terça-feira, 7 de novembro de 2023

DE LONGO À SEM CALCINHA! (Clique no título e leia)

 DE LONGO À SEM CALCINHA! (Clique no título e leia)


 

Antonio Nunes de Souza*

Com a evolução do tempo, as necessidades climáticas e proteção natural, os seres humanos começaram a vestir roupas, inicialmente, utilizando peles de animais e, nos diversos períodos atravessados, foram sendo criados uma série de materiais, até chegarem aos tecidos de algodão, linho, etc., finalmente, sendo seu campeão de uso e venda nos nossos dias, os confeccionados com fibras sintéticas!

Elogiável e perfeita essa preocupação técnica e científica, no sentido de nos dar uma real proteção sazonal adequada, nos protegendo das intempéries, já que somos passivos de uma grande variação climática em nosso planeta!

Mas, tudo estaria perfeito não fosse a nossa vaidade, que aflorada pelo pecado capital amplamente conhecido como inveja, criou-se algo que revolucionou o mundo do vestuário, no sentido de personalizar cada indivíduo, ou os mais privilegiados, usando-se tecidos e cortes especiais, tornando-os diferenciados e dando-lhes status de VIP. Aí, mais que depressa, surgiu a figura do estilista, que vem se firmando cada vez mais ao longo do tempo, impondo seus gostos (muitas vezes extravagantes), direcionando o público para suas tendências. Enfim, ditando suas modas e nos impondo o que devemos usar ou não usar, para não sermos considerados caretas, cafonas, bregas e outros adjetivos mais ridículos e depreciativos.

Será que tudo isso é certo?

Sem sombra de dúvidas é certo, gostoso e salutar!

Você já imaginou andarmos na rua ou irmos numa festa e estarem todas as pessoas usando o mesmo tipo de roupa?

Até para você encontrar alguém seria uma trabalheira terrível, em função da padronização. E, por mais interessante que fosse, seria triste, feio e literalmente uniforme!

Portanto, devemos prestigiar, e muito, as pessoas que se dedicam às sofisticações e idealizações permanentes em nossos vestuários, pois, graças a elas, temos a oportunidade de nos apresentar mais adequadamente e, ao mesmo tempo, apreciar em todos os lugares, as belezas ressaltadas pelos tecidos e adereços, que estão compondo cada personagem.

Como venho prestando atenção a esse fato desde os anos 60, tive oportunidade de ver os longos vestidos, as cargas de anáguas, os conjuntos Chanel, a moda cigana e descontraída dos hippes, o lançamento da mini saia de Mary Quant, a calça Sant Troupez de Brigitte Bardot, o psicodelismo da londrina Carnaby Street e, daí pra frente, uma variação incalculável em torno do tema, com calças rasgadas, blusas sumárias, micro bermudas, desprezo do sutiã, que somente faz mostrar mais seus corpos, embelezando as mulheres, e os homens também, já que o modismo tornou-se praticamente unisex. Hoje, retornou com força total a imbatível calça Sant Troupez, bem mais arriada na virilha que, com a conivência da mini blusa, deixa a mostra os sedutores pelos pubianos. Sem falar do maiô que se transformou no biquíni, micro biquíni, monoquíni e o exótico “cordão cheiroso”! E, para selar a harmonia panorâmica, a mini volta como shortinho e micro saia, e as estrelas e jovens estão, generosamente, dispensando o uso das calcinhas.

Acho que está tudo lindo e muito certo essa liberdade de vestir-se, e faz muito bem a nossa visão no dia a dia. O que peço a Deus é que eu não tenha nunca catarata ou glaucoma, para poder pelo menos, apreciar até meus últimos dias, essa moda tão aprazível e sedutora, que vai ampliando cada vez mais!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

 

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