Antonio Nunes de Souza*
Evidentemente,
todos nós em algum momento, ou em todos momentos oportunos e necessários, nos
classificamos. Muitas vezes nem tanto nos baseando nas realidades, e nos colocamos
numa classe que, nem sempre é a real. Porém, essa é a que gostaríamos de estar,
ou em muitíssimos casos, a que achamos que, categoricamente, somos!
Para
se falar messes fatos, não se faz necessário ter formação de antropólogo ou
sociólogo, pois, lendo-se bastante a respeito, e conjuntamente sendo um bom
observador, pode-se perceber claramente esses dados, já que são comportamentos vistos
no cotidiano!
Estou
referindo-me a questão de etnia e condições sociais, que são dois assuntos muito
relevantes, discutidos e cheios de controvérsias, exatamente pelas auto
classificações, ou mais ainda, pelas classificações que, discriminativamente,
são dadas as pessoas, muitas vezes com ironias e desprezos, sem as mínimas
razões. Na parte alusiva a cor, quando o racismo era mais aturado e suportado,
sem as leis judiciárias, todos os mulatos, sararás, morenos e pardos, faziam
tudo para que se tornassem brancos, ou pelo menos parecidos, já que uma grande
maioria, pela mistura de raças, nasciam e nascem com as peles mais claras, porém, como
a etnia negra é fortíssima nos seus detalhes raciais, sempre os narizes chatos
ou poucos afilados, as testas largas, queixos proeminentes e os cabelos
crespos, não deixam dúvidas da negritude da pessoa, que deveria ter orgulho de
ser negro ou negra, pois, negra é uma etnia oficializada mundialmente, e ser
mestiço tem muito pouca significação classificatória, pois, simplesmente,
tornou-se um tipo humano de uma raça proveniente de diversas misturas étnicas.
Essa simples explicação é super lógica, para que as pessoas tenham
personalidade e orgulho de dizer, que são negras, já que suas principais características
são dessa específica etnia, que por sinal, em sua maioria, é linda,
maravilhosa, guerreira, inteligente e forte. Sou um grande admirador e
apologista dessa etnia!
Com
relação as condições sociais e financeiras, duas são as mais comuns auto
classificações, normalmente usadas: “sou pobre” e “estou pobre”. No primeiro
caso a pessoa já tem enraizado em sua mente, que nasceu pobre, vive na pobreza
e continuar pobre será normalíssimo em sua vida. Essa é uma das atitudes mais
erradas, que, lamentavelmente, é a mais vista e praticada, pelos acomodados e
covardes, que não tem o desprendimento de lutar para melhorar, sair da condição
que vive, ampliar conhecimentos, arriscar e aproveitar as oportunidades. Jamais
olhar os desafios como impossíveis, tentar de todos os meios melhorar suas
qualificações e, principalmente, ver que o mundo está aberto para todos, e não
para alguns privilegiados. Quando algo surgir em sua frente, nunca diga que não
serve, sem que não tente para ter a certeza. Já aqueles que usam a segunda
expressão, percebe-se logo que são pessoas que sabem o que querem quando dizem:
“estou pobre”, pois estão, literalmente, dizendo que as suas classificações são
as daquele momento, mas, com certeza, tem dentro de si os desejos, pretensões e
esperanças, que em breve suas classificações serão outras bem diferentes,
graças suas dedicações, esforços e perseveranças, que aplicarão nesse sentido.
Nessa área, bem diferente da etnia, que você se for preto, ficará preto até a
morte. Porém, com relação à pobreza, embora seja difícil (como tudo na vida),
se você lutar, certamente conseguirá melhorar e muito. Principalmente se livrar-se
de uma coisa doentia e muito comum nesse ambiente, com o nome de “conformismo
ou acomodação!”
Com
essas explicações simples e cheias de verdades, espero que você saiba se
classificar dentro da realidade de sua etnia, assim como, pare de dizer que sou
pobre, pois, na realidade, apenas “você está pobre”, e parar de estar, depende
muito de sua competência!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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