Antonio Nunes de Souza*
Eram
quatro horas da manhã, um puto calor, mesmo estando no cu da madrugada, nem
serenava e nem chovia, sustentando o calor infernal dessa primavera, como
também estávamos suadas e cansadas, pois, acabávamos de voltar do show de Ivete
Sangalo e Daniela Mercury no Farol da Barra!
Bárbara,
Marina e Adélia três moças moradoras de Amaralina, enfrentado esse fim de
festa, a multidão se dispersando indo cada um para seu lado, as três, deram por
conta que, naquela hora, seria foda encontrar transporte. Aí, fizeram uma
vistoria nas bolsas, juntaram os restinhos das granas, e viram que daria para
chamar um carro pelo aplicativo, que não só daria conforto no retorno, como
seria mais rápido ter que esperar um ônibus naquela hora. Ligaram e ouviram que
seriam atendidas em dez minutos!
Esses
dez minutos demorou pra caralho, que pareceu ter sido uma hora, mas,
felizmente, o carro chegou. Porém, o motorista veio com um homem no banco do
carona, mas foi logo explicando que era seu primo, que ele estava dando uma carona,
pois já estava indo para casa e eles moram na mesma rua. Mesmo desconfiadas, porém,
na merda que estavam, mortas de cansadas, nem pestanejaram e logo entraram na
parte de trás, dando o endereço ao motorista!
Foram
seguindo caminho, até que a certa altura, o motorista entrou numa rua deserta e
o carona puxou uma arma, apontou para as três, dizendo que era um assalto. Elas
apavoradas disseram que não tinham dinheiro, mas, o cara pegou os três
celulares, a merreca que tinha nas bolsas, e depois, descaradamente, mandou que
duas delas saltassem e se despissem. Chorando e nervosas, viram que não tinha
alternativa, começaram a obedecer, achando que apenas eles a deixariam nuas na
rua para que não pudessem fugir para pedir socorro. Mas, as intensões deles
eram outras. Aí cada um pegou uma, enquanto Marina que ficou dentro do carro,
abriu a porta do outro lado e saiu correndo feito uma louca, eles na ânsia de
cometer os estupros, furiosos sexualmente nem deram conta do ocorrido. Então
ela mais adiante, parou em frente uma casa e, insistentemente começou a tocar a
campainha, até que apareceu alguém no primeiro andar e ela gritou que estava
sendo assaltada e que, pelo amor de Deus, a pessoa ligasse para a polícia. O
homem imediatamente ligou, mas, não a acolheu em casa, imaginando que poderia
ser uma treta de bandidos, para quando ele abrir a porta eles aparecerem.
Felizmente, não demorou dez minutos chegaram dois carros da rádio patrulha, ela
indicou o local, tendo eles seguidos de imediato. Infelizmente, ao chegar
apenas encontraram as moças nuas e chorando copiosamente, demonstrando pelas
características aparentes que, infelizmente, foram abusadas sexualmente. Mortas
de vergonha, começaram a vestir suas roupas, sendo acalmadas pelos policiais, que
sugeriram que elas fossem fazer os exames de corpo delito, e prestar a queixa.
Porém, por vergonha do escândalo, que certamente o caso iria bater na mídia,
resolveram, não prestar queixa, se resguardando dos deboches e olhares
maliciosos, que com certeza aconteceriam, como tem acontecido em outros casos
semelhantes! Os policiais ainda insistiram, mas, elas foram irredutíveis em se
resguardar. A patrulha as levou de carona para suas casas, todas ficaram
caladas, nada dizendo aos seus familiares!
Casos
como esse acontecem quase que diariamente, pois, as empresas de aplicativos
dessa área, não fazer uma checagem com os motoristas contratados, somente pensando
em ganhar, sem pensar na segurança dos seus clientes. Muitos deles são
verdadeiros bandidos, que usam até veículos roubados e, vergonhosamente,
saqueiam seus passageiros constantemente. Essas ocorrências são muito mais do
que as que chegam aos nossos ouvidos, pois, a grande maioria, prefere o
anonimato, que se expor com uma queixa policial!
Por
essas e outras, sejam previdentes quando precisar de transporte, pois,
sinceramente, nenhuma delas merece confiabilidade, já que as centenas de casos
ocorridos, foram com diversas delas envolvidas!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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