DE LONGO À SEM CALCINHA! (Clique no título e leia)
Antonio Nunes de Souza*
Com
a evolução do tempo, as necessidades climáticas e proteção natural, os seres
humanos começaram a vestir roupas, inicialmente, utilizando peles de animais e,
nos diversos períodos atravessados, foram sendo criados uma série de materiais,
até chegarem aos tecidos de algodão, linho, etc., finalmente, sendo seu campeão
de uso e venda nos nossos dias, os confeccionados com fibras sintéticas!
Elogiável e perfeita essa preocupação técnica e
científica, no sentido de nos dar uma real proteção sazonal adequada, nos protegendo
das intempéries, já que somos passivos de uma grande variação climática em
nosso planeta!
Mas, tudo estaria perfeito não fosse a nossa
vaidade, que aflorada pelo pecado capital amplamente conhecido como inveja,
criou-se algo que revolucionou o mundo do vestuário, no sentido de personalizar
cada indivíduo, ou os mais privilegiados, usando-se tecidos e cortes especiais,
tornando-os diferenciados e dando-lhes status de VIP. Aí, mais que depressa,
surgiu a figura do estilista, que vem se firmando cada vez mais ao longo do
tempo, impondo seus gostos (muitas vezes extravagantes), direcionando o público
para suas tendências. Enfim, ditando suas modas e nos impondo o que devemos
usar ou não usar, para não sermos considerados caretas, cafonas, bregas e
outros adjetivos mais ridículos e depreciativos.
Será que tudo isso é certo?
Sem sombra de dúvidas é certo, gostoso e salutar!
Você já imaginou andarmos na rua ou irmos numa festa
e estarem todas as pessoas usando o mesmo tipo de roupa?
Até para você encontrar alguém seria uma
trabalheira terrível, em função da padronização. E, por mais interessante que
fosse, seria triste, feio e literalmente uniforme!
Portanto, devemos prestigiar, e muito, as pessoas
que se dedicam às sofisticações e idealizações permanentes em nossos
vestuários, pois, graças a elas, temos a oportunidade de nos apresentar mais
adequadamente e, ao mesmo tempo, apreciar em todos os lugares, as belezas ressaltadas
pelos tecidos e adereços, que estão compondo cada personagem.
Como venho prestando atenção a esse fato desde os
anos 60, tive oportunidade de ver os longos vestidos, as cargas de anáguas, os
conjuntos Chanel, a moda cigana e descontraída dos hippes, o lançamento da mini
saia de Mary Quant, a calça Sant Troupez de Brigitte Bardot, o psicodelismo da
londrina Carnaby Street e, daí pra frente, uma variação incalculável em torno do
tema, com calças rasgadas, blusas sumárias, micro bermudas, desprezo do sutiã,
que somente faz mostrar mais seus corpos, embelezando as mulheres, e os homens
também, já que o modismo tornou-se praticamente unisex. Hoje, retornou com
força total a imbatível calça Sant Troupez, bem mais arriada na virilha que,
com a conivência da mini blusa, deixa a mostra os sedutores pelos pubianos. Sem
falar do maiô que se transformou no biquíni, micro biquíni, monoquíni e o
exótico “cordão cheiroso”! E, para selar a harmonia panorâmica, a mini volta como
shortinho e micro saia, e as estrelas e jovens estão, generosamente,
dispensando o uso das calcinhas.
Acho que está tudo lindo e muito certo essa
liberdade de vestir-se, e faz muito bem a nossa visão no dia a dia. O que peço
a Deus é que eu não tenha nunca catarata ou glaucoma, para poder pelo menos,
apreciar até meus últimos dias, essa moda tão aprazível e sedutora, que vai
ampliando cada vez mais!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos
Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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