sábado, 2 de dezembro de 2023

AS DIVERSIDADES DOS DESEJOS! (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Quando nos referimos aos desejos, geralmente estamos falando sobre os sonhos, planos e projetos de vida, que cada pessoa tem, ou imagina em sua mente, obviamente, com pretensões de realizar, principalmente dentro da maior brevidade possível, uma vez que, no período da juventude e puberdade, todos nós já queremos ser homens ou mulheres, ter uma independência de locomoção, viajar, algumas vezes até de casar, em função de umas paixões loucas, muito comuns nessa fase de idade!

Essas sensações nas classes mais privilegiadas, sempre são encaradas com mais facilidades, já que as condições financeiras são melhores, as preparações escolares mais efetivas, os apoios de amigos influentes são importantes, assim como não é necessário pressas e agonias, já que cedo ou tarde tudo será resolvido da melhor forma, sem os desesperos costumais!

Mas, infelizmente, nas classes pobres, as coisas funcionam totalmente diferente. Porém, assim acontece, muito mais graças aos próprios pobres, que por culpa da comunidade em que vivem, ou até a falta de interveniência política. Parece estranho e absurdo o que eu disse, mas, procurarei ser mais explícito, inclusive exemplificando ilustrativamente!

As pessoas de origens pobres, normalmente olham tudo como se fosse impossível para eles conseguirem as coisas, realizar seus sonhos, projetos e planos e, literalmente, pensam pequeno e contentam-se com o mínimo dos mínimos. Seus deslumbrantes sonhos é ter um emprego ou trabalho (avulso ou fixo) que lhe dê condições de comer, pagar as despesas básicas e pronto. Essa situação péssima, para ele é, muitas vezes o ápice da sua realização. Quando muito, desejam ter uma bicicleta, afim de ir para o trabalho, sem precisar gastar com ônibus. E com esse simples veículo, ele já se acha superior aos vizinhos, por ter transporte próprio, mesmo sendo uma de segunda mão!

Quanto ao estudo, aqueles privilegiados que tiveram oportunidade e aproveitaram, melhores se qualificam. Numa entrevista de emprego,  pergunta-se: Você está estudando? Ele ou ela responde estufando o peito: Já terminei. Aí você pergunta: Como assim? E respondem: fiz o secundário, como se para eles esse início do início estudantil, seja o término escolar. Até nessa área eles pensam pobremente, como se eles somente tivessem direito a pedaços, de tudo que o mundo oferece. Muitos, para complementar seu instinto nato de pobreza, arranja um pobretão ou pobretona e forma uma família, onde nascerá mais um sofredor dessa rotina triste e lamentável. Tem um detalhe importante, pois, para esses casais, para selar seus pobres sonhos, se inscrevem para receber um apartamento do programa “minha casa, minha vida”, que será a gloria da realização familiar E dessa forma, nascem pobres, vivem pobres e morrem pobres!

Felizmente tem uma fatia, até significativa, que pensa diferente, que é formada de empreendedores, guerreiros, lutadores, principalmente do gênero feminino, que batalha com unhas e dentes, se sacrificam, fazem mil malabarismos, dentro e fora dos padrões, e conseguem crescer e se desenvolver, fugindo totalmente dos pensamentos retrógrados da sua raiz, passando a serem conhecidos como vencedores, não porque Deus ajudou ou teve sorte na vida, pois, o fator principal foi sua persistência, coragem e disposição para conseguir, tudo aquilo que o mundo pode oferecer, para aqueles que não são acomodados. Seria tão bom que todos se mirassem nessas pessoas maravilhosas, que dão exemplos de discernimento e coragem, chegando em muitos casos, a depois de certa idade voltar a estudar, formar-se, melhorando seus níveis intelectuais, servindo de exemplos para os seus filhos!

Sempre digo e repito, que o impossível é aquilo que você não lutou para conseguir. Tolamente, imagina-se incompetente para vencer os obstáculos que tem pela frente, veneram o pessimismo, levam anos esperando que as soluções caiam do céu, não se apercebendo que muito tempo já decorreu nessa esperança, e elas continuam na mesma ou pior situação. Que as vezes que melhorou um pouco, foi graças ter encontrado um trabalho, que lhe deu alguma sustentação, mesmo temporariamente. Essa cegueira não é dos olhos, é simplesmente mental!

Finalizo dizendo, que as realizações para as pessoas pobres são muito mais difíceis. Porém, se você não for acomodado, com certeza encontrará uma maneira de conseguir o que deseja!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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