Antonio Nunes de Souza*
Com
o passar do tempo, foram surgindo as divergências na Igreja Católica Apostólica
Romana e, como em todas sociedades ou associações divergentes, começaram a
surgir outras seitas, mais ou menos com os mesmos dogmas, porém, com algumas
diferenças comportamentais, sendo que cada uma delas tinha ou tem seus ditames,
logicamente determinados pelos seus criadores, que sempre colocam para os
seguidores fiéis, como sendo orientações divinas, para que com isso, não haja
contestações: “Se Deus disse, temos que obedecer”!
E
como resultado apareceram, inicialmente com o nome de protestantes, que
significavam que eram aqueles que protestavam com a original igreja católica.
Em seguida passou-se a denomina-los de crentes, que era um nome mais educado e
simples, que na verdade todos eram crentes em Cristo e em Deus. Mas, com o
crescimento assustador das diversificações (Sétimo dia, Esperança, Assembleia
de Deus, Igreja de Deus, Jesus está chamando, Cristo é a solução e mais uma
centena de outras, cada uma com pequenas diferenças, em função dos ditames dos
seus pastores (?) fundadores, porém, com uma grande similaridade num setor: a
cobrança veemente do tal dízimo, aproveitando-se dessa brecha introduzida pelo
imperador da época de sua escritura sagrada (?), baseando-se na lenda (Gênesis Cap. 14^) que Abraão pagou o dízimo
para Menquisedeque. Significando que o imperador tinha direito a um percentual
da sua renda de trabalho. E assim sendo, como pastores de Deus, logicamente,
são merecedores dessa “modesta” ajuda que, para não parecer uma arrecadação
para seus bolsos, alegam que são para as manutenções das igrejas de Deus, que
os acolhem com amor e dedicação (a lábia é perfeita nesse particular)!
O
tempo continua passando e, sutilmente, os mais espertos e já ricos e
milionários, com dezenas e centenas de grandes, enormes e monstruosos templos,
vendo o número imenso de semi e analfabetos, esfomeados e desempregados,
doentes e desesperados, idosos e inocentes, que buscam nas igrejas as soluções
dos seus problemas, começaram a utilizá-los como massa de manobra eleitoreira,
conseguindo que eles obedeçam piamente em quem devem votar, apresentando uma
série de oportunistas, como se esses fossem “homens de Deus”. E, logicamente,
as ovelhinhas ávidas para ganhar o céu, prontamente obedecem. E com isso, esses
pobres cegos não tem a capacidade de enxergar, que no momento temos centenas de
pastores e alguns padres também, vereadores, prefeitos, deputados estaduais,
federais, senadores e, pelos prestígios de suas bancadas evangélicas, conseguem
altos cargos para os não eleito, como ministros, presidentes ou diretores de
grandes empresas públicas. E que eles (os tolos fiéis), continuam com fome,
desesperados, desempregados, doentes, mas, para eles, trata-se de uma provação
divina, e que todos vão diretos para o céu. Não se tocam que, simplesmente,
estão dando boa vida celestial aos seus ministros religiosos, e eles vivendo no
inferno durante muitos anos sem ver nada melhorar em suas vidas!
Só
temos a lamentar essa triste realidade, esse engodo coletivo, que,
cotidianamente, estamos presenciando em todas partes da terra. Sendo o pior de
tudo, que nada disso entra na cabeça dessas pobres pessoas, já que sofreram uma
lavagem cerebral da melhor qualidade. Vivem na maior pobreza, porém, seus pastores
dizem veementemente, que eles não são pobres, são ricos porque tem Jesus Cristo
no coração. E eles, com os estômagos roncando de fome, acreditam e gritam:
ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA em nome do Senhor Jesus!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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