seis deles vieram do abençoado útero da nossa amada
Canô, com o auxílio de Zeca, e duas que foram, carinhosamente perfilhadas, como
se dentro dela tivessem saídas. E eu, com meus seis anos de idade, fui me aconchegando
que, quando ela abria as suas protetoras asas acobertando sua ninhada, sorrateiramente
eu entrava de bolo, me acomodando naquelas maravilhosas penas calorosas e protetoras!
E
foi assim que vi e acompanhei a gestação e nascimento de Bethânia, lembro-me de
vê-la engatinhando de fraudas, tomando suas mamadeiras, que eu, Caetano, Bob,
Rodrigo, Mabel, Clara e Nicinha, só éramos dengo com aquela criancinha, que
tronou-se uma rainha cheia de imponência. Já a risonha Irene, chegou alguns
anos depois, que fomos quase todos em passeata, busca-la na maternidade, para
ficar provisoriamente em princípio, mas, terminou ficando definitivamente, e
sendo amada carinhosamente por todos, completando a maravilhosa família de seu
Zezinho e Dona Canô, que educaram todos com uma maestria invejável, tornando-os,
literalmente, pessoas especiais em todos os sentidos!
Hoje,
juntamente com eles, rememorei momentos sublimes de nossas infâncias,
juventudes e adultos, pois, nossos elos de afetividades, caminhos e amizades
fraternais, continuam sólidos e serão infinitos. Sorri muito e chorei muito
mais, já que as lembranças me tomaram de assalto, fazendo um pobre velho
sentimental, não poder conter as lágrimas, que pulavam horas de tristeza, como a
de ver minha adorada Nicinha cantando, Canozinha sorrindo, e de alegria quando
meus maninhos e seus filhotes cantavam. Essas constantes mutações sentimentais me
abalaram, mostrando-me que já não posso ter essas deliciosas, porém, perigosas
emoções. Mas, como deixar de tê-las, se os sucessos que eles, merecidamente,
tem, e me atingem diretamente, pela felicidade mais que solidária?
Meu
maior privilégio é que não sou amigo por eles serem artistas, pois, quando os
conheci e vivenciamos anos, a única arte da família era a de saber amar, e
acolher todos com carinho, como fizeram comigo e muitos outros. Nunca serei
tiete, pois, amo todos eles como irmãos e, curiosamente, como detalhes, cantam,
compõem, tocam, escrevem, lecionam, poliglotas, educados e solidários. Um amor
bem diferenciado dos demais, fato que muito me honra, principalmente, pela
reciprocidade nesses passados setenta e seis anos da minha vida, já que tudo
isso começou nos meus seis anos de idade!
Nunca
vou esquecer essa tarde de hoje, assim como não esqueço dos nossos encontros,
quando beijos e abraços são distribuídos aos montes, numa demonstração clara e
evidente, que nossas amizades serão eternas e fortes, da mesma maneira que
amamos nossa querida cidade de Santo Amaro da Purificação!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Um comentário:
Realmente sem palavras para descrever!
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