Antonio Nunes de Souza*
Depois
de alguns problemas, muito comuns em casais, resolvemos nos separar sem maiores
brigas, procurando uma maneira de terminar o casamento, mas, continuar com a
amizade, mesmo a distância, já que nem filhos nós tínhamos!
Tínhamos
uma empresa de construção e decoração. Ele engenheiro e eu arquiteta,
responsável pela beleza estrutural e as decorações diversas. Ele resolveu ficar
com a empresa e me pagou regiamente uma vultosa quantia que, tranquilamente,
daria para eu montar minha própria empresa, numa escala um pouco menor que a
que tínhamos em conjunto, porém de boa qualidade e porte médio!
Aí
me surgiu a ideia de ir morar e trabalhar no Rio de Janeiro, já que lá eu tinha
alguns amigos do ramo que, certamente, me auxiliariam na montagem do meu
escritório, facilitando bastante o meu trabalho, além de me dar maior segurança!
Tudo
instalado, fiz uma pequena comemoração de abertura, comprei uma champanhe e com
os amigos, brindamos o nosso novo começo, cheia de esperanças e expectativas!
Como
se Deus tivesse me abençoado, no primeiro dia apareceu o meu cliente inaugural.
O homem entrou, apresentou-se, mandei que se sentasse e, tranquilamente,
começamos a conversar. Ele era bonito e bastante simpático, e estava ali para
me contratar para que eu decorasse uma casa que ele havia comprado recentemente,
toda mobilhada. Ele era viúvo e devia ter, aproximadamente, uns cinquenta anos
em função dos seus cabelos já ficando grisalhos. Atuava profissionalmente como
diretor de uma fábrica de chocolate!
Para
que eu dissesse o custo do trabalho, seria necessário que eu visse a casa, as
dependências, os desejos dele para cada cômodo, etc., então, combinamos para na
manhã do dia seguinte, ele me pegar e nós irmos até o local fazer o
levantamento e avaliação dos gastos!
E
assim foi feito. Ele pegou-me no seu carro para ir ver a casa. Fomos
conversando, ele, gentilmente, pegou no banco traseiro do carro uma caixa de
chocolate e me deu, dizendo que era pra me adoçar no preço. Rimos e eu abri a
caixa e comecei a saborear um delicioso chocolate. Ofereci, mas ele agradeceu,
dizendo que já estava saturado de tanto comer chocolate. Tornamos a rir e, com
isso, começamos a nos identificar, quebrar o gelo, passando a nos tratar sem as
inibições normais de contatos entre profissionais e clientes!
Demoramos
mais de uma hora para chegar, não só pela istância, como também o péssimo
trânsito. Ele parou o carro, cavalheiramente, fez a volta e abriu a minha
porta, entramos na casa, que já estava toda mobilhada e, o que ele desejava era
uma completa e nova decoração, apenas, tendo algumas coisas que ele fazia
questão de conservar.
Era
uma casa linda, com uma área verde em volta, uma piscina relativamente grande,
varanda toda em torno, três suítes e mais um quarto, dois pequenos apartamentos
no fundo para empregados, garagem para três carros. Na verdade era uma verdadeira
mansão!
Aí
aconteceu o inesperado. Quando fomos ver a suíte principal de casal, tinha uma
linda cama com cabeceiras de jacarandá, ele, sem dizer nada, me abraçou e deu
um beijo na minha boca que, em princípio, tentei recuar. Mas, ele segurando-me
pela cintura, encostando seu corpo excitado em mim, pela carência do tempo de seis
meses inativa, fui cedendo e, logo já estava com os braços em volta do seu
pescoço, demonstrando que estava gostando também. Ele nem pestanejou, jogou-me
para cima da cama e, loucamente, começou a tirar a minha roupa, e ao mesmo
tempo a dele, montando em mim com uma fúria incrível, que nem deixou eu
lubrificar a minha xoxota, foi introduzindo bem devagar, até que eu senti que
estava sendo possuída por um membro avantajado e gostoso!
Parecíamos
louco, pois, gozamos várias vezes, fizemos sexo em todas as posições, anal,
oral e vaginal que, quando olhamos para o relógio, já era meio dia. Demos uma
risada e percebemos que tínhamos passado três horas, nos satisfazendo
mutuamente, sem nem termos acertado a parte comercial!
Daí
pra frente não tivemos nem mais o que falar de trabalho, deixando tudo para o
dia seguinte as dezessete horas em meu escritório. Fernando Caldas era seu
nome. Ele me deixou em meu apartamento, pois, não havia mais condições de
voltar ao escritório, uma vez que estava exausta e saciada maravilhosamente,
como realmente nunca havia sentido!
Encurtando
a conversa, hoje sou a senhora Caldas, já temos dois filhos, e moro na casa que
foi a causadora do estranho e delicioso encontro!
Essa
minha história é para mostrar e provar para outras pessoas, que ficar casada
sem que esteja bem e feliz, é melhor uma separação mesmo que tenha que haver
sacrifício, ou tenha filhos. Pode até ser amigável, pois, com certeza,
aparecerão novas oportunidades bem mais maravilhosas!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário