Antonio Nunes de Souza*
Numa
lembrança que só nos causa tristezas, nossa região era conhecida como império
dos barões do cacau, produtores que desfrutavam de situações privilegiadas,
graças suas benditas roças que, por uma centena de anos, deram sustentação e
forjaram as diversas cidades do sul da Bahia!
Infelizmente,
uma série de fatores (doenças, condições climáticas e falta de assistência)
culminando com a famigerada praga da “vassoura de Bruxa”, fez com que a
cacauicultura sofresse um abalo sem precedentes, já que, há três décadas,
várias são as tentativas feitas nos sofisticados e competentes laboratórios da
CEPLAC e, os resultados continuam deixando a desejar, no sentido de um combate
eficiente e necessário. Até agora, com alguns comportamentos, criações de
clones, platações nas cabrucas, etc., tem-se conseguido minimizar um pouco,
vislumbrando possibilidades de que seja possível conviver com a doença,
controlando-a de uma maneira que a cultura volte a ser viável e com
lucratividade!
É de grande
valia, salientar que, depois quase uma centena de anos, uma vertente de
produtores passou a industrializar o fruto com a produção de chocolate, que
está apresentando uma ótima aceitação e lucratividade, alcançando os mercados
nacional e internacional. E é importante e justo salientar, que o grande
publicitário Marco Lessa é um dos grandes mentores e estimuladores nessa área,
promovendo workshops, seminários, feiras, palestras e festivais, com sucesso
absoluto!
Não vou me expandir
no assunto, pois, depois que Daniel Thame escreveu o livro “Vassoura”, basta
que você tenha o prazer de ler, para ter as informações mais precisas e
consistentes sobre essa terrível praga!
Como gosto
de fazer jogos de palavras nos meus artigos e crônicas, para condenar a brutal
praga das baronesas, que todos os anos sofremos há décadas e, absurdamente,
nada é feito como preventivo, pelas autoridades competentes, deixando todos vendo
o rio Cachoeira coberto de baronesas, criando uma verdadeira laje vegetal
fétida, que serve de moradia para ratos, baratas, cobras e criatório do
mosquito da dengue, além das muriçocas comuns e incomodativas. Isso tudo foi
que me fez abordar os saudosos baronatos da terra do nosso querido Jorge Amado!
Em algumas
gestões, depois de muita “chiada” da população, os prefeitos ou secretários da
área, providenciavam guindastes e tratores e faziam limpezas, melhorando a fedentina
e o fluxo do rio, dando uma satisfação à comunidade!
Acreditamos
que o novo prefeito que virá no próximo ano, contando com o governo do estado e
a presidência, tome essa providência urgente, e mais que correto, em vez de paliativos,
cuide, literalmente, para que essa situação constrangedora, não se repita
anualmente, perdurando por meses!
Lamentavelmente,
“foram-se os barões... e ficaram as baronesas!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
2 comentários:
É a mais pura verdade!
É a mais pura verdade!
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