Antonio Nunes de Souza*
Já que estamos começando nossa comemoração da semana santa, nada mais interessante e lógico, que coloquemos nossa velha mente para relembrar como eram os dias da semana, com relação ao fato que estava-se comemorando celestialmente, a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo!
Algumas décadas atrás, os religiosos, principalmente os católicos, se penitenciavam e se dirigiam todos circunflexos, evitando zoadas, gritos, muitos sorrisos, preocupados apenas pelos atos religiosos, missas e procissões, demonstrando respeito e sentimento!
As imagens dos santos ficavam cobertas com panos, normalmente, roxos, as igrejas abertas durante todo dia, orações, confissões e missas eram constantes!
Nas décadas de quarenta e cinquenta, as emissoras de rádios (não havia ainda a TV) paravam suas programações completamente, saiam do ar. Festas nas cidades não existiam a não ser as ligadas as religiosidades, com cânticos sublimes e com letras, geralmente, de dores e sofrimentos!
Como se pode ver, os hábitos e costumes religiosos eram muito mais respeitados, dando um cunho de sentimento pelo sofrimento de Jesus Cristo. Ocasião que até os que se diziam ateus, também respeitavam, por uma questão de solidariedade religiosa!
Percebe-se claramente, que tempos atrás as coisas eram completamente diferentes, existia um respeito profundo durante a semana, demonstrando que estávamos realmente comemorando alguém que veio ao mundo a mando do seu Pai, para salvar a humanidade!
Nos dias atuais, por incrível que pareça, o povo aproveitam os dias santos e, sem ter medo de serem infelizes, contratam vários grupos de pagodes, trios, cantores sertanejos da moda, dança de rua, funk, hip-hop, etc., e mandam ver as maiores festanças de quinta a domingo, verdadeiros festivais. As emissoras de rádios, que outrora ficavam mudas, estouram com suas programações barulhentas, sem parcimônia estimulando o povo a “mandar brasa ou arrasar”!
Tudo isso sem contar a grande farra de vinhos, cervejas e bebidas quentes, parecendo que, para eles, “quem morreu é que se campou”. Um verdadeiro absurdo que, infelizmente, já é encarado com a maior naturalidade pela maioria!
Acreditamos que, a cada ano que passa, a semana santa passará a ser simplesmente, dias que não se trabalha e são aproveitados para badernar e rebolar “em nome de Jesus!”
Sinceramente, sinto muito que essa modificação de hábitos e costumes creditada ao do progresso, esteja fazendo o esvaziamento das igrejas verdadeiras, e estimulando várias novas vertentes ditas religiosas, que infelizmente, vem provando não serem muito confiáveis!
Uma pena comemorarem a “Semana Santa”, de uma maneira muito desrespeitável e bastante pecaminosa!
Com certeza, esse comportamento profano, tem colaborado bastante para a ampliação do consumo de drogas, filhos de produções independentes, assaltos, roubos e crimes, além do abandono escolar. Que os adultos se preocupem mais em educar, bem melhor de como foram educados. “Pois, os filhotes cantam como os pais gorjeiam!”
*Escritor – Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
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