Antonio Nunes de Souza*
Da
janela do meu quarto, eu posso ver tranquilamente, o quarto do apartamento do
edifício em frente ao meu. Isso não é novidade, pois é inevitável, com as
construções verticais hoje em dia. E essa visão é interessante porque, com meu
binóculo, eu à noite, apago a luz e fico vendo o casal transitar nus e, ao se
deitarem, transarem de maneiras das mais incríveis posições, que excitava-me
profundamente, fazendo com que eu me masturbasse sempre, já que sou solteira,
jovem, porém recatada e sempre evitei transar com namorados. Às vezes me acho
uma tola, mas, prefiro me segurar, até terminar minha faculdade e ter minha
independência!
O
fato é que fiquei viciada, e todas as noites assim que acabava de jantar, ia
direto para meu quarto assistir meu “filme sexual” ao vivo, e claro, mesmo à
distância, participar da minha imaginária suruba, através de uma boa e
deliciosa masturbação! Juro que ficava puta da vida, quando ficava na janela
esperando, e eles apenas se deitavam e dormiam. Isso era uma uma merda e grande
decepção, mas, eu compreendia, e isso acontecia raramente, já que era um casal
jovem, e claro, transar todos os dias é normalíssimo, para quem não quer perder
as oportunidades, de sentir o “choquinho mágico!”
Esse
meu costume diário, tornou-se um enorme vício ou tara, que eu não mais saia à
noite, a não ser que tivesse de voltar antes das vinte duas horas, horário que
normalmente o casal se recolhiam. Imaginem vocês até que ponto cheguei. Mas,
isso fui pouco, pois, numa loucura, um dia resolvi inventar uma desculpa e ir
até o edifício em frente, indo ao apartamento do quinto andar, e lá conhecer de
perto o casal!
Como
não era um edifício de luxo, daqueles que o próprio porteiro faz tudo atendendo
os moradores, quando cheguei não havia ninguém na recepção. Vi no quadro que
era um apartamento por andar, e que no quinto morava Dr. Zeilton Mendonça.
Peguei o elevador e chegando no andar, isso tremendo de nervosa, mas, meus
desejos eram mais fortes, além da curiosidade. Toquei a campainha e num minuto
veio o homem que já conhecia nos mínimos detalhes, musculoso e apenas de
bermuda, e me atendeu: Bom dia senhorita!
-Bom
dia senhor. Eu estou aqui porque me disseram que esse apartamento estava para
alugar, e gostaria de olhar!!
-Sinto
muito moça, mas, esse apartamento é meu e não pretendo alugar. Devem ter lhe
informado errado!
-Então
me desculpe. Deve ser em outro andar. Porém, como os apartamentos são iguais, o
senhor poderia deixar eu olhar para não perder a viagem, assim eu verei se serve
para mim!
Ele
fez uma cara estranha, e disse que sua esposa não estava em casa, mas, que ela
poderia entrar, que nada custaria!
-Sem
pensar em nada, pedi licença e fui entrando, louca para ver o quarto que me
fazia gozar sempre, com a paisagem super erótica. Olhei todas dependências, até
que chegou no quarto, que era amplo, aí fui até a janela, olhei para o outro
lado e vi minha janela generosa, que sua vista me enchia de prazeres. Na minha
louca cabeça, vieram as imagens de sexo que sempre assisti e,
intempestivamente, já excitada e molhadíssima, peguei Mendonça pela cintura, e
abraçando-o dei-lhe um beijo que, naturalmente, foi correspondido. Daí pra
frente foi um fodaço incrível, pois, desejei que Mendonça me possuísse de todas
maneiras que fazia com sua mulher, e se possível alguma posição inovadora, com
tanto que me fizesse gosar continuadamente. Juro que rolamos na cama
deliciosamente por uma hora, até que voltei a realidade, vendo que tinha feito
uma tremenda loucura, porém, gostosíssima!
Nos
vestimos, praticamente sem falar nada, eu um pouco escabreada, mas, muito
satisfeita e feliz pela coragem de fazer o que desejava, pouco me importando
com o que outros pudessem pensar a respeito!
Nos
despedimos com um sorriso meio debochado, e ele disse para mim: Espero que você
encontre o apartamento aqui no prédio, pois, adoraria ser seu vizinho. Dei uma
risada e saí numa felicidade invejável!
Hoje,
mais do que nunca, minhas masturbações são muito mais deliciosas, pois, quando
vejo Mendonça introduzir em sua esposa, magicamente, sinto ele entrando em mim,
de uma maneira que experimentei e jamais esquecerei. Mas, nunca mais aparecerei
por lá. Será sempre uma FAD (foda a distância), como nas faculdades atuais!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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