Antonio Nunes de Souza*
Embora
todos digam que é o dia do descanso, na verdade tem milhares de profissões que
trabalham interruptamente durante todos os dias do ano, tendo apenas algumas
folgas no meio da semana, ou em muitas vertentes, nem essa alegria tem, já que
a necessidade obriga, fazer um extra no dia da folga, em função do salário, que
como sempre é aviltante!
Podemos
citar os policiais, garçons, garis, funcionários de rádios e televisões,
médicos, enfermeiras, motoristas e uma imensidão de pessoas, que cumprem sua
sina e destino!
Agora,
se formos olhar criteriosamente, aqueles que tem a felicidade de ter o domingo
livre, percebe-se claramente, o comportamento de cada um, dependendo da sua formação,
educação, classe social, cultura e principalmente, conhecimentos gerais. O rico
e classe média, logicamente pega seu carro, vai à praia, ou fica na piscina da
casa ou do condomínio, depois vai ao Shopping Center ou churrascaria com a
família, degustar um bom almoço. Depois retorna a casa ou apartamento, para descansar, assistir
um filme e depois se divertir findando o dia, vendo o fantástico!
Já
a classe média baixa, acorda cedo e se arruma com sua farofa pronta, sacola,
isopor com algumas bebidas, partindo para o ponto do ônibus para ir a praia,
vão em pé num transporte cheio, ou num carro velho de um amigo, todos dividindo
a gasolina, as vezes o carro quebra no caminho ou o guarda no posto, faz voltar
por estar com os documentos atrasados, e todos voltam putos da vida. Vão para o
quintal da casa, colocam um som e ficam felizes ouvindo seus pagodes e tomando
suas bebidas. Mas, mesmo com esse programa merda, todos se sentem alegres e
felizes!
Já
nas comunidades suburbanas, o chamado de pobre “de marré del si”, juntamente
com os idosos, desempregados, doentes, desesperados e desiludidos, pegam suas
velhas Bíblias, colocam embaixo do sovaco, e vão para suas igrejas ouvir as
ladainhas repetitivas dos sagazes pastores, arrecadadores de dízimos, achando
todos que assim procedendo, irão todos em fila indiana diretamente para o céu.
Se tivessem um pouco de tino ou tenacidade, olharia para os lados, que veriam
exatamente essas pessoas que citei, e não verá um médico, dentista, professor,
engenheiro, industrial ou de outras formações, pois, essas igrejas são sempre
instaladas nas periferias, onde o desespero da pobreza e a ignorância são
abundantes. Se também tivessem a inteligência de ver e contabilizar, que vem frequentando
os cultos há anos, e suas situações e de seus irmãos de fé, continuam na mesma
merda. E se algum melhorou de vida, vá verificar que ele ou ela ralou bastante
para conseguir seus intentos, que ela não ficou gritando “aleluia” e as coisas
caíram do céu. Vejam também que essas igrejas são sempre instaladas nos bairros
pobres, pois, nos bairros melhores eles não encontram guaridas, para seus leros
e milagres falsos. O domingo dessas pessoas são os mais lamentáveis, pois,
fanaticamente, ninguém consegue colocar nas suas mentes, que a vida foi feita
para se viver, desfrutando de todos prazeres que ela oferece. Qualquer outro
tipo de vida, que hipoteticamente dizem existir depois da morte, não passa de
uma ilusão imposta pelas igrejas, afim de fazer do povo uma grande massa de
manobra. Vou encerrar, pois preciso curtir muito bem o meu domingo. Pra mim o
céu é aqui, o outro é totalmente abstrato!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Um comentário:
É desse jeito meu amigo tenha um bom domingo!
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