segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

E O FUTURO A QUEM PERTENCE? (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Tenho que sentir saudades do meu antigo Brasil, além de dar graças, por ter sabido desfrutar o máximo possível, de todas oportunidades e momentos que a natureza me proporcionava, Tínhamos políticos menos corruptos, que roubavam, mas, em compensação, também faziam obras que beneficiavam a população!

Foi um tempo que chovia onde devia nas épocas certas, fazia sol onde precisava, e as enchentes eram raríssimas e moderadas, que serviam até de festas com as ruas com águas nas canelas, que apenas serviam para lavar as partes baixas das cidades. No outro dia estava tudo seco, restando apenas os divertidos comentários sobre algum fato desagradável ocorrido, ou quase acontecido!

As crianças brincavam de bola ou picula (esconde/esconde) nas ruas, praças e jardins até as 21 ou 22 horas, quando eram recolhidos ou voltavam espontaneamente, tomavam um banho e iam para suas camas. Eu já rapaz, minha casa ficava com a porta encostada com uma cadeira atrás porque eu chegava mais tarde. Lembro-me até de um amigo sacana, que passava mais cedo e batia o trinco da porta, e eu tinha de bater e acordar alguém para abrir, e como consequência, tomava uma bruta bronca por ser muito tarde. Depois de muitos anos foi que fiquei sabendo, que o batedor de porta era Ivo Moreira!

Tenho carro há dezenas de anos, desde vinte anos de idade, e sempre dormia estacionado na rua, as vezes com as portas e vidros abertos, sem a mínima preocupação de roubo. Lembro-me que tinha uma dupla de policiais, que eram chamados de “Cosme e Damião”, que assustava qualquer vagabundo e só em vê-los nas ruas, nos dava uma tranquilidade da zorra, sabíamos que estávamos bem protegidos. Hoje, quando vejo um policial eu mudo de calçada e corro pra não receber uma bala perdida. Quando se prendia um ladrão, com certeza era de galinha, e a cidade toda corria pra ir olhar pra cara do moleque sem vergonha. Crime nem pensar, pois, quando sabíamos de algum era pelo rádio e acontecia no Rio e São Paulo, ou então em algum filme, por sinal eram proibidos para menores de dezoito anos. Atualmente os crimes são nos jogos para crianças, e quanto mais bárbaros são mais preferidos por elas!

Depóis que o tempo passou, veio o maravilhoso(?) progresso, as coisas mudaram de tal forma, que passamos a ter e sofrer consequências assustadoras. Passamos a ter chuvas de granizo, neve, geleiras, quedas de barrancos, estradas bloqueadas, cidades cobertas de água, tremores de terras, uma parte de terra afundando em Alagoas, desmatamentos e incêndios florestais tenebrosos, brigas e matanças de índios por terras, envenenamento de vários rios com exploração de ouro inadequadamente, e sem as devidas licenças, e nossa preciosa segurança é, literalmente, zero!

Não posso deixar de citar as montanhas de faculdades, com seus cursos vergonhosos a distância e presenciais, formando uma triste vertente de pessoas mal preparadas para exercer as funções que foram diplomadas, por dinheiro e generosidade, pois elas funcionam no velho sistema: “pagou/passou”!

Mesmo sem querer, me tornei um saudosista, e lamento muito o que essa nova geração vai ter que enfrentar, sendo comandada por robôs e Inteligência artificial. Tomara que além desses tormentos todos, pelo menos tenham oxigénio para respirar suficientemente, e se manterem vivos!

Creio que já chegou o momento de uma nova arca de Noé, que desta feita tem que ser uma nave ou plataforma espacial, para que possa pousar em outro planeta e começar tudo outra vez, num novo paraíso, cujo o manda chuva seja bem melhor no comando!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapióna de Letras!   

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